No Domingo, 16 deste mês, fui ao Pavilhão Atlântico ouvir o Dalai Lama.
À saída sentia-me muito atordoada, muito pequenina, e um quanto desiludida. Mas por quê? Levei o resto da tarde com a desagradável sensação de estar com uma valente ressaca. Se gostei? Sim, gostei muito, gostei mesmo, mas não conseguia dizer mais nada, nem por que tinha gostado nem, muito menos, por que me sentia tão esquisita.
No dia seguinte, lá para o fim da tarde, comecei a conseguir juntar meia dúzia de pensamentos sobre o assunto.
Creio que, de um modo geral, as pessoas foram ouvir o Dalai Lama na expectativa de colher daquele homem sábio alguns ensinamentos que pudessem, de alguma forma, traduzir-se numa sensação de Paz. Foi o que aconteceu comigo e, pelas conversas que tive com pessoas que me acompanhavam, aconteceu com muito boa gente.
Mas não houve paz.
Aquele homem irrepreensivelmente amável, com uma alma tão velha quanto o mundo (com reencarnação ou sem ela, não discuto), já viu todos os sofrimentos e toda a opulência que povoam a Terra, sem se deixar perverter na sua genuína alegria, sinceridade e ausência de ódio, “não nos veio trazer a paz mas pedir-nos uma espada”. Esta viagem que o Dalai Lama está realizando por diversos países tem por objectivo sensibilizar, alertar e pedir apoio para a “Causa Tibetana”; as conferências e reuniões agendadas não se destinam à divulgação do Budismo Tibetano nem mesmo à exposição dos seus pensamentos religiosos. Esta foi uma visita secular – daí o vergonhoso comportamento do nosso governo que não quer afrontas à China, (provavelmente para não hostilizar os milhares de chineses que vieram para Portugal colonizar o pequeno comércio e não só...).
A este propósito, ontem vi no Euronews a Senhora Chanceler Federal Angela Merkel a receber o Dalai Lama apesar dos protestos da China junto do seu embaixador na Alemanha. As autoridades chinesas suspenderam um encontro entre juristas dos dois países, defendendo o “isolamento internacional” do Líder Tibetano, tendo mesmo “exigido que a Alemanha não permitisse a sua entrada no país, e que este não fosse recebido por autoridade oficial alguma”. Obviamente que o mesmo terá sido comunicado ao nosso governo, a diferença é que ninguém o comunicou aos portugueses. Foi dada uma desculpa esfarrapada por um esfarrapado executivo. (Perdoem–me os portadores de cromossoma Y mas de facto às vezes é preciso ter dois XX para … pronto, não digo mais).
Todos os que estivemos naquele Pavilhão não conhecemos Sua Santidade o Dalai Lama mas sim o Líder, no exílio, do povo tibetano e, mesmo assim, eu senti-me um grão de areia… Um dia gostava de o convidar para jantar.
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The Shell
The precious white conch shell is the original trumpet of Tibet. Although it has been many years since the shell has been used to call Tibetan troops to battle, it is still used to call monks to prayer in Buddhist monasteries.
For Tibetans, the shell is a symbol of power and authority. The blast of the trumpet, the reverberating sound of the truth of the dharma, is able to banish evil in all its forms. Auspicious blowing horns are fashioned from the right-spiraling white conch.
Shells with a right-hand spiral, rare in nature, are considered especially sacred. The three curved lines on the Buddha's throat symbolize his conch-like deep and resonant voice. The right hand spiral is reflected in the Buddha's hair, his urna ("third eye") and his navel.
Hindu tradition holds that the white shell represents the priest class, the red shell the warriors, the yellow shell the merchants and the gray shell the laborers.
IN:
Hear Tibet! - Self-Determination for the Tibetan People http://www.heartibet.org/