O enviado especial de Trump ofereceu-se para "dar" quatro regiões ucranianas à Rússia
(Não, não estou a fazer "graças pesadas" nem é uma notícia falsa, é verdade, uma séria verdade)
Desrespeitando os mais básicos protocolos de segurança pessoal e de Estado, Steve Witkoff, enviado especial de Trump, convidou Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin, para jantar na sua residência pessoal antes de uma reunião na Casa Branca.
Sem problemas, Trump está "na boa" com isso, quando do seu primeiro mandato convidou o ministro dos negócios estrangeiros russo e o embaixador russo em Washington para a sala oval, acompanhados de jornalistas russos da Tass (e só esses, os americanos que esperassem que aqueles senhores saíssem);
Trump tinha a certeza absoluta de que todos os jornalistas eram só jornalistas, nenhum deles era por certo um tipo treinado para tomar notas mentais de tudo o que via, de protocolos de segurança, quantidade de activos, passagens usadas apenas por pessoal interno e mais não sei quantas coisas que não interessam nada aos russos. Da mesma forma que seria absolutamente descabido pensar que um enviado de Putin, com motorista e seguranças, seria capaz de plantar qualquer micro-aparelho de vigilância em casa de um colaborador de Trump para assuntos da Rússia. Que disparate!
Também de referir que o enviado russo está sujeito a sanções americanas na sequência da invasão russa mas esse parece ser um pormenor irrelevante. Foi aquele que Putin mandou e isso é que interessa, não vale a pena levantar questões só para embirrar.
(Ignoro se o total desrespeito da Rússia pelo cessar-fogo parcial incondicional, proposto por Trump e assinado em Março, faz hoje 1 mês, terá sido abordado)
Steve ofereceu-se pessoalmente para "apoiar" o direito da Rússia a ocupar as regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk.
Não sei por que não englobou a Crimeia no pacote... Será por o presidente dos Estados Unidos considerar que a Crimeia já pertence à Rússia não fazendo assim sentido que seja objecto de negociações? Não sei, digo eu...
Considera o bom camarada Steve que "esta é a maneira mais rápida de acabar com a guerra".
Então e depois?
Depois, mais exactamente 48h depois ‐ sexta-feira 10/04 - Steve foi a S. Petersburgo e foi recebido por Putin, himself.
Sim, em S. Petersburgo, porque Putin não mete americanos no Kremlin, ele lá saberá por quê...
Segundo ambos, tiveram uma agradável e produtiva conversa.
Para rematar com um nó dourado, o general Kellogg,enviado especial de Trump para a Ucrânia, disse,enquanto Steve Witkoff estava na Rússia:"Quase poderíamos fazer parecer o que aconteceu em Berlim depois da Segunda Guerra Mundial, quando havia uma zona russa, uma zona francesa, uma zona britânica, uma zona americana".Compreendo que, quando se trata de resolver problemas graves, letais e desestabilizadores do mundo, soluções radicais e generosas devem ser implementadas;
Se alguém por aí tiver o número de telefone do primeiro-ministro do Canadá, por favor envie-mo, quero sugerir-lhe que ofereça os EUA à União Europeia, ou à Dinamarca, se considerar preferível.
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