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5 DE OUTUBRO É COMO OS CHAPÉUS, HÁ MUITOS, SEU PALERMA!

Hoje é feriado e resolvi dedicá-lo à comemoração da preguiça; poderia dedica-lo à comemoração da fundação do meu país mas grande parte, direi a maior parte, dos meus compatriotas considera isso da "fundação de Portugal" assunto de somenos importância, uns quantos degraus abaixo da implantação, revolucionária e nunca referendada, de um regime. 

Hoje é dia de preguiçar, não vim para aqui discutir aceitações tácitas, já me habituei.

Hoje vim, preguiçosamente, copiar dois excertos de textos que por aqui publiquei há tempo suficiente para lhes poder chamar "vintage" livrando-os do estatuto de "trapos" e ressalvando-lhes a actualidade e poupando-me a exercícios de coerência mental

E pronto, não digo mais nada para não cansar os dedos, vou comer um portuguesíssimo e principesco jantar, daqueles que os republicanos (também) gostam mas hoje, do meu, não comem

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REAL GANA: 5 DE OUTUBRO, QUEM O QUER CHAMA-LHE SEU - 6 Out. 2011

.../... Mas o que eu gostei mesmo que Aníbal tivesse dito, a coroa de glória do discurso "República 2011" foi:


                            É preciso "reinventar o espírito republicano"

Não sei bem o que Aníbal tinha em mente quando disse isto; não sei bem qual a interpretação que os seus ouvintes, o povo português, terá feito mas pergunto-me se o que Aníbal quis dizer foi que é necessário repor o "espírito republicano" em prática, na rua, e...

Bem, 100 anos depois, mais ou menos integrados na Europa, mesmo que a forçar caminho com os ombros, já estamos um bocadinho mais civilizados... já não será necessário desatar aos tiros no Terreiro do Paço para pôr o "espírito republicano" em prática; bastará talvez chegar a Belém e dizer ao dono da casa que faça o favor de pegar na família e regressar à Travessa do Possolo que a chefia do Estado irá regressar ao Palácio da Ajuda - sem eleições, ou consultas, ou referendos, apenas será assim porque uns quantos assim o decidiram em nome do bem do povo, dentro do melhor espírito, e pratica, do republicanismo português.

Era isso Aníbal? Hum...

E faço o favor de não dizer mais nada sobre o tal discurso, de não citar mais nada porque, como as palavras são como as cerejas, ainda acabaria a ofuscar as boas razões subjacentes e a lembrar-me de um tipo que usava botas, e chapéu preto, que também defendia em voz esganiçada que os portugueses "cultivassem estilos de vida baseados na poupança e na contenção de gastos desmesurados" e que "revisitassem o seu país e aí encontrem paisagens esquecidas e um património histórico".

Só essa do "património histórico" é que não convém muito lembrar, não vá a malta, republicana e/ou monárquica, não interessa, a malta portuguesa, um destes dias lembrar-se de que era giro, cultural e histórico comemorar o 5 de Outubro... de 1143, o nascimento do nosso país.
Deixem-se lá disso, guardem o orgulho nacional para os jogos da Selecção, se for possível, para o resto os "100 anos de república" chega.»




«.../... Com o 5 de Outubro passa-se o outro tanto: comemora-se, em feriado consagrado, a implantação da república.
Cem anos depois dessa implantação comemora-se uma república corrupta, sulcada profundamente pela injustiça, criminal e social, recheada de incompetência, autoritarismo de várias espécies, promessas demagógicas, rebaldarias governativas, repressões diversas e por aí fora. Do bom que houve nada sugere que não adviria em monarquia, claro que sim, não foram consequências de regime mas fruto da evolução dos tempos, deixemo-nos de tretas.

Pessoalmente, e sei que não estou em maioria, quando chega o 5 de Outubro prefiro recordar a fundação de Portugal - se há algo a consagrar que seja o germe, a concepção que gerou Portugal, a nação individual e diferente de todas as outras o. E que foi grande, influente, aventureira, corajosa, orgulhosa, inovadora. Foi... Hoje é uma sombra preguiçosa e conivente que disfarça a vergonha na arrogância, na inconsciência, na amoralidade.

Como é óbvio há muito quem pense que não vale a pena estar a gastar um feriado com tais valores, recordações e sentimentos.
Tenho frequentemente ouvido, a propósito da não comemoração da fundação de Portugal a 5 de Outubro de 1143, já "têm" o 1º de Dezembro.

Já têm? "Têm"? Quem, "eles"? Não "nós"?

Não comento, as ilações são claras - e se acaso não forem para alguns não seriam os meus comentários que valeriam a compreensão da gravidade e consequências de tal mentalidade. Seremos, segundo creio, o único país, dito civilizado, que não consagra um dia à sua fundação substituindo-o pelos festejos da implantação, imposta, de um regime. É notável.

Ah mas também há o 10 de Junho... É o dia de Portugal... Não me gozem! O 10 de Junho, anteriormente dedicado a Camões, aquele que consagrava a língua portuguesa no mundo, foi depois partilhado com os povos de língua oficial portuguesa. Seja. Pronto, é bonito. E heis-nos chegados aos "bué", e outras aberrações, nos dicionários da língua portuguesa. Daí a este crime sem nome que é o "acordo" ortográfico foi um saltinho. "Deixa-me rir, essa história não é tua..."».../...


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