Sexta-feira à noite, quero é sopas e descanso, nem me dou ao trabalho de comentar (como dizia o outro: "Palavras para quê?" )
Há 4 dias escrevia eu por aqui sobre as cegas e tenebrosas intenções da extrema-direita europeia e americana, concretamente o AfD da Alemanha que considera :
“A NATO não é atualmente uma aliança de defesa. Uma comunidade de defesa deve aceitar e respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo os interesses da Rússia”.
“O governo alemão deve optar pelo final da guerra. A Rússia ganhou esta guerra. A realidade surpreendeu aqueles que afirmam querer tornar a Ucrânia capaz de vencer a guerra”.
E finda a citação acrescentei:
«Se, até finais do Séc.XX, alguém viesse dizer que após uma década de Séc.XXI veríamos a extrema-direita europeia (e americana) defender a Rússia e os seus interesses, mesmo os que declaradamente tem sobre o Ocidente, seria tido como louco ou supinamente ignorante. É espantoso!
E a quantidade de amiguinhos que estes gajos têm... Andam todos a comer da mesma malga, doa a quem doer.»
Hoje o gajo que, de facto, está a mandar no outro gajo que encabeça o partido republicano e, que de hoje a um mês irá mandar nos EUA, saiu-se a enviar "flores e corações" à líder do AfD:
E ela, Weidel, respondeu ao Dear Elon, mandando beijinhos a Trump:
E depois disto a fofinha comentou:
"Sim, tem toda a razão, Elon Musk! Veja a minha entrevista sobre o presidente Trump, como a socialista Merkel( !!!) arruinou nosso país, como a União Europeia Soviética( !!!)destrói a espinha dorsal econômica dos países e sobre o mau funcionamento da Alemanha!"
Acabadinha de escrever isto e pronta a carregar na tecla "Publicar" caiu-me no e-mail uma opinião que não quero deixar de partilhar aqui; é que parece que nada do que digo acima é grave, é só mais um faits divers. Não é. Trump é perigoso, Musk é um abismo
«Utilizando uma técnica de “caos estratégico” e armado com a sua imensa riqueza e a propriedade da plataforma de comunicação social X, Musk transformou-se num "agente activo de influência" que utiliza essa técnica para minar a unidade do Ocidente e desestabilizar as instituições democráticas”
O endosso de Musk via X da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, é outro sinal da sua crescente influência na Europa. Os democratas devem investigar os laços de Musk com Moscovo, o seu acesso a contratos com o governo dos EUA e a sua autorização de segurança.
A intromissão de Musk vai muito além dos tweets, com laços secretos e ligações a Putin e controlo total sobre Trump enquanto ele assume o papel de "presidente-eleito em exercício". Ao amplificar as agendas nacionalistas, desmantelar as normas democráticas e alinhar-se com figuras autocráticas, as acções de Musk refletem o manual da Rússia para desestabilizar as democracias ocidentais e avançar os seus objectivos geopolíticos.
Moscovo só tem a ganhar com a erosão das instituições democráticas ocidentais e com a ascensão global da extrema-direita. O acesso de Musk a autorizações de segurança dos EUA, a numerosos contratos governamentais, aprofunda a gravidade das suas acções, ele explora a sua posição para enfraquecer os próprios sistemas que defendem a democracia.
Isto é absoluta insanidade. De facto a influência de Musk é crescentemente alarmante e expõe-se no seu alinhamento com os evidentes objectivos do Kremlin: enfraquecer as capacidades dos serviços secretos e o aparelho de segurança dos Estados Unidos, enquanto executa tácticas de desinformação e desestabilização a nível mundial destinadas a minar a confiança nas Instituições públicas levando à sua alianação e manifestações de revolta contra as mesmas»
Olga Lautman - membro sénior do Center for European Policy Analysis,
investigadora sénior do Institute for European Integrity,
Berlim, 15 dez 2024 (Lusa) - O co-líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, afirmou hoje que a Alemanha deve reconsiderar a sua manutenção na NATO se a aliança não defender os interesses dos países europeus, “incluindo os da Rússia”.
“A NATO não é atualmente uma aliança de defesa. Uma comunidade de defesa deve aceitar e respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo os interesses da Rússia”.
“O governo alemão deve optar pelo final da guerra. A Rússia ganhou esta guerra. A realidade surpreendeu aqueles que afirmam querer tornar a Ucrânia capaz de vencer a guerra”, disse o político de extrema-direita.
Vai daí, qual é o título que o Pravda publica? Não vale a pela falar do AfD, fala-se da Alemanha e está feito (A foto é deles)
Se, até finais do Séc.XX, alguém viesse dizer que após uma década de Séc.XXI veríamos a extrema-direita europeia (e americana) defender a Rússia e os seus interesses, mesmo os que declaradamente tem sobre o Ocidente, seria tido como louco ou supinamente ignorante. É espantoso!
E a quantidade de amiguinhos que estes gajos têm... Andam todos a comer da mesma malga, doa a quem doer.
Moscovo cultivou durante muito tempo "relações de amizade" com dezenas de membros da AfD, através de viagens luxuosas à Rússia tudo pago, segundo documentos e entrevistas.
O carismático deputado Petr Bystron (AfD) fez uma viagem secreta de 3 dias à Bielorrússia em Novembro de 2022, que só reconheceu depois de ter sido exposto pelos meios de comunicação social lituanos e alemães. Kalbitz também visitou frequentemente Moscovo “para consultas”. Essas visitas foram patrocinadas pela Fundação Russa para a Paz, propriedade do chefe da Comissão de Relações Externas do Parlamento russo, Leonid Slutsky, que tem sido repetidamente denunciado como parte das manobras dos serviços secretos militares da Rússia.
