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A
SEXTA-FEIRA 13
DE JOSÉ SOCRATES





Eram 8h e picos da noite, sexta feira 13. Acendi a luz do meu quarto e poff: fundiu-se uma lâmpada, pifou-se a corrente eléctrica. Como as tomadas de corrente têm um circuito independente procurei o comando da TV para obter alguma luminosidade; carreguei no primeiro botão de escolha de canais que me surgiu sob o polegar e apareceu-me a brilhante e nítida imagem de José Sócrates no meu novo e lindo LCD. BLAHH...

Ah, mas espera, isto é giro... Adiei a urgência de restabelecer o circuito eléctrico de iluminação e fiquei ali sentada na cama a ouvir a reportagem


"José Sócrates aprovou em 2001, como ministro do Ambiente, o estatuto de imprescindível utilidade pública de um plano de pormenor de um projecto em Setúbal, sem que o dito plano existisse na realidade.É um caso de alegado favorecimento que envolve o nome do actual Primeiro-ministro e outro ministro de então, e que diz respeito ao projecto imobiliário «Nova Setúbal», considerado de grande importância pelo Governo. "
.../...
"O despacho é assinado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, e pelo colega do Ambiente, José Sócrates. O problema é que o Plano de Pormenor, considerado de imprescindível utilidade pública, só viria a ser aprovado anos depois. Em 2008 é finalmente publicado em «Diário de República». Ou seja, os dois Ministérios aprovaram um plano que não existia. O mesmo é dizer que não conheciam. Além do mais, a aprovação é dada sem uma avaliação de impacto ambiental.

O estatuto de imprescindível utilidade pública é dado com base na infra-estrutura desportiva a construir, ou seja, o futuro campo do Vitória Futebol Clube.

Na zona onde se abateram os sobreiros vai nascer apenas um centro comercial junto à estrada para o Algarve. Noutra zona povoada por árvores vão erguer-se casas 7500 fogos para 30 mil pessoas, ou seja, um terço da população actual da cidade. Longe de tudo isto, está o esperado estádio de utilidade pública, que está previsto para uma zona deserta, a dois quilómetros da área do abate. .../..."
Excertos do texto publicado em:

http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042619



Devo dizer que a notícia ao vivo e a cores excede largamente o "apanhado sumário" que pode ser lido na página da TVI. Excede mesmo todas as minhas expectativas para uma noite de sexta-feira 13, especialmente se nos dermos à atenção e ao trabalho de ir relacionando os nomes - de indivíduos e de empresas - que vão surgindo repetidamente ao longo do encadeamento de notícias que se seguiu tendo por máximo dominador comum o José. Rapaz activo...

Um dos nomes que chama a atenção: Sociedade Lusa de Negócios; sim, a mesma que agrega no seu Grupo empresas que devem 300 milhões de euros a clientes do BPN (in TSF 1 Fev.09), grupo do qual fazem parte a PLURIPAR e a SADISETÚBAL – IMOBILIÁRIA, SA., que estabeleceram um protocolo "salvador" com o Vitória de Setúbal, e com a respectiva Câmara Municipal, que me faz pensar que iremos ouvir falar desta rapaziada ... É giro de ler em: http://www.vfc.pt/noticias/clube/08_09_08_plano_pormenor



Digo isto não por ser desconfiada mas porque quando penso nas negociatas de bastidores, que foram feitas a um nível bem mais pequeno, com a DINENSINO/Universidade Moderna nestes últimos anos (pois... não as da bronca do "Caso Moderna", as posteriores, de 2003 até agora e cujo mais sumarento da bronca ainda está por vir, digo eu....

Setúbal é uma zona propensa a estas confusões... Será dos camelos que populam o deserto da margem esquerda?

Bem mas estou-me a afastar do tema José, que me é sempre tão querido.

Como se não bastasse esta coisa da NOVA SETÚBAL e da assinatura do plano de pormenor inexistente, reinsere-se a notícia do abate dos mais de 1300 sobreiros iniciado pela PLURIPAR há dois dias, não para o tal campo de futebol de "Utilidade Pública" mas para a construção de um Centro Comercial, apesar da providência cautelar interposta segunda-feira pela Quercus no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (LUSA 11Fev.)

