Há mais de um ano, talvez dois ou perto, que de vez em quando deparo com o corajoso estrebuchar de um utilizador do Facebook, o Sr Arlindo Consolado Marques (o perfil é público) , conhecido como o "Guardião do Tejo", batalhador incansável contra a utilização do rio como se de uma fossa séptica ligada a um centro de tratamento se tratasse.
A Celtejo já o processou, claro.
Claro porquê? O senhor Arlindo não é importante mas é incómodo e irrequieto e a Celtejo é uma das três fábricas de papel na área mas é responsável por 90% daquela dramática poluição
O problema é, portanto, há muito conhecido e subsistente.
E então?
Lê-se na página de abertura da Celtejo na net:
«A Celtejo é uma empresa com quase 50 anos de conhecimento e experiência na produção de pasta de papel encontrando-se na vanguarda tecnológica sendo reconhecida internacionalmente pela superior qualidade dos seus produtos. Com linhas de orientação que privilegiam a sustentabilidade económica, a preservação ambiental e a rigorosa certificação de qualidade, investimos permanentemente na total satisfação dos nossos clientes. Mas queremos ir mais longe. Para a Celtejo o limite é a perfeição. Novos patamares de qualidade. Novos limiares de inovação. Mercados mais exigentes e competitivos. Juntos, ambicionamos crescer como um todo coeso. Dinâmicos, motivados, construímos todos os dias o futuro de uma empresa de referência mundial.»
«Para a Celtejo o limite é a perfeição», dizem eles... Desconfio que esta rapaziada é como o pretérito, o mais-que-perfeito, pois já ultrapassaram todos os limites.
- Foram levantados cinco processos de contra-ordenação à Celtejo,
ISTO É UMA VERGONHA, UM ESCÂNDALO, UMA PORCARIA, UMA IRRESPONSABILIDADE
«...estes sedimentos são como uma bomba relógio do ponto de vista da poluição, por consumirem oxigénio, inibindo a possibilidade de haver vida no Tejo .../... obrigando a uma intervenção que acabou por identificar a presença de níveis de celulose 5.000 vezes superior ao que seria normal.»A primeira fase da limpeza está orçada em cerca de 1,5 milhões de euros.
Quem paga? A Celtejo? Nááá...
Quem paga é a malta!
E a lei? A lei é complacente
E o Ministério? O Executivo não se mete no Judicial.
Há uma expressão portuguesa, caída em desuso não percebo porquê, que reza assim: "Quando o mar bate na rocha quem se amola é o mexilhão"