O dinheiro chega através de “pagamentos de serviços”, todos eles minuciosamente documentados pelos russos. As autoridades receiam que venha à tona outro caso semelhante ao da francesa Marine Le Pen, que obteve um empréstimo em condições mais do que vantajosas junto de um banco russo; esta hipótese é apoiada pelo facto de o adido russo em Berlim descrever Markus Frohnmaier, deputado doAfD, como “um legislador totalmente controlado” no Bundestag, o que sugere que a Rússia desenterrou um “kompromat” sério
Deixo aí a baixo um excerto traduzido do DER SPIEGEL de Abril 24 (e o link ao original) sobre as ligações doAfD à China, Rússia e a quem tenha um punho de ferro e a conta bancária generosa.
«.../... Não se trata apenas de deslizes de políticos individuais. Desde a fundação do partido, os membros da Alternativa para a Alemanha têm procurado contactos com Estados autoritários, em particular com a Rússia. .../...
Os contactos da AfD com a autocracia russa são multifacetados - mas, no seu conjunto, começam a parecer uma rede bem tecida. E é provável que um outro membro da AfD tenha algo a ver com isso: Vladimir Sergiyenko, que, até há pouco tempo, foi colaborador do deputado da AfD Eugen Schmidt.
.../...Em "chats" confidenciais, discutiu com uma sinistra pessoa de contacto em Moscovo se as entregas de tanques alemães à Ucrânia poderiam ser impedidas ou atrasadas através de uma ação judicial. Para o efeito, escreveu que seria útil um “apoio financeiro”. De acordo com as conversas, o objetivo da operação era claro: “O trabalho do governo deve ser dificultado”.
Em conversas confidenciais, discutiu com uma sinistra pessoa de contacto em Moscovo se as entregas de tanques alemães à Ucrânia poderiam ser impedidas ou atrasadas através de uma ação judicial. Para o efeito, escreveu que seria útil um “apoio financeiro”. De acordo com as conversas, o objetivo da operação era claro: “O trabalho do governo deve ser dificultado”.
.../...Durante a última legislatura, Sergiyenko estava a trabalhar para o então deputado da AFD Ulrich Oehme. Em Dezembro de 2019, os dois viajaram para a Bielorrússia e reuniram-se no President Hotel com representantes das duas repúblicas auto-proclamadas de Donetsk e Luhansk. De acordo com as actas dessa reunião, os separatistas expressaram gratidão pelo “passo corajoso dado pelo Sr. Oehme” para se encontrar com eles e queixaram-se do que alegaram ser um “putsch” apoiado pelo Ocidente na Ucrânia em 2014. Todas as pessoas com quem Oehme e Sergiyenko se encontraram nesse dia constam actualmente de listas de sanções internacionais.
.../...As descobertas das agências de segurança internacionais lançam luz sobre a origem provável deste documento. Durante uma reunião realizada no início de setembro de 2022 nos escritórios da Administração Presidencial,uma chefe de departamento chamada Tatyana Matveyeva foi encarregada de desenvolver um novo conceito para o partido Alternativa para a Alemanha, a fim de melhorar os seus números nas sondagens e alcançar uma maioria nas eleições a todos os níveis, como diz um memorando de uma agência de inteligência ocidental.
Os presentes chegaram mesmo a falar de uma possível mudança de nome do partido. O AfD, sugeriram alguns, poderia chamar-se “Alemanha Unida” ou “Unidade Alemã”.
As agências de informação ocidentais acreditam que o Kremlin esperava que o partido, com o seu novo nome, fizesse aprovar uma proibição da discriminação dos chamados “alemães russos” - os alemães étnicos e os seus descendentes que nasceram na União Soviética mas que vivem atualmente na Alemanha - e estabelecesse coligações com outros grupos extremistas. O Partido de Esquerda, de extrema-esquerda, que nessa altura ainda não se tinha dividido, foi explicitamente mencionado como potencial parceiro.
Mas porque é que os países autocráticos sob liderança comunista procuram estabelecer laços com os partidos de extrema-direita e os seus políticos? “A China está a investir em actores políticos que acredita terem potencial para ascender ao poder e poderem exercer influência na opinião pública”, diz o especialista em China. Os chineses estão preocupados com a mudança do discurso sobre o seu país e com o acesso à informação.
Os políticos pró-Kremlin são alvos especialmente fáceis para os lobistas e agentes dos serviços secretos chineses. “Tal como a Rússia, a China apresenta-se como um contra-modelo do Ocidente livre, o que torna estes países interessantes para muitos extremistas”.
Os serviços secretos chineses são extremamente pacientes, diz, quando se trata de exercer influência sobre as pessoas, ganhar a sua confiança e, por vezes, comprar a sua lealdade com dinheiro.
O chamado manifesto não é o único documento do aparelho de poder de Moscovo em que os estrategas expõem as suas ideias sobre a AfD. Há alguns anos, DER SPIEGEL noticiou um documento que foi enviado pela Duma para os mais altos níveis da Administração Presidencial. O documento era um pedido de apoio ao político pró-russo da AfD, Markus Frohnmaier. Se ele fosse eleito para o Bundestag, dizia o documento, seria “um deputado sob controlo absoluto”. Frohnmaier rejeita a afirmação e diz não conhecer o documento.
O reforço do AfD é uma estratégia interessante para os russos. Tudo o que enfraquece o Ocidente é benéfico para o Kremlin - especialmente agora que a Rússia tem um grande interesse em torpedear o apoio à Ucrânia.»
A 4 de Dezembro, 3 dias antes das milícias rebeldes sírias tomarem Damasco, perguntava eu aqui no Real Gana :
«O regresso dos "Rebeldes" à guerrilha Síria, neste momento em que Rússia e Irão têm as mãos - leia-se armas e mercenários - ocupadas à exaustão é assunto a ter em conta por todas as partes. Pergunto eu porque sou curiosa: por quem e onde está a ser feito o treino nos "novos rebeldes" sírios? E de onde lhes chegam as ferramentas? Quem as faz, quem as paga, quem as distribui?»