Lamentavelmente não foi referido o facto de, mesmo depois de ser dado conhecimento, no local, da existência da tal providência cautelar, não foi suspenso o abate das árvores; nunca foi exibida a cópia do pedido de certidão da autorização de abate de sobreiros, pedida com caracter de urgência no dia 9 e, só quando o Ministério da Agricultura foi notificado da Decisão do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa ao final da manhã, já tinham ido "pró galheiro" a maior parte dos sobreiros, é que o trabalhinho foi suspenso. Pois é, mas agora não dá para por fita-cola...

Ficamos por aqui? Ah, não... É que...

"O investidor do projecto «Nova Setúbal», que conseguiu uma autorização supersónica por parte dos ministros José Sócrates e Capoulas Santos para abater sobreiros centenários, era um dos parceiros de referência do Banco Português de Negócios (BPN).

De acordo com actas da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) a que a TVI teve acesso, Emídio Catum e o empresário Fernando Fantasia, detinham inúmeros projectos imobiliários financiados pelo banco. A parceria era tão grande que nem os próprios accionistas sabiam bem o que pertencia exactamente a cada um.
Nos últimos dias à frente do BPN, Oliveira Costa foi forçado a prestar contas sobre os múltiplos projectos imobiliários do grupo. Há um ano, no dia 12 de Fevereiro, o presidente da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) reuniu-se com a Comissão de Avaliação e Nomeações e começou a abrir o jogo. Emídio Catum e Fernando Fantasia, administrador da SAPEC, foram identificados como os dois grandes parceiros de projectos imobiliários.

Em Rio Frio, localização chumbada para o aeroporto de Lisboa, por razões ambientais, o BPN não hesitou em investir em dois projectos imobiliários de grande envergadura.
Um deles é chamado de Sede com 1600 ha, tem activos calculados em 246 milhões de euros e um custo de 53 milhões. Oliveira Costa explicou que este activo se encontra consolidado nos fundos imobiliários, mas existia um acordo de recompra, ficando a SLN com 50% e Emídio Catum com a outra metade.

(mas onde é que eu já ouvi isto...?)

Já o projecto Rio Frio 2, com 3600 ha e um custo de 89 milhões de euros, diz acta que «estava em nome do Sr. Catum ou do Sr. Fantasia e era também para ser detido a meias pela SLN e pelo Sr. Catum».A acta refere ainda que a aquisição foi financiada com garantias do BPN, facto que ficou para esclarecimento posterior.A falta de consolidação dos projectos nas contas, bem como de certezas quanto à titularidade dos investimentos, parecia ser regra. .../..."
Excerto do texto, com mais promenores jucosos, publicado em:

http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042635



Depois.. bem depois o Freeport com os novos desenvolvimentos:

"Um dos sócios da sociedade de advogados Vieira de Almeida, alvo de buscas no âmbito da investigação do Freeport, foi ao mesmo tempo Administrador na compra e venda do imóvel do Freeport. " Blá, blá, blá, etc, etc. etc.

Bem e por hoje já chega, não? NÃO ! Segue...



COVA DA BEIRA

"José Sócrates chegou a ser considerado suspeito. A PJ chegou mesmo a pedir buscas a casa do então secretário de Estado do Ambiente, mas estas foram recusada pelo MP.

Na altura das investigações José Sócrates chegou a ser considerado suspeito, pelo menos pelos investigadores da Polícia Judiciária, que chegaram mesmo a pedir buscas a casa do então secretário de Estado do Ambiente. Das quatro buscas pedidas na altura, a única não autorizada pelo Ministério Público foi à casa de José Sócrates.

A TVI sabe que não foi uma decisão pacífica e que, num primeiro momento, o Ministério Público terá dito que «sim» para, dias depois, voltar atrás. Em entrevista à TVI o procurador justificou-se dizendo que os elementos do processo não foram por si considerados suficientes para pôr em causa uma figura pública como José Sócrates.

