No passado dia 5 deste mês :
" Presidente da República inaugurou, esta segunda-feira, a tradicional Árvore de Natal em Belém, no meio de uma festa com prendas e muitas crianças, filhos de militares e agentes de segurança que estão no estrangeiro em missões de representação de Portugal."
Ok, é bonito, fica bem.
A festa é também noticiada na Página Oficial Da Presidência da República Portuguesa(http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=22879) onde se pode encontrar um vídeo que nos mostra o discurso do Presidente da República, ao lado de uma Primeira Dama muito ciente do seu papel (estamos no Natal e prometi a mim mesma tentar ser simpática ), durante a inauguração da árvore de Natal. Bem, é natural, é apropriado e é bom marketing.
O que na altura me chamou a atenção foi que logo aos primeiros 30 segundos de discurso o Primeiro Cavalheiro refere-se a si mesmo e à Primeira Dama dizendo: "eu e a minha mulher". Sim, por esta ordem. Bem... será imposto pelo protocolo de Estado que o P.R. não deva dizer, civilizadamente "a minha mulher e eu"? Pois não sei, provavelmente será ignorância minha... Ou será que é ignorância mas não minha? Seja lá como for não gostei e posso jurar que se eu fosse P.R. (credo!) nesta situação concreta, a receber o pessoal em minha casa, borrifava-me no protocolo e referiria a outra pessoa primeiro. Pois, já sei, mas isso sou eu, que não sou exemplo e já vai de mim andar a borrifar-me nos "protocois".
Até aqui foi só um aperitivo e não foi isto que me trouxe cá, ou já teria vindo antes. Isto é mais importante para a Primeira Dama do que para mim, ela lá sabe quem é que manda lá em casa e não deve estar para se chatear com detalhes.
Adiante.
O que me trouxe cá hoje foi um bocadinho da troca de galhardetes que ouvi há pouco, num noticiário tardio, quando saltitava de canal em canal. Refiro-me, claro está, aos discursos de José e de Aníbal por ocasião da apresentação dos tradicionais cumprimentos de Natal do primeiro-ministro e da Assembleia da República ao Presidente da República. Ao que foi dito não vou fazer comentários por duas razões: primeiro porque não vale a pena - nem vale o tempo de o escrever nem menos o tempo de o lerem; segundo porque estamos no Natal e prometi a mim mesma tentar ser simpática. Ah, mas não resisto a reflectir, e divulgar a algum incauto que tenha perdido tal pérola, sobre a forma como disse o Senhor Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva. Ele disse textualmente assim:
"Que eles (os cidadãos) se apercebam do facto que as Instituições políticas valorizam os valores que são próprios desta quadra natalícia e que trabalham em conjunto com um espírito construtivo para construir um Portugal mais justo e um Portugal mais próspero".
Bem dezido! Não acreditam? Sou eu que estou a inventar? Ai é? Então tomem lá: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=378560&tema=28
Não se tratava do Tio Aníbal a discursar para a famíla e amigos lá em casa pela consoada, que raio, era o Presidente da República, num acto oficial, a receber o Governo e o Presidente da Assembleia
Se eu fosse a Primeira Dama (credo! cruzes!) chumbava-o. Sim, porque a Drª Maria Cavaco Silva, que casou e vive com Aníbal há 45 anos, licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1977, passou a ser a regente de Língua Portuguesa na Universidade Católica, em Lisboa e, até hoje, mantém essa ligação, em aulas extraordinárias de Língua e Cultura Portuguesas.
Verdade se diga, não há omeletes sem ovos, mas, que diabo, o homem não é estúpido... Será que Maria não Vê? Será que não Ouve? Será que ninguém da competente equipa presidencial se apercebe desta e de muitas outras? Será que ninguém se atreve a falar nisso? Ou será que é para chatear a Maria de Lurdes Rodrigues e demonstrar a falha da avaliação de professores?
Agora não me posso ir embora sem deixar nem um palavrinha do que disse José, é Natal e...
O primeiro-ministro, José Sócrates, enalteceu esta sexta-feira o «comportamento absolutamente impecável» que o Presidente da República tem mantido na sua relação com o Governo, atitude que «tem ajudado muito» a acção do executivo, escreve a Lusa. ORA BOLAS, escrevo eu, se o Manel tivesse sido eleito não gozavas assim, ah pois não...
«Quero dizer-lhe senhor Presidente, em nome do Governo, que gostamos de trabalhar consigo (QUE BOM!) .../...quero que saiba o quanto apreciamos o comportamento absolutamente impecável da Presidência da República na cooperação institucional com o Governo», disse o chefe de Governo, ao apresentar no Palácio de Belém os cumprimentos de Boa Festas a Cavaco Silva.
E isto agora sou eu a pensar baixinho:
«comportamento absolutamente impecável»? O outro trata a Maria de "Eu e ela"; o outro "valoriza os valores" e quer ser "construtivo para construir"; quer dois portugais, um mais justo e um mais próspero, e é «absolutamente impecável»? Finalmente entendi porque José acredita que o país está no bom caminho e 2009 vai ser muito melhor.
Sim, eu sei que a questão de fundo não é esta, sei bem que é grave, muito mais grave.Mas é Natal e...
Para aliviar a mente deixo-vos com dois personagens completamente diferentes, que fazem traquinices no "País dos Brinquedos", suponho que os conheçam, o Sonso e o Mafarrico
(O Mafarrico é o que está à frente a dizer que é o Primeiro, o Sonso é o outro, óbvio)
Nota: Todas as Fotos foram retiradas da "Página Oficial da Presidência da República Portuguesa", à excepção da do Sonso e do Mafarrico que retirei do site do Noddy
3 comentários:
Realmente... Não imagino D. Duarte a dizer: " Eu e a Isabel..."
O protocolo vem de pequenino...
Portuguesmente falando o PR é economista, tecnocrata e tecnicamente económico. Não sejas tão exigente.
O 1º quer mostrar que sabe ser magnânimo e reconhecer as qualidades dos seus adversários, rechaçando a fama de arrogante que se lhe colou às costas.
O Sonso e o Mafarrico são personagens completamente diferentes, dizes bem, mas "algo está podre no País dos Brinquedos".
Já dizia o Vasco Pulido Valente:
"Tirar o Cavaco de Boliqueime, foi fácil.
Agora, tirar Boliqueime do Cavaco..."
Boliqueime não sai, nem com gasolina... Mas Vilar de Maçada mais do que maçada, é uma chatice.
O Senhor D. Duarte é nobre, e não é por ser fidalgo, sim, porque chapéus há muitos...
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