Na minha humilde opinião:
O português que se fala por este mundo, foi transmitido e herdado do "nosso" português, o único, o pátrio.
Se no Brasil, em Angola, Moçambique e os outros quantos países actualmente ditos "Lusófonos", se falam e escrevem outras línguas provenientes da língua-mãe, pois que falem, que escrevam, que lhe chamem o que quiserem - como essa do "português do Brasil" tão costumeira pela Microsoft e afins; cá por mim até poderia chamar-se "brasileirez", PORTUGUÊS não é.
Não se trata de qualquer "chauvinismo linguístico", não tem sequer qualquer relação com a evolução da língua nem com a aculturação; é natural e compreensível que a dada altura tenham surgido palavras como "futebol", em vez do já ridículo football, e outras quantas situações semelhantes. A questão é outra, é o abandalhamento total em nome de uma "abertura" e de uma "modernidade" falsas, perniciosas, idiotas e hipócritas. A quem serve o abandalhamento cultural? Quem tem a ganhar com a desfiguração de um elemento primordial da identidade de Portugal enquanto Nação?
Será que passaria pela cabeça de um britânico de gema de repente assinar um acordo e desatar a escrever como um "born in the USA"? Alguém acredita que um espanhol "de verdad" iria na converseta de trocar o seu castelhano de longa data por um "castelhanez" qualquer hablado ali para as bandas do continente sul- americano?
Salta à vista que é um perfeito disparate, um absurdo, uma inutilidade viciosa. Há coisas que, realmente, só "nós" nos lembramos, "nós" que estamos muito à frente... Que tristeza! Que vergonha! Que estupidez!
Nem sequer, desta feita, podem vir com o super-argumento da defesa da diversidade cultural e a protecção da língua. O que se pretende é exactamente o contrário - uma unicidade manhosa e uma exposição à preguiça, à ignorância etimológica e gramatical, que, no fundo, não agrada a "gregos nem a troianos", tendo no entanto o devasso efeito de permitir que sejamos penetrados pelos vários "equinos troianos", com a nossa permissão, acordo, assinatura e sorriso diplomático. Que bestas!
E depois não gostam quando o tipo idiota das anedotas brasileiras é sempre o "Manuel-portuga"... por que será? Porque o emigrante é bronco? Ahh, percam as peneiras... porque NÓS somos broncos.
Somos broncos, complexados, temos falta de amor-próprio e gostamos de nos auto-denegrir mostrando "saber muito mais do que o vizinho", até sabemos como é "lá fora" e lá fora é que é bom. Pois, mas desta vez "lá fora" não é assim, esta é mesmo muito nossa. Uma coisa é verdade: este tipo de mentalização tem dado resultado, e está à vista.
Ignoramos os nossos cientistas, não lemos os nossos autores, não preferimos os nossos bons produtos e, já agora arranjemos uma língua alternativa... Troca por troca eu preferia o italiano, está mais próximo da origem latina e sempre me divertia mais no duche, cantando o fado em tom de ópera, sempre é mais chique do que à laia de samba ou de morna e areja muito mais este pulmãozito que anda tão apertado. HAAAAAIIIIII!
Não há por aí mais ninguém que esteja chateado? Há, há sim, e muitos. Então?
PETIÇÃO / MANIFESTO ON-LINE
A caminho das 200 000 assinaturas!
Este documento foi entregue em mão a Sua Excelência o Presidente da República no dia 2 de Junho de 2008, em audiência concedida a um grupo de signatários.
Oportunamente será entregue a Sua Excelência o Primeiro-Ministro, com todas as assinaturas que vierem a registar-se até então. As primeiras 17.300 assinaturas foram entregues a Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República no dia 8/5/2008 que também recebeu em 15/5/2008 as 33.053 assinaturas existentes nessa data.
A recolha de assinaturas continuará em linha na internet aguardando a marcação da sessão da Assembleia da República que a apreciará, dado que atingiu as 4 000 assinaturas para tal necessárias, as quais estão a ser diariamente reforçadas neste endereço:
Actualização: 107 321 assinaturas em 13 de Abril de 2009
POR FAVOR VISITE O BLOG OFICIAL:
Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico
"nem ao menos que o nosso “Eu te amo”, em solo luso, se diz “Amo-te”.