Onze anos depois das primeiras denúncias, o caso de alegada corrupção no concurso da estação de tratamento de lixos da Cova da Beira vai finalmente chegar a julgamento. No banco dos réus vão sentar-se António Morais, antigo professor (das 4 cadeiras) de José Sócrates, e a sua ex-mulher, que estão acusados de corrupção passiva e branqueamento de capitais."
in:
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042623

E mais...

".../... Horácio Carvalho, um empresário da Covilhã, é acusado de branqueamento e corrupção activa, que é como quem diz, acusado de ter pago «luvas» para ganhar o concurso público internacional. A carta anónima que denunciou o caso, garantia que José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, tinha recebido 150 mil contos. Mas essa parte da denúncia acabou por ser arquivada pelo Ministério Público. A TVI sabe que o enorme processo já chegou ao tribunal da boa hora, e que será distribuído na próxima segunda-feira."
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042621




Já chega? Espera, é só mais este bocadinho:



OBRAS ASSINADAS POR SÓCRATES

"O já célebre caso dos projectos de obras na Guarda assinados pelo engenheiro técnico José Sócrates, hoje Primeiro-ministro, passou a caso de polícia
.../...
Em 2007, o jornal Público denunciava que 23 projectos assinados por José Sócrates, na zona da Guarda, tinham sido elaborados por técnicos camarários locais, o que é proibido, e assinados por Sócrates, o que é crime. O facto foi admitido a uma rádio local pelo, na altura, presidente da Câmara da Guarda, Abílio Curto.Olhando para o processo de uma casa de Covadoude a situação parece evidente. A letra dos cálculos do betão é similar à letra de um dos técnicos da Câmara que aprovou o processo, o engenheiro Fernando Caldeira.

Em 2007, o Público falou com as pessoas que encomendaram as 23 obras assinadas por Sócrates e todas, menos uma, reconheceram ter encomendado as obras a técnicos da Câmara

.../...
Uma comissão interna da Câmara da Guarda analisou o caso das casas assinadas pelo engenheiro técnico José Sócrates. A comissão não interrogou nenhum dos técnicos, não falou com as pessoas que encomendaram as obras, mas conseguiu negar que Sócrates tivesse assinado projectos que não eram seus, eventualmente a troco de dinheiro, dizendo: «1. Foi publicamente declarado pelo autor dos projectos, a sua autoria e responsabilidade; 2. Facto este que é reconhecido notarialmente em vários documentos da época, constantes em processos».
Fica, portanto, por perceber a razão que levou a comissão interna a não se interrogar a respeito de um facto espantoso: há dezenas de assinaturas diferentes de José Sócrates ao longo dos processos. Das duas, uma: ou o actual Primeiro-ministro nunca assina da mesma maneira ou as assinaturas não são dele. Esta ilegalidade é desvalorizada pelo actual presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente. "

Excertos do texto publicado em:
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042644



Para rematar, antes do intervalo para decansar a barriga:

RECESSÃO

"O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, diz que o Governo não está totalmente surpreendido com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que colocam Portugal em recessão técnica. Mas, ao mesmo tempo, Teixeira dos Santos afirma que em Novembro, quando foi aprovado o Orçamento do Estado, não esperava que a quebra da economia fosse tão acentuada." http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1042490




Pois é... Quando José apontou em Novembro para um crescimento económico na ordem dos 1,8%, vem agora o I.N.E. apresentar um decréscimo de 2,1%, mais de 0,5% abaixo da média da Zona Euro... pois é muito inoportuno.

Como é que José não há de estar chateado por lhe terem chamado Pinocrates? (Sim, até nisso falaram no jornal da noite) Pois tem de estar... coitado.

Mas que sexta-feira 13... O que estarão as bruxas a cozinhar mais... Já lixaram o fim-de-semana ao homem... Acham bem?



2 comentários:

cereja disse...

Se fosse só uma sexta-feira...
Neste caso podemos mesmo dizer que quem semeia os ventos só pode apanhar com tempestades.

Alex disse...

Por mim o Adamastor que o carregue.

Mas fiquei hilariante de festa, confesso, por aquelas reportagens todas seguidinhas coincidirem com uma 6ª-f 13. Acho que o bicho vai virar crente...