Não encontro em nenhum site de notícias absolutamente nada sobre qualquer acção militar do Ocidente na Síria. Os israelitas bombardeiam, e entram na Síria para além da "zona tampão" previamente acordada após a queda de Assad, os russos batem em retirada com quilómetros de armamento pesado ao longo de auto-estradas, os turcos apelam a isto e àquilo enquanto pensam como melhor podem aproveitar a instável situação. De resto não se passa nada...
A coisa mais próxima que encontrei foi uma curta declaração do secretário de Estado americano, o incansável Blinken, numa conferência de imprensa em Aqaba, na Jordânia:
“Sim, temos estado em contacto com o HTS (Hayat Tahrir Al-Sham - milícia rebelde síria) e as outras partes”
Os Estados Unidos, a Turquia, a União Europeia e países árabes concordaram que "um novo governo na Síria deve respeitar os direitos das minorias". Um acordo de paz foi assinado em Aqaba este sábado,14, e foi objecto de uma declaração conjunta dos EUA e da coligação de outros países numa reunião ministerial urgente. Blinken afirmou: «O acordo envia uma mensagem unificada à nova autoridade interina e às partes sírias, afirma o apoio total à unidade, integridade territorial e soberania da Síria» (Esta da "integridade territorial e soberania" até poderia parecer um recado a Israel...)
E pouco mais que se possa espremer..
Hoje chegou-me um vídeo - não, não é manipulado - que, por mais que procure nas notícias nem sombra de palavra sobre o que mostra
No vídeo, um comboio de veículos blindados Oshkosh M-ATV e de veículos todo-o-terreno das forças armadas americanas entra na cidade de Ain al-Arab, na Síria . Um contingente americano ocupa o lugar onde se encontravam as tropas russas do agrupamento na cidade de Sarrine e Ain Issa.
Por cá parece-me que ninguém falou nisto, se falou foi muito baixinho
Portugal tem 28 caças F16 (Julho de 2024)
Que venham instrutores noruegueses a Portugal treinar pilotos e técnicos ucranianos para F16 não me molesta, eu até gosto dos noruegueses, o que me enfada é que a nossa Força Aérea não o faça
Será que a Força Aérea Portuguesa já chegou ao ponto de não conseguir ter instrutores para pilotos e técnicos de F-16? Noruegueses porquê? Não ficamos nada bem na fotografia.
«Ah, não, não é isso, é que...» Sim, está bem, foram os noruegueses que pediram muito para vir
Com uma mão a tapar a boca e lágrimas a fugirem-me dos olhos
Os guardas fugiram, deixaram-no para morrer à sede e à fome, ignorado como um trapo. Os guardas... Os carrascos, partiram, impunes como viveram. Como Assad... partiu, impune como viveu, acolhido por outro assassino. Não, assassino é quem mata um homem, estes não têm adjectivo que se lhes aplique.
E neste momento ocorre-me, sem pedir licença: Espero que exista Inferno
Nas vésperas do início da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados da Nato, com a presença do MEE da Ucrânia e do rei da Jordânia, tendo na agenda "O Dialogo Mediterrânico" e "As Relações com a Ucrânia", o futuro presidente dos EUA apresentou o seu "Plano para a Paz na Ucrânia" no que se assemelha muitíssimo com uma estratégia para desmontar tudo o que for decidido entre os dias 3 e 4 correntes nesta última reunião da Defesa da NATO, antes da sua tomada de posse a 20 de Janeiro
Escreve Trump na sua rede social "Truth Social":
“Tenho o prazer de nomear o general Keith Kellogg para o cargo de assistente do presidente e enviado especial para a Ucrânia e a Rússia”
“Juntos, vamos garantir a PAZ ATRAVÉS DA FORÇA e tornar a América e o Mundo NOVAMENTE SEGUROS!”
Segundo Kellogg, "Biden substituiu a abordagem de Trump por uma abordagem liberal inter-nacionalista que promovia os valores ocidentais, os direitos humanos e a democracia. Esta é uma base bastante sombria a partir da qual se pode construir um compromisso sobre a segurança europeia. O Ocidente dá prioridade aos valores do seu próprio modo de vida e segurança. A guerra da Ucrânia está relacionada com valores que não precisamos de perpetuar e devemos afastar-nos da ameaça nuclear de Putin.
Mais: "A produção de armamento do Ocidente não consegue acompanhar o ritmo e os seus valores são um desperdício."
(ocorrem-me vários impropérios)
Kellogg diz que a administração Biden alienou a Rússia ao prosseguir uma política “hostil”, que não só resultou na invasão da Ucrânia pela Rússia, como também aproximou Moscovo da China, criando um novo eixo de poder que envolve a Rússia, a China, o Irão e a Coreia do Norte.
Refere que "a decisão de Trump ao dar a primeira ajuda letal à Ucrânia transmitiu a força necessária para enfrentar Putin, e a abordagem suave de Trump ao chefe do Kremlin - não o demonizando como Biden fez - permitirá que ele chegue a um acordo". E afirma ainda que "deveriam ter sido fornecidas mais armas antes da invasão russa, e imediatamente depois, para permitir que a Ucrânia vencesse".
Obviamente que Kellogg não leu a transcrição do telefonema entre Trump e Zelensky em 25 de Julho de 2019; Primeiro - Trump não "deu", vendeu; Segundo - A "grande ajuda" tinha uma condição: "Gostaria porém que nos fizesse um favor...", ou seja: Vendemos-te os Jevelins se nos arranjares umas papeladas do teu ministério da Justiça que provem que o Biden é corrupto.
O "Plano de Paz através da força " não explica muito sobre como conseguir o que propõe mas propõe em linhas muito gerais:
A adesão da Ucrânia à NATO deve ser suspensa indefinidamente, “em troca de um acordo de paz abrangente e verificável com garantias de segurança”.
Se a Ucrânia se recusar a negociar, os EUA deixarão de prestar ajuda militar. Por outro lado, o apoio americano à Ucrânia só aumentaria se a Rússia recusasse as negociações.
As linhas da frente devem ser congeladas por um cessar-fogo sendo imposta uma zona desmilitarizada.
Por concordar com o cessar-fogo, a Rússia obteria um alívio limitado das sanções, e um alívio total quando assinado um acordo de paz do agrado da Ucrânia.
Uma taxa sobre as exportações de energia russas pagaria a reconstrução da Ucrânia.
Não seria pedido à Ucrânia que desistisse de recuperar o território ocupado, mas teria de fazê-lo apenas através da diplomacia.
A futura ajuda dos EUA será provavelmente concedida sob a forma de empréstimo e será condicionada pela negociação da Ucrânia com a Rússia,
Gostaria que Kellogg, ou Trump, especificassem qual foi a primeira, ou a última, vez que Putin respeitou um cessar-fogo; na verdade, quando é que Putin respeitou qualquer acordo que tenha assinado a partir do momento em que se lhe tenha tornado inconveniente
E Kellogg reconhece: "Isto exigiria um futuro avanço diplomático que provavelmente não ocorrerá antes de Putin deixar o cargo". Ok, então estamos a falar de quê e para quê?
Em momento algum refere o que Moscovo exigirá e ignora totalmente todas as vezes que utilizou o processo diplomático no passado para perseguir avanços militares. O congelamento das linhas da frente precipitará a violência dos ataques russos, na verdade isso já está a acontecerpois Moscovo procura conquistar o máximo de terreno possível antes de ser confrontado com uma negociação. O Kremlin sempre ignorou os cessar-fogo e perseguiu os seus objectivos territoriais negando-o sem rodeios ou engulhos. Já agora é de referir en passant os previsíveis desacordos no seio da UE durante as eventuais negociações do cessar-fogo e do estabelecimento e manutenção de uma "zona desmilitarizada", que quão mais prolongado e controverso mais agradará e servirá a Putin - tudo o que sirva para dividir o Ocidente é bem vindo. Por alguma razão, há menos de uma semana, na cimeira da CSTO - a aliança militar liderada pela Rússia - Putin elogiou Trump, descrevendo-o como um político "inteligente e experiente capaz de abordar o conflito". Temos homem!
Até 20 de Janeiro há muito mais a fazer do que pensar nas ideias de Trump, Kellogg e do resto da seita sem esquecer o futuro vice-presidente JD Vance, que tem defendido que os recursos dos EUA se devem concentrar na luta contra a China e não no apoio à Ucrânia. E sobre "recursos" opina Musk, o amigo e companheiro de negócios de Putin, que segura Vance pela trela
A presença do rei da Jordânia na NATO tem que se lhe diga...
O regresso dos "Rebeldes" à guerrilha Síria, neste momento em que Rússia e Irão têm as mãos - leia-se armas e mercenários - ocupadas à exaustão é assunto a ter em conta por todas as partes. Pergunto eu porque sou curiosa: por quem e onde está a ser feito o treino nos "novos rebeldes" sírios? E de onde lhes chegam as ferramentas? Quem as faz, quem as paga, quem as distribui?
O que foi Keir Starmer conversar com Macron a Paris na primeira quinzena de Novembro, 5 dias após a vitória de Trump?
E a Alemanha? A Alemanha, por agora, entra nas contas mas não na revisão de contas, irá a votos a 23 de Fevereiro e uma mudança para um governo titulado pelos democratas-cristãos é o cenário mais provável. Olaf Scholz deu sempre o seu apoio à Ucrânia mas mostrou-se sempre muito cauteloso, talvez demais no entender dos britânicos e dos franceses. Haverá por certo um novo baralho no jogo e redistribuição de cartas
A NATO? A Nato terá de se salvaguardar de Trump, já o fez uma vez e sabe bem com o que conta, e com o que não pode contar. Uma coisa é certa, nada se tornará mais fácil.
A última vez que por aqui passei, mesmo aí abaixo, dediquei a segunda parte das minhas congeminações a Orban e aos BRICS, falei de "Blocos"... Parecia que estava a adivinhar...
Referi as esclarecedoras declarações do inefável húngaro a 7 e 8 Nov. na Cimeira da Comunidade Política Europeia em Budapeste:
Dia 7:
Depois desta conferência de imprensa, haverá um jantar informal com os 27 líderes europeus onde exploraremos esta questão e ainda temos mais um dia e estou confiante de que até amanhã à tarde estaremos muito mais perto de uma resposta comum do que estávamos hoje. Mantive apenas parcialmente a minha promessa, abrimos um pouco de champanhe, mas eu estava no Quirguistão quando Donald Trump ganhou, os costumes são diferentes e depois disso, aproveitámos o Vodka Supply e festejámos alegremente o resultado fantástico juntos.
Dia 8:
«A Europa sozinha não pode financiar esta guerra. Algumas pessoas continuam a querer enviar enormes quantias de dinheiro para esta guerra perdida, mas há um número crescente de pessoas que permanecem em silêncio, apesar de já terem falado alto.»
Dez dias depois surge o discurso de Viktor Orbán no EURASIA FORUM de Budapeste, a 21 de Nov., deixa bem explícitas as suas prioridades, em que clube é que joga, qual o Bloco em que aposta.
Sem comentários deixo alguns excertos, a totalidade enjoa-me
«O mundo ocidental foi desafiado a partir do Leste, o próximo período será o século da Eurásia”. Quinhentos anos de domínio civilizacional do Ocidente chegaram ao fim e a era da Eurásia está a começar,”,
“Durante vários séculos, o Ocidente habituou-se a pensar em si próprio como o mais belo, o mais inteligente, o mais avançado e o mais rico. De repente, ver e reconhecer que já não somos os mais belos, inteligentes, avançados e ricos é uma tarefa difícil” A ideia é que o mundo inteiro deve ser organizado de acordo com o modelo ocidental e que os povos selecionados para tal estarão dispostos a fazê-lo em troca de benefícios económicos e vantagens financeiras. Esta ideia falhou.
“Se é verdade que o próximo século pertence à Eurásia, temos de constatar que a Europa ainda não conseguiu encontrar o seu lugar neste contexto de pensamento, alguns líderes ocidentais não conseguem ver a importância da Eurásia, enquanto outros ‘vêem-na mas não gostam dela’. A elite europeia está preparada para proteger o status quo, o que pode levar à formação de blocos no comércio, na economia e na política. Se a Europa não conseguir libertar-se desta lógica de proteção do status quo e passar a privilegiar a conectividade em vez da formação de blocos, o processo de perda da Europa em relação às mudanças que estão a ocorrer atualmente irá persistir a longo prazo.
O domínio liberal progressista no mundo ocidental chegou ao fim, Os Estados da Ásia tornaram-se mais fortes e provaram a sua capacidade de se erguerem, existirem e perdurarem como centros de poder económico e político independentes. Como resultado, o centro da economia global deslocou-se para o Oriente, com as economias orientais a crescerem quatro vezes mais depressa do que as economias ocidentais. O valor acrescentado da indústria ocidental é de 40 por cento no mundo, enquanto o da indústria oriental representa 50 por cento. Esta é a nova realidade.»
Zelensky telefonou a Trump para congratular o presidente eleito pela sua vitória
Sobre esta conversa Zelensky disse: “Concordámos em manter um diálogo estreito e em fazer avançar a nossa cooperação. A liderança forte e inabalável dos EUA é vital para o mundo e para uma paz justa”.
E Trump, o que disse? Trump não disse. Trump balbuciou que foi tudo muito cordial e muito rápido. Não disse por que é que Elon Musk esteve presente à chamada e também falou com Zelensky, "Por acaso encontrava-se na sala..."
Ilações? Quem quiser que tire as suas, não é preciso um doutoramento em engenharia espacial, pode-se começar por um «Se queres lidar comigo tens de lidar com ele, que lida com o "outro". »
O serviço de Internet Starlink (de Musk) na Ucrânia, proporcionou uma vantagem significativa na linha da frente às forças ucranianas desde 2022, permitindo que as suas forças partilhassem em tempo real imagens de drones entre unidades e comunicassem em áreas onde o combate interrompia a rede móvel. Foi fundamental para as forças sitiadas na linha de frente e, na época, Musk conquistou os ucranianos porque sua SpaceX financiou o serviço de rede internet
E em 22 Musk começou a conversar com Putin...
Apesar de contratos de biliões com a NASA, com as forças armadas e com várias agências governamentais americanas, Musk queixou-se do custo da prestação do serviço. O acesso ao Starlink foi restringido em áreas como a Crimeia, ocupada pela Rússia. O Pentágono anunciou, em Junho de 2023, que iria pagar dezenas de milhões de dólares por mês para financiar o Starlink na Ucrânia
As perguntas sobre a influência de Musk na guerra começaram a vir a público quando os militares ucranianos relataram o aumento progressivo de russos que utilizavam esse serviço de internet via satélite.
Diz quem sabe mais disso do que eu que, em 2022, Musk ordenou, verbalmente, aos seus engenheiros que desligassem a rede por satélite Starlink sobre costa da Crimeia para impedir um ataque furtivo ucraniano à frota naval russa. Sobre a rede ter sido desligada nunca ninguém negou e, quando o facto foi comentado, Musk escreveu no seu X (Twitter) que o serviço Starlink fornecido pela SpaceX nunca esteve activo sobre a Crimeia. Porquê?
Na passada sexta-feira, 1 de Novembro, o administrador da NASA, Bill Nelson, apelou à urgência de uma investigação sobre uma notícia do Wall Street Journal (que não é exactamente um jornal de esquerda) segundo a qual Musk e Putin, têm estado em contacto regular desde finais de 2022. Estes contactos periódicos levantam sérias preocupações de segurança nacional uma vez que as relações da SpaceX com a NASA e com as forças armadas americanas terão concedido à Musk acesso a informações governamentais sensíveis e aos serviços secretos dos EUA.
Num dos casos, o WSJ citou um pedido de Putin a Musk para não activar o Starlink sobre Taiwan “como um favor a Xi Jinping”.
Musk recusou-se a comentar a investigação do WST
Estes contactos foram confirmados por vários funcionários, actuais e antigos, dos EUA, da Europa e da Rússia.
Trump está em vias de conceder a Musk acesso "top" ao sigilo de Estado sentado numa qualquer cadeira com acesso ao Executivo 24/7, que Musk bem pagou. Bom investimento, o ascendente sobre Trump (e Vance), a "amizade" de Putin, uns favores a Xi e, já agora, a Europa que deixe de pretender regulamentar o X, entre outras embirrações.
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Trump ganhou as eleições no dia 6; no dia 8 Viktor Orban finalmente declarou (digo finalmente porque o homem até tem andado inchado de contenção )
«A Europa sozinha não pode financiar esta guerra. Algumas pessoas continuam a querer enviar enormes quantias de dinheiro para esta guerra perdida, mas há um número crescente de pessoas que permanecem em silêncio, apesar de já terem falado alto». 8 Nov. - Cimeira da Comunidade Política Europeia em Budapeste
O Instituto Kiel para a Economia Mundial estima que os Estados-Membros e as instituições da UE (como o Banco Europeu de Investimento e a Comissão Europeia) gastaram um total de 161,11 mil milhões de euros (173,57 mil milhões de dólares) em apoio militar, humanitário e financeiro desde o início da guerra, em Fevereiro de 2022, até 31 de Agosto de 2024; os EUA terão contribuído com 108 mil milhões de dólares durante o mesmo período.
Como uma desgraça nunca vem só, no mesmo dia em que Orban aliviou o fígado, Robert Fico, primeiro-ministro eslovaco, também questionou a agenda de financiamento europeu.(Quando a Rússia invadiu a Checoslováquia Fico tinha 4 anos, aparentemente até hoje ninguém lhe contou como foi...)
«Quando há dinheiro para apoiar a matança sem sentido de eslavos na Ucrânia, temos de encontrar uma enorme quantidade de dinheiro na UE para combater a migração ilegal, que é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal»
E Putin, não é uma ameaça existencial para a Europa enquanto tal? Ó homem...
Só um pequeno à parte que me atravessou agora: até me arrepia pensar que poderia ser Le Pen e não Macron a estar no comando da França, só faltava essa...
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...E os BRICS?
O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido pode sobreviver a outro bloco.
A Cimeira dos BRICS, que "por acaso" este ano foi realizada na Rússia, é disto a prova evidente levada à saciedade. Os BRICS, nesta altura do campeonato, são tudo menos a versão oficial de um "grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico". Sim, o desenvolvimento da economia é fundamental, as guerras são caríssimas, mas a questão não é essa.
A questão é que o desenvolvimento e coordenação de um bloco, de alianças, mais assumidas na sua união geo-política ou mais disfarçadas na sua cooperação económica, tem de ser coesa e ter um fim comum. Nos BRICS não há dessas tretas das ideologias, de terem de estar todos à esquerda ou à direita. À esquerda ou à direita de quê? Se são ateus, católicos, hindus ou muçulmanos, sunitas ou xiitas, isso não interessa nada, o que interessa é saber com quem se pode contar e para quê, de resto cada um que sirva lá por casa aquilo que quer dar a engolir. A Rússia, a China, a India, o Irão e mais seis (como os UEI !). Agora convidaram mais 13 a aderir entre os quais a Turquia, que é membro da NATO e a Nigéria que é o banco de lavagem africano. Quando Putin fala de "Uma Nova Ordem Mundial" não fala uma fantasia
Os europeus (tal como os americanos) estão a deixar-se dividir por politiquices bem orquestradas que se focam nas suas diferenças apresentando os seus apoios contra a Rússia como fraquezas económicas e criando divisões acéfalas forjadas em desinformação (A culpa é dessa mania das "democracias")
Nós, europeus ocidentais, desde sensivelmente 1945 que vivemos lado a lado sem grandes sobressaltos. Em 61 começou a ser construído o "Muro de Berlin", a "Crise dos Mísseis" em 62 passou vagamente ao lado da maioria da população europeia, era uma coisa com os americanos; a "Guerra Fria" trouxe a assombração comunista com a invasão da Hungria em 56 e da Checoslováquia em 68 mas a URSS já "lá" estava desde 22, cresceu, aglomerava 15 países mas "estavam "do lado de lá", a Europa Oriental era uma Europa de segunda, na verdade ainda é. A dissolução da URSS em 91 alterou este "estado de espírito", a começar pela reunificação da Alemanha.
Putin tremeu no dia da derrocada do Muro em Novembro de 89. O agente KGB que trabalhava em Dresden com a Stasi viu o seu mundo desabar, o fim do império soviético. Nesse dia deve ter jurado vingança e sem dúvida compreendeu que a Rússia não poderia ficar só
Avançando...
Foi o rescaldo da II Guerra que levou o Ocidente a unir-se em várias frentes num processo relativamente rápido: a NATO e o Conselho da Europa em 49, os Tratados de Roma com a criação da Comunidade Económica Europeia em 57, o Parlamento Europeu em 58/62 e daí para a frente
Porém... Há sempre um "porém", há sempre as vagas "do contra" que olham para o seu umbigo, que vêem em seu redor mas não mais além, que recusam o compromisso de um Bloco salvaguardando uma "independência" totalmente ilusória, e perigosa, mas que suscita apoios pseudo-revolucionários em comícios feitos de inflamação, demagogia e planos de poder pessoal.
Não deixa de ser curioso que os Estados que mais problemas e obstáculos têm criado dentro da União Europeia, e concretamente à Ucrânia favorecendo a Rússia, são aqueles que sofreram as mais violentas invasões pela URSS: a Hungria e a Eslováquia (parte da ex-Checoslováquia).E a Áustria... A Áustria que nunca bateu o pé a Hitler. Julgarão que vão tratar com Putin de igual-para-igual ou sofrem da Síndrome de Estocolmo? Os populistas, como se designa agora a direita enraivecida, defendem uma utopia perigosa, uma independência falsa e um poder pessoal muito concreto.
Uma Europa dividida é uma presa fácil, um terreno fértil para a implantação das mais manipuladoras políticas e, até ver, os EUA não salvaguardarão a Europa de coisa alguma, acabou o colo.
É muito significativo que, menos de uma semana após a eleição de Trump, altas patentes militares dos EUA se tenham reunido no Pentágono para discutir como actuar perante eventuais ordens ilegais do futuro presidente. Por agora dizem focar-se na acção interna mas não é necessário ter luminárias na testa para compreender que a posição dos EUA na NATO será a primeira alínea da lista de preocupações
Os europeus, todos nós ocidentais do lado de cá do Atlântico-Norte, vamos ter de, muito rapidamente, mudar a forma como pensamos, como vivemos, como trabalhamos e produzimos, como lidamos com as nossas diferenças ideológicas e sociais. Repito: O mundo de hoje não é feito de países(zinhos), de Estados ilusoriamente independentes, é feito de Blocos e só um bloco unido sobrevive a outro mais coeso e produtivo. Os europeus têm de reconstruir a sua economia e a sua defesa visando uma maior autonomia. Urgentemente. O Estado não pode arcar com todo o investimento necessário, precisa baixar impostos e colaborar com a iniciativa privada, só assim poderá garantir educação, saúde, infraestruturas e defesa. É fundamental que os povos europeus entendam isto, profundamente. Presentemente a política europeia tem de se focar na explicação da importância vital da sua coesão não apenas nacional mas como força de oposição a um outro bloco mais do que ameaçador, crescentemente interferente. Os americanos não perceberam
A 1 de Julho de 2024 o Supremo Tribunal Federal dos EUA fez lei:
Um presidente, enquanto no exercício das suas funções, tem imunidade criminal
SUPREME COURT OF THE UNITED STATES
TRUMP v. UNITED STATES
CERTIORARI TO THE UNITED STATES COURT OF APPEALS FOR
THE DISTRICT OF COLUMBIA CIRCUIT
No. 23–939. Argued April 25, 2024—Decided July 1, 2024
Determining whether and under what circumstances such a prosecution
may proceed requires careful assessment of the scope of Presidential
power under the Constitution. The nature of that power requires that
a former President have some immunity from criminal prosecution for
official acts during his tenure in office. At least with respect to the
President’s exercise of his core constitutional powers, this immunity
must be absolute. As for his remaining official actions, he is entitled
to at least presumptive immunity.
Determinar se e em que circunstâncias tal acusação pode prosseguir requer uma avaliação cuidadosa do âmbito do mandato presidencial poder ao abrigo da Constituição. A natureza deste poder exige que um ex-presidente tem alguma imunidade de processo criminal por atos oficiais durante o seu mandato. Pelo menos no que diz respeito ao exercício pelo Presidente dos seus principais poderes constitucionais, esta imunidade deve ser absoluto. Quanto às suas restantes ações oficiais, tem direito pelo menos à imunidade presuntiva.
On July 1, 2024, the Court ruled in a 6–3 decision, that Trump had absolute immunity for acts he committed as president within his core constitutional purview, at least presumptive immunity for official acts within the outer perimeter of his official responsibility, and no immunity for unofficial acts.
A 1 de julho de 2024, o Tribunal decidiu, numa decisão de 6–3, que Trump tinha imunidade absoluta para actos que cometeu enquanto presidente dentro da sua competência constitucional central, pelo menos imunidade presuntiva para actos oficiais dentro do perímetro externo da sua responsabilidade oficial, e nenhuma imunidade para actos não oficiais.
Ser detentor do Poder do Presidente dos Estados Unidos,
Ser Comandante Chefe das Forças Armadas,
Ter acesso irrestrito a TODOS os documentos secretos, ultra-secretos e "inexistentes",
Ter contacto com TODOS os dirigentes mundiais à medida da sua vontade,
Ter o controlo de TODAS a agências de Segurança e Defesa, Pentágono incluído
Ter o controlo do Departamento de Justiça
Ter o poder de perdoar todo e qualquer condenado em crimes estatais,
Com uma Ordem Executiva poder fechar qualquer orgão de Imprensa/Media
... E ter milícias de seguidores como se de um culto se tratasse (na verdade de um culto se trata) dispostos a transgredir todas as leis, pegar em armas contra qualquer oponente, fazer cumprir pela força os desígnios do seu arbítrio
Não é de política que falo, a política fica lá para trás
Falo, em primeiro lugar, da Ucrânia, das aspirações de Putin - que vão muito além da Ucrânia
Falo da Nato, que cresceu mas enfrenta múltiplos desafios como há décadas não acontecia, numa conjuntura económica complicada; Falo da Europa, das Alianças centenárias e das que permitiram estabilidade após a II Guerra Mundial; Falo do aumento da instabilidade no Parlamento Europeu e da dificuldade em conseguir acções conjuntas em matérias fundamentais
Falo do Médio Oriente... Netanyahu tem vindo a adiar, desvairadamente, qualquer hipótese de cessar-fogo aguardando a vitória de Trump; e falo ainda do controlo - a cada dia menos provável - do investimento núclear do Irão, que Trump desfez porque Putin quis, vendendo-lhe a esperança de arrasar o Irão após perder as eleições, durante o período de transição quando um Estado de Guerra vinha mesmo a calhar (como agora a Netanyahu)
Falo da Coreia do Norte, da sua aliança com a Rússia e da Rússia com o Irão e de todos estes em relações de interesse com a China. Um dia a guerra contra a Ucrânia terminará, e depois? Voltemos à NATO...
E falo de Taiwan, essa fabrica de "chips" imprescindível ao Ocidente
Também falo de Elon Musk, o homem mais rico do mundo - que comprou o candidato a Vice de Trump e lhe atou umas guitas aos pulsos - com um poder incalculável feito de satélites em orbita, tecnologia de ponta e foguetões espaciais, alguns dos melhores técnicos dentro das áreas de Segurança, Vigilância e Defesa, que ambiciona colonizar Marte com uma disnastia imperial (só filhos já vai em 11...) e exércitos de autómatos, uns máquinas outros gente.
E, por último falo dos EUA... Porque o que se passa nos EUA não fica nos EUA, como há muito se sabe e na última década se tornou mais do que óbvio; não fica nos EUA a Economia, nem a Defesa, nem a perversão da Democracia, nem..., nem..., nem...
Falo de tudo isto, poderia falar de muito mais se valesse o esforço... Mas não falo de política, de partidos, de lados. A questão, a mais importante questão, não é essa por importante que fosse numa eleição "normal"
À medida que a campanha eleitoral se aproxima do fim e o futuro de Trump se mostra incerto, a loucura transparece no medo, feito raiva, ódio, numa descontrolada verborreia que vai deixando a nu as suas intenções mais inconfessáveis, as sua aspirações mais recônditas
Prender Kamala, e Biden, se ninguém fizer a fineza de lhes pregar um tiro, ou de os enforcar, como estava destinado a Mike Pence e a Nancy Pelosi.
E Liz Cheney? Tantos votos lhe poderia ter conseguido, a traidora... Mas não gostou do 6 de Janeiro, esse "dia de amor", como referiu há dias...
Liz Cheney, «Vamos pô-la face a um pelotão de fuzilamento»
“She’s a radical war hawk. Let’s put her with a rifle standing there with nine barrels shooting at her, OK?”(depois de, mais uma, enorme reacção de ricochete já veio dizer que não era isso, uma conversa esfarrapada, era mais ao lado)
E é preciso julgar em Tribunal Marcial o General Milley sob acusação de traição (que é punida com a morte).
No entanto Trump avisou, muito clara e afincadamente logo no seu discurso de Tomada de Posse, todos aqueles que pudessem ter estado distraídos durante a campanha eleitoral: "America First, it's going to be only America First"
É óbvio que um número elevadíssimo de americanos não sabia de onde vem a expressão "America First"; mais do que uma expressão é uma ideologia, uma política, uma forma de isolamento do resto do mundo, o "cada um por si, nós primeiro e os outros que se lixem".
É também óbvio que ainda hoje uma grande maioria desconhece a origem do "AFC - America First Committee" (1930/1940/1968), nunca lhes deu para tentar perceber por que é que um militar veterano de guerra, Dwight Eisenhower, se candidatou à presidência dos EUA, nem lhes interessa. A tantos, demasiados, dos que sabem também não lhes interessa, preferem assim uma abençoada ignorância. Nada disto lhes interessa, tudo permitem, tudo.
Imagine-se...
Com imunidade presidencial...
Já não é apenas um Bode Maligno, é o porteiro do Inferno
Dia 5 será dia de eleições
E dia 6? E dia 7?
Virão os resultados, antes disso Trump declarará vitória
Kamala ganhará o Voto Popular, aposto mais de metade das minhas fichas; o Colégio Eleitoral? Está sob o desígnios dos deuses nesta estranha forma de democracia
O Partido da Liberdade (quanta ironia!) venceu as eleições na Áustria com 28,8% dos votos
Este partido coloca-se na extrema-direita, que agora ascende ao poder pela primeira vez desde a II Guerra Mundial, defende que sejam levantadas as sanções à Rússia, critica asperamente as ajudas do Ocidente à Ucrânia, afasta-se da Iniciativa Europeia Sky Shield, um projecto de defesa anti-míssil lançado pela Alemanha.
Em 2016, o então vice-chanceler e líder do Partido da Liberdade, Heinz-Christian Strache, assinou um “pacto de cooperação” formal com o partido de Putin, Rússia Unidos. Um ano depois a sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Karin Kneissl, dançou com Putin no seu casamento. Em 2019 Strache demitiu-se na sequência da publicação de um vídeo gravado secretamente numa estância de luxo espanhola no qual discute um potencial suborno com uma mulher que se disse sobrinha de um oligarca russo e oferece favores ao suposto investidor russo.
Por essa altura peritos em segurança manifestaram o seu alarme relativo às ligações entre o FPÖ e o partido a Putin. Estes analistas temiam abertamente que a presença do FPÖ num governo da UE pudesse levar à divulgação de segredos ocidentais a Moscovo.
Por que é que isto é particularmente grave? Porque a divisão no Parlamento Europeu aumenta ao ser adicionado mais um governo de extrema-direita, unindo-se aos largos grupos da Hungria, da Eslováquia, da França, da Holanda e da Alemanha nas suas manifestas posições pró-Kremlin. Kickl, o líder do FPÖ já muitas vezes disse e repetiu que Viktor Orban (PM húngaro) é um modelo para ele e que o apoiará.
Cresce um bloco que deseja unir-se à Rússia, uma espécie de Pacto de Varsóvia político que tem por lema um nacionalismo ilusório, uma independência controlada. Putin não "manda", insinua, intromete-se, manipula e sorri dando apertos-de-mão pensando no dia em que "me beijarás o anel". Mas extremistas não vêem para além do seu umbigo, das suas paixões político-ideológicas, do desejo de serem fundadores de uma autocracia mítica, lendária... E utópica
O futuro da Ucrânia está no centro do alvo (e as eleições nos EUA ainda são uma incógnita...)
Sobre as bases da fundação do FPÖ, pode ler-se na Enciclopédia Britânica:
«O populista Partido da Liberdade da Áustria (Freiheitliche Partei Österreichs; FPÖ), por vezes referido como Partido Liberal, foi fundado em 1955 como sucessor da Liga dos Independentes. Inicialmente, a maior parte do seu apoio provinha dos antigos nacional-socialistas»
A verdade vai mais longe: O FPÖ foi fundado em 1956 por Anton Reinthaller, um nazi austríaco que tinha servido anteriormente como tenente-general nas SS. o partido foi então dirigido por antigos membros das SS e outros veteranos nazis. Sim, na Áustria que foi anexada pela Alemanha nazi tornando-se uma província do Reich, tornando-se parte do "sonho" do Grande Império Germânico
Kickl, líder do FPÖ, prometeu aos eleitores que, se lhe dessem a vitória, seria o seu Volkskanzler, o “chanceler do povo”, termo usado a seu tempo pelos nazis referindo-se a Hitler. A afinidade do FPÖ com a "estética" do Terceiro Reich foi recordada na passada sexta-feira durante o funeral de um antigo político do FPÖ quando as pessoas se despediram do seu camarada cantando o hino das SS. Vários dirigentes do FPÖ, antigos e actuais, estavam presentes na cerimónia.
A pergunta com que abro este post é meramente retórica, obviamente têm a memória curta, muito curta. Ou estão dormentes agarrados a um sonho que acaba mal
Há notícias que não encontram terreno fértil na "grande media"" porque só se tornam relevantes quando relacionadas com outras notícias, quando se somam vários factos; e isso requer mais tempo de antena, mais espaço na mancha de imprensa, mais atenção e a maior parte das pessoas não "está para isso" Para quem souber e quiser fazer contas, de somar, de multiplicar e, lateralmente, de dividir, deixo abaixo uns minutos de passatempo de domingo ou para o café de arranque de segunda-feira; esqueçam as subtracções, os tempos são de crescendo
Há um pequeno pormenor que tenho dificuldade em entender:
O Irão justifica as suas remessas de armamento para a Rússia como « um esforço legitimo de apoio aos seus aliados». Ok. Então por que não pode a Ucrânia usar armamento fornecido pelos seus aliados para, num esforço legitimo, combater os seus invasores dentro das fronteiras russas?