Meus queridos amigos,
a seguir à publicação do meu último post no dia em que o Merlin partiu recebi um número invulgar de e-mails, alguns comentários no blog e vários telefonemas fracassados que, até agora, ficaram sem resposta.
Hoje envio um e-mail "colectivo" porque aquilo que tenho a responder é exactamente o mesmo a todos e não faria o menor sentido estar a enviar e-mails um a um, fazendo um copy/paste de "chica-esperta" cortando aqui e acrescentando ali.
O que tenho a dizer-vos é um obrigada do fundo do coração; não por ser politicamente correcto, não por ser educadinho mas porque me sinto de facto mais agradecida do que poderão imaginar.
Senti que haviam "do outro lado" muitas pessoas que percebiam que a morte de um companheiro de quase 12 anos, que criei desde os dois meses, mesmo sendo um cão, o meu cão, não é coisa que se engula com um soluço e se passe adiante.
Ouvi muitas sentenças estúpidas, ainda que bem intencionadas, dentro do melhor estilo: "Deixa lá já estava velhote,,, agora compras outro". Não comento, já adjectivei que chegue.
A semana que passou teve muito vazio; vazio ao chegar a casa, vazio após o meu filho ir para a cama, vazio depois de o deixar na escola à hora em que eu costumava rosnar por um café e o Merlin tinha mais 35 xixis para fazer e 200 sítios para ir cheirar, vazio ao acordar sem tropeçar nos "dez" rottweilers que apareciam entre a minha cama e a casa de banho, vazio vazio este primeiro fim de semana que agora acabou.
Para o Luís também foi complicado... Ao longo dos seus 7 anos creio que nunca se passaram 24horas sem o Merlin, nem nas férias. Um dos momentos mais duros foi contar-lhe... Confirmei o que já pensava: o Luís é um menino muito corajoso e positivo. Quando recuperou o fôlego e parou de chorar de repente, disse-me – "Mãe não podes chorar porque já sabes como o Merlin fica aflito quando tu choras e ele agora vê tudo... e nem sequer pode vir ao pé de ti dar-te marradinhas, não lhe faças isso".
No meio de tudo isto, e mais, espero que vos tenha conseguido dar a noção de como todas as vossas mensagens, telefonemas – maioritariamente fracassados – e e-mails foram de facto importantes e doces.
Muito obrigada a todos.
Irei "postar" este e-mail que vos envio, tal e qual, porque há algumas pessoas que me contactaram e de quem não tenho o contacto.
O PEDRO É JOVEM PORQUE A SUA IDADE ASSIM O DITA E É SABIO PORQUE, ENTRE VÁRIAS OUTRAS RAZÕES, SABE QUE OS CÃES SÃO ANJOS QUE PARTILHAM AS SUAS VIDAS CONNOSCO DURANTE ALGUM TEMPO E DEPOIS RETORNAM AO CÉU DE ONDE CONTINUAM A GUARDAR-NOS.
OBRIGADA QUERIDO PEDRO, FIZESTE-ME SORRIR DE FACTO.
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