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A TOUPEIRA DA EUROPA


A última vez que por aqui passei, mesmo aí abaixo, dediquei a segunda parte das minhas congeminações a Orban e aos BRICS, falei de "Blocos"... Parecia que estava a adivinhar... 

Referi as esclarecedoras declarações do inefável húngaro a  7 e 8 Nov. na Cimeira da Comunidade Política Europeia em Budapeste: 

Dia 7:

Depois desta 
conferência de imprensa, haverá um 
jantar informal com os 27 líderes europeus onde exploraremos esta questão e ainda temos mais um dia e estou confiante de que até amanhã à tarde estaremos muito mais perto de uma resposta comum do que estávamos hoje. Mantive apenas parcialmente a minha promessa, abrimos um pouco de champanhe, mas eu estava no Quirguistão quando Donald Trump ganhou, os costumes são diferentes e depois disso, aproveitámos o Vodka Supply e festejámos alegremente o resultado fantástico juntos.  
Dia 8:
«A Europa sozinha não pode financiar esta guerra. Algumas pessoas continuam a querer enviar enormes quantias de dinheiro para esta guerra perdida, mas há um número crescente de pessoas que permanecem em silêncio, apesar de já terem falado alto.»

 

Dez dias depois surge o discurso de Viktor Orbán no EURASIA FORUM de Budapeste, a 21 de Nov.,  deixa bem explícitas as suas prioridades, em que clube é que joga, qual o Bloco em que aposta.
Sem comentários deixo alguns excertos, a totalidade enjoa-me


«O mundo ocidental foi desafiado a partir do Leste, o próximo período será o século da Eurásia”.
Quinhentos anos de domínio civilizacional do Ocidente chegaram ao fim e a era da Eurásia está a começar,”,

“Durante vários séculos, o Ocidente habituou-se a pensar em si próprio como o mais belo, o mais inteligente, o mais avançado e o mais rico. De repente, ver e reconhecer que já não somos os mais belos, inteligentes, avançados e ricos é uma tarefa difícil”
A ideia é que o mundo inteiro deve ser organizado de acordo com o modelo ocidental e que os povos selecionados para tal estarão dispostos a fazê-lo em troca de benefícios económicos e vantagens financeiras. Esta ideia falhou.

“Se é verdade que o próximo século pertence à Eurásia, temos de constatar que a Europa ainda não conseguiu encontrar o seu lugar neste contexto de pensamento, alguns líderes ocidentais não conseguem ver a importância da Eurásia, enquanto outros ‘vêem-na mas não gostam dela’. A elite europeia está preparada para proteger o status quo, o que pode levar à formação de blocos no comércio, na economia e na política. Se a Europa não conseguir libertar-se desta lógica de proteção do status quo e passar a privilegiar a conectividade em vez da formação de blocos, o processo de perda da Europa em relação às mudanças que estão a ocorrer atualmente irá persistir a longo prazo.

O domínio liberal progressista no mundo ocidental chegou ao fim,
Os Estados da Ásia tornaram-se mais fortes e provaram a sua capacidade de se erguerem, existirem e perdurarem como centros de poder económico e político independentes. Como resultado, o centro da economia global deslocou-se para o Oriente, com as economias orientais a crescerem quatro vezes mais depressa do que as economias ocidentais. O valor acrescentado da indústria ocidental é de 40 por cento no mundo, enquanto o da indústria oriental representa 50 por cento. Esta é a nova realidade.»


NO RESCALDO DA RENTRÉE DE OUTONO

 UM INVERNO QUENTE ANUNCIA-SE


Zelensky telefonou a Trump para congratular o presidente eleito pela sua vitória
Sobre esta conversa Zelensky disse: “Concordámos em manter um diálogo estreito e em fazer avançar a nossa cooperação. A liderança forte e inabalável dos EUA é vital para o mundo e para uma paz justa”.

E Trump, o que disse? Trump não disse. Trump balbuciou que foi tudo muito cordial e muito rápido. Não disse por que é que  Elon Musk esteve presente à chamada e também falou com Zelensky, "Por acaso encontrava-se na sala..." 
Ilações? Quem quiser que tire as suas, não é preciso um doutoramento em engenharia espacial, pode-se começar por um «Se queres lidar comigo tens de lidar com ele, que lida com o "outro". »

 O serviço de Internet Starlink (de Musk) na Ucrânia, proporcionou uma vantagem significativa na linha da frente às forças ucranianas desde 2022, permitindo que as suas forças partilhassem em tempo real imagens de drones entre unidades e comunicassem em áreas onde o combate interrompia a rede móvel. 
Foi fundamental para as forças sitiadas na linha de frente e, na época, Musk conquistou os ucranianos porque sua  SpaceX financiou o serviço de rede internet

E em 22 Musk começou a conversar com Putin...

Apesar de contratos de biliões com a NASA, com as forças armadas e com várias agências governamentais americanas,  Musk queixou-se do custo da prestação do serviço. O acesso ao Starlink foi restringido em áreas como a Crimeia, ocupada pela Rússia. O Pentágono anunciou, em Junho de 2023, que iria pagar dezenas de milhões de dólares por mês para financiar o Starlink na Ucrânia 

As perguntas sobre a influência de Musk na guerra começaram a  vir a público quando os militares ucranianos relataram o aumento progressivo de russos que utilizavam esse serviço de internet via satélite.

Diz quem sabe mais disso do que eu que, em 2022, Musk ordenou, verbalmente, aos seus engenheiros que desligassem a rede por satélite Starlink  sobre costa da Crimeia para impedir um ataque furtivo ucraniano à frota naval russa.  Sobre a rede ter sido desligada nunca ninguém negou e, quando o facto foi comentado, Musk escreveu no seu X (Twitter) que o serviço Starlink fornecido pela  SpaceX nunca esteve activo sobre a Crimeia. Porquê? 


Na passada sexta-feira, 1 de Novembro, o administrador da NASA, Bill Nelson, apelou à urgência de  uma investigação sobre uma notícia do Wall Street Journal (que não é exactamente um jornal de esquerda) segundo a qual  Musk e  Putin, têm estado em contacto regular desde finais de 2022. Estes contactos periódicos levantam sérias preocupações de segurança nacional uma vez que as relações da SpaceX com a NASA e com as forças armadas americanas terão concedido à Musk acesso a informações governamentais sensíveis e aos serviços secretos dos EUA.
Num dos casos, o WSJ citou um pedido de Putin a Musk  para não activar o Starlink sobre Taiwan “como um favor a Xi Jinping”.
Musk recusou-se a comentar a investigação do WST
Estes contactos foram confirmados por vários funcionários, actuais e antigos, dos EUA, da Europa e da Rússia.
Trump está em vias de conceder a Musk acesso "top" ao sigilo de Estado sentado numa qualquer cadeira com acesso ao  Executivo 24/7, que Musk bem pagou. Bom investimento, o ascendente sobre Trump (e Vance), a "amizade" de Putin, uns favores a Xi e, já agora, a Europa que deixe de pretender regulamentar o X, entre outras embirrações. 

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Trump ganhou as eleições no dia 6; no dia 8 Viktor Orban finalmente declarou (digo finalmente porque o homem até tem andado inchado de contenção )
«A Europa sozinha não pode financiar esta guerra. Algumas pessoas continuam a querer enviar enormes quantias de dinheiro para esta guerra perdida, mas há um número crescente de pessoas que permanecem em silêncio, apesar de já terem falado alto». 8 Nov. - Cimeira da Comunidade Política Europeia em Budapeste
O Instituto Kiel para a Economia Mundial estima que os Estados-Membros e as instituições da UE (como o Banco Europeu de Investimento e a Comissão Europeia) gastaram um total de 161,11 mil milhões de euros (173,57 mil milhões de dólares) em apoio militar, humanitário e financeiro desde o início da guerra, em Fevereiro de 2022, até 31 de Agosto de 2024; os EUA terão contribuído com 108 mil milhões de dólares durante o mesmo período.

Como uma desgraça nunca vem só, no mesmo dia em que Orban aliviou o fígado, Robert Fico, primeiro-ministro eslovaco, também questionou a agenda de financiamento europeu.(Quando a Rússia invadiu a Checoslováquia Fico tinha 4 anos, aparentemente até hoje ninguém lhe contou como foi...)

«Quando há dinheiro para apoiar a matança sem sentido de eslavos na Ucrânia, temos de encontrar uma enorme quantidade de dinheiro na UE para combater a migração ilegal, que é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal»

E Putin, não é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal? Ó homem...

Só um pequeno à parte que me atravessou agora: até me arrepia pensar que poderia ser Le Pen e não Macron a estar no comando da França, só faltava essa...

...E os BRICS?

O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido pode sobreviver a outro bloco. 

A Cimeira dos BRICS, que "por acaso" este ano foi realizada na Rússia, é disto a prova evidente levada à saciedade. Os BRICS, nesta altura do campeonato, são tudo menos a versão oficial de um "grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico". Sim, o desenvolvimento da economia é fundamental, as guerras são caríssimas, mas a questão não é essa. 

A questão é que o desenvolvimento e coordenação de um bloco, de alianças, mais assumidas na sua união geo-política ou mais disfarçadas na sua cooperação económica, tem de ser coesa e ter um fim comum. Nos BRICS não há  dessas tretas das ideologias, de terem de estar todos à esquerda ou à direita.  À esquerda ou à direita de quê? Se são ateus, católicos, hindus ou muçulmanos, sunitas ou xiitas, isso não interessa nada, o que interessa é saber com quem se pode contar e para quê, de resto cada um que sirva lá por casa aquilo que quer dar a engolir. A Rússia, a China, a India, o Irão e mais seis (como os UEI !). Agora convidaram mais 13 a aderir entre os quais a Turquia, que é membro da NATO e a Nigéria que é o banco de lavagem africano. Quando Putin fala de "Uma Nova Ordem Mundial" não fala uma fantasia

Os europeus (tal como os americanos) estão a deixar-se dividir por politiquices bem orquestradas que se focam nas suas diferenças apresentando os seus apoios contra a Rússia como fraquezas económicas e criando divisões acéfalas forjadas em desinformação (A culpa é dessa mania das "democracias")

Nós, europeus ocidentais, desde sensivelmente 1945 que vivemos lado a lado sem grandes sobressaltos. Em 61 começou a ser construído o "Muro de Berlin", a "Crise dos Mísseis" em 62 passou vagamente ao lado da maioria da população europeia, era uma coisa com os americanos; a "Guerra Fria" trouxe a assombração comunista com a invasão da Hungria em 56 e da Checoslováquia em 68 mas a URSS já "lá" estava desde 22, cresceu, aglomerava 15 países mas "estavam "do lado de lá", a Europa Oriental era uma Europa de segunda, na verdade ainda é. A dissolução da URSS em 91 alterou este "estado de espírito", a começar pela reunificação da Alemanha. 

Putin tremeu no dia da derrocada do Muro em Novembro de 89. O agente KGB que trabalhava em Dresden com a Stasi viu o seu mundo desabar, o fim do império soviético. Nesse dia deve ter jurado vingança e sem dúvida  compreendeu que a Rússia não poderia ficar só

Avançando...

Foi o rescaldo da II Guerra que levou o Ocidente a unir-se em várias frentes num processo relativamente rápido: a NATO  e o Conselho da Europa em 49, os Tratados de Roma com a criação da Comunidade Económica Europeia em 57, o Parlamento Europeu em 58/62 e daí para a frente

Porém... Há sempre um "porém", há sempre as vagas "do contra" que olham para o seu umbigo, que vêem em seu redor mas não mais além, que recusam o compromisso de um Bloco salvaguardando uma "independência" totalmente ilusória, e perigosa, mas que suscita apoios pseudo-revolucionários em comícios feitos de inflamação, demagogia e planos de poder pessoal.

Não deixa de ser curioso que os Estados que mais problemas e obstáculos têm criado dentro da União Europeia, e concretamente à Ucrânia favorecendo a Rússia, são aqueles que sofreram as mais violentas invasões pela URSS: a Hungria e a Eslováquia (parte da ex-Checoslováquia).E a Áustria...  A Áustria que nunca bateu o pé a Hitler.  Julgarão que vão tratar com Putin de igual-para-igual ou sofrem da Síndrome de Estocolmo? Os populistas, como se designa agora a direita enraivecida, defendem uma utopia perigosa, uma independência falsa e um poder pessoal muito concreto.

Uma Europa dividida é uma presa fácil, um terreno fértil para a implantação das mais manipuladoras políticas e, até ver, os EUA não salvaguardarão a Europa de coisa alguma, acabou o colo.

É muito significativo que, menos de uma semana após a eleição de Trump, altas patentes militares dos EUA se tenham reunido no Pentágono para discutir como actuar perante eventuais ordens ilegais do futuro presidente. Por agora dizem focar-se na acção interna mas não é necessário ter luminárias na testa para compreender que a posição dos EUA na NATO será a primeira alínea da lista de preocupações

 Os europeus, todos nós ocidentais do lado de cá do Atlântico-Norte, vamos ter de, muito rapidamente, mudar a forma como pensamos, como vivemos, como trabalhamos e produzimos, como lidamos com as nossas diferenças ideológicas e sociais. Repito: O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido sobrevive a outro mais coeso e produtivo. Os europeus têm de reconstruir a sua economia e a sua defesa visando uma maior autonomia. Urgentemente. O Estado não pode arcar com todo o investimento necessário, precisa baixar impostos e colaborar com a iniciativa privada, só assim poderá garantir educação, saúde, infraestruturas e defesa. É fundamental que os povos europeus entendam isto, profundamente. Presentemente a política europeia tem de se focar na explicação da importância vital da sua coesão não apenas nacional mas como força de oposição a um outro bloco mais do que ameaçador, crescentemente interferente. Os americanos não perceberam

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O PORTEIRO DO INFERNO

A 1 de Julho de 2024 o Supremo Tribunal Federal dos EUA fez lei: 

Um presidente, enquanto no exercício das suas funções, tem imunidade criminal


SUPREME COURT OF THE UNITED STATES 
TRUMP v. UNITED STATES 
 CERTIORARI TO THE UNITED STATES COURT OF APPEALS FOR THE DISTRICT OF COLUMBIA CIRCUIT 
 No. 23–939. Argued April 25, 2024—Decided July 1, 2024 

Determining whether and under what circumstances such a prosecution
may proceed requires careful assessment of the scope of Presidential
power under the Constitution. The nature of that power requires that 
a former President have some immunity from criminal prosecution for
official acts during his tenure in office.  At least with respect to the
President’s exercise of his core constitutional powers, this immunity 
must be absolute. As for his remaining official actions, he is entitled
to at least presumptive immunity. 
 
Determinar se e em que circunstâncias tal acusação pode prosseguir requer uma avaliação cuidadosa do âmbito do mandato presidencial poder ao abrigo da Constituição. A natureza deste poder exige que um ex-presidente tem alguma imunidade de processo criminal por atos oficiais durante o seu mandato. Pelo menos no que diz respeito ao exercício pelo Presidente dos seus principais poderes constitucionais, esta imunidade deve ser absoluto. Quanto às suas restantes ações oficiais, tem direito pelo menos à imunidade presuntiva.
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On July 1, 2024, the Court ruled in a 6–3 decision, that Trump had absolute immunity for acts he committed as president within his core constitutional purview, at least presumptive immunity for official acts within the outer perimeter of his official responsibility, and no immunity for unofficial acts.

A 1 de julho de 2024, o Tribunal decidiu, numa decisão de 6–3, que Trump tinha imunidade absoluta para actos que cometeu enquanto presidente dentro da sua competência constitucional central, pelo menos imunidade presuntiva para actos oficiais dentro do perímetro externo da sua responsabilidade oficial, e nenhuma imunidade para actos não oficiais. 

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Imagine-se...

Um gajo destes:

Ser detentor do Poder do Presidente dos Estados Unidos,

Ser Comandante Chefe das Forças Armadas,

Ter acesso irrestrito a TODOS os documentos secretos, ultra-secretos e "inexistentes",

Ter contacto com TODOS os dirigentes mundiais à medida da sua vontade,

Ter o controlo de TODAS a agências de Segurança e Defesa, Pentágono incluído

Ter o controlo do Departamento de Justiça

Ter o poder de perdoar todo e qualquer condenado em crimes estatais,

Com uma Ordem Executiva poder fechar qualquer orgão de Imprensa/Media

... E ter milícias de seguidores como se de um culto se tratasse (na verdade de um culto se trata) dispostos a transgredir todas as leis, pegar em armas contra qualquer oponente, fazer cumprir pela força os desígnios do seu arbítrio

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Não é de política que falo, a política fica lá para trás

Falo, em primeiro lugar, da Ucrânia, das aspirações de Putin - que vão muito além da Ucrânia

Falo da Nato, que cresceu mas enfrenta múltiplos desafios como há décadas não acontecia, numa conjuntura económica complicada; Falo da Europa, das Alianças centenárias e das que permitiram estabilidade após a II Guerra Mundial; Falo do aumento da instabilidade no Parlamento Europeu e da dificuldade em conseguir acções conjuntas em matérias fundamentais 

Falo do Médio Oriente... Netanyahu tem vindo a adiar, desvairadamente, qualquer hipótese de cessar-fogo aguardando a vitória de Trump; e falo ainda do controlo - a cada dia menos provável - do investimento núclear do Irão, que  Trump desfez porque Putin quis, vendendo-lhe a esperança de  arrasar o Irão após perder as eleições, durante o período de transição quando um Estado de Guerra vinha mesmo a calhar (como agora a Netanyahu) 

Falo da Coreia do Norte, da sua aliança com a Rússia e da Rússia com o Irão e de todos estes em  relações de interesse com a China. Um dia a guerra contra a Ucrânia terminará, e depois? Voltemos à NATO...

E falo de Taiwan, essa fabrica de "chips" imprescindível ao Ocidente

Também falo de Elon Musk, o homem mais rico do mundo - que comprou o candidato a Vice de Trump e lhe atou umas guitas aos pulsos -   com um poder incalculável feito de satélites em orbita, tecnologia de ponta e foguetões espaciais, alguns dos melhores técnicos dentro das áreas de Segurança, Vigilância e Defesa,  que ambiciona colonizar Marte com uma disnastia imperial (só filhos já vai em 11...) e exércitos de autómatos, uns máquinas outros gente.


E, por último falo dos EUA... Porque o que se passa nos EUA não fica nos EUA, como há muito se sabe e na última década se tornou mais do que óbvio; não fica nos EUA a Economia, nem a Defesa, nem a perversão da Democracia, nem..., nem..., nem...

Falo de tudo isto, poderia falar de muito mais se valesse o esforço... Mas não falo de política, de partidos, de lados. A questão, a mais importante questão, não é essa por importante que fosse numa eleição "normal"

À medida que a campanha eleitoral se aproxima do fim e o futuro de Trump se mostra incerto, a loucura transparece no medo, feito raiva, ódio, numa descontrolada verborreia que vai deixando a nu as suas intenções mais inconfessáveis, as sua aspirações mais recônditas

Prender Kamala, e Biden, se ninguém fizer a fineza de lhes pregar um tiro, ou de os enforcar, como estava destinado a Mike Pence e a Nancy Pelosi. 

E Liz Cheney? Tantos votos lhe poderia ter conseguido, a traidora... Mas não gostou do 6 de Janeiro, esse "dia de amor", como referiu há dias...

 Liz Cheney, «Vamos pô-la face a um pelotão de fuzilamento»

 “She’s a radical war hawk. Let’s put her with a rifle standing there with nine barrels shooting at her, OK?”  (depois de, mais uma, enorme reacção de ricochete já veio dizer que não era isso, uma conversa esfarrapada, era mais ao lado) 

E é preciso julgar em Tribunal Marcial o General Milley sob acusação de traição (que é punida com a morte).

No entanto Trump avisou, muito clara e afincadamente logo no seu discurso de Tomada de Posse, todos aqueles que pudessem ter estado distraídos durante a campanha eleitoral: "America First, it's going to be only America First"


É óbvio que um número elevadíssimo de americanos não sabia de onde vem a expressão "America First"; mais do que uma expressão é uma ideologia, uma política, uma forma de isolamento do resto do mundo, o "cada um por si, nós primeiro e os outros que se lixem". 

É também óbvio que ainda hoje uma grande maioria desconhece a origem do "AFC - America First Committee" (1930/1940/1968), nunca lhes deu para tentar perceber por que é que um militar veterano de guerra, Dwight Eisenhower, se candidatou à presidência dos EUA, nem lhes interessa. A tantos, demasiados, dos que sabem também não lhes interessa, preferem assim uma abençoada ignorância. Nada disto lhes interessa, tudo permitem, tudo.

Imagine-se... 

Com imunidade presidencial... 

Já não é apenas um Bode Maligno, é o porteiro do Inferno

Dia 5 será dia de eleições
E dia 6? E dia 7? 
Virão os resultados, antes disso Trump declarará vitória
Kamala ganhará o Voto Popular, aposto mais de metade das minhas fichas; o Colégio Eleitoral? Está sob o desígnios dos deuses nesta estranha forma de democracia 
E depois, os dias seguintes? 

As portas do inferno estão às ordens do porteiro 

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