(...)um idioma que divirja justamente na frase “Eu te amo” não pode ter nenhuma esperança de unificação, falada, escrita ou o que seja.(...)"
(ligação não disponível, texto em linha no blogue do autor)
"Em Junho, o ministro da Cultura (português) afirmou no Brasil que se o acordo é uma coisa boa, "então que seja o mais depressa possível". Mas acrescentou: "Se é má, então não queremos, pura e simplesmente."
"Como o acordo é uma coisa péssima, basta pegar-lhe na palavra e continuar a assinar a petição. Não queremos, pura e simplesmente."
4 comentários:
O que é idiota é a necessidade de um acordo ortográfico. Porque a necessidade de uma língua ESCRITA comum é uma realidade: anglo-saxões, francófonos e "castelhanos" entenderam-no há muito e fixaram um "espanhol internacional", um inglês ou um francês da diplomacia. Mas cada um, lá em casa, continua a escrever e a falar como sempre fez.
Não temos de discutir as evoluções que o português sofreu lá onde se impôs; os nossos colonos e os nossos soldados não eram, certamente, os nossos melhores embaixadores culturais e as realidades locais, a anos luz de distância da "pátria" falaram mais forte. Da mesma forma que, no sul de Portugal, a língua galaica que os portucalenses falavam antes da (re)conquista cristã, foi profundamente influenciada pelo árabe, e deu o português moderno que hoje falamos. Os portugueses, e a língua portuguesa, são produto de múltiplas miscigenações. Que continuaram nos "novos mundos que os portugueses deram ao mundo". Na Europa, perdemos o controle da língua deles, lá longe. É como um filho que cresce e parte para a própria vida.
Os brasileiros, timorenses, angolanos, etc. não têm, como nós, a necessidade de respeitar a etimologia, sintaxe e construção da nossa língua (numa palavra: a história), porque essa não é a história deles. Estão-se marimbando. Mas se se estão marimbando, é, também, porque os "donos" da língua mãe pouco fizeram para a divulgar e fixar condignamente.
Se o português é uma língua falada por cerca de 250 milhões de pessoas, é porque só brasileiros são 180 milhões. Estamos no reino da estatística e não no da cultura. E uma política comercial de edição comum não é uma razão completamente válida, porque "mal acomparado", não se vendem muitos mais livros no Brasil que em Portugal. E os brasileiros que lêem, poderiam perfeitamente ler edições portuguesas. A diferença é que eles lá, defendem certos valores "nacionais", como a indústria e uma cultura próprias.
Numa coisa concordo contigo, e já o disse alto e bom som, lá no Brasil: digam que falam brasileiro, seria bem mais correcto. Mas essa é uma guerra perdida: apesar de todos os complexos coloniais, os brasileiros têm orgulho de falar português. E apesar das anedotas do Manuel e do Joaquim, os que sabem, têm uma profunda admiração pelo que os portugueses lá fizeram. Não é por acaso que o Brasil é, se não me engano, o único país da América que não se "libertou" do jugo colonial. Pelo menos, até meados do século XX, o pensamento político brasileiro era eminentemente português. E isso também explica muitas outras coisas.
Está certo ZéPedro; eu também me estou "marimbado" para como cada um fala e escreve lá na sua terra. As geografias e culturas próprias criam linguas próprias, ainda que, nesta acepção "língua" tenha um sentido pouco exacto e muito lacto;
o que eu não aguento é que passe pela cabeça de tinhosos com capacidade - juridica, executiva e legislativa, entenda-se, e só - para me porem a mim, aos cidaão de Portugal, a escrever de acordo com o "outro português" (se é que isto pode fazer algum sentido...)
kalker dia tamus tds a excraver bué fácil , cm dá + geito akada 1, pq ñ?
109800 IOLANDA SUÉLI GIL DE AMORIM
ASSINO CONTRA
Eu também Iolanda, também assino contra mas não é aqui no blog que o deve fazer, é seguindo o link que está no texto ou clicando sobre a imagem da petição, ok?
Enviar um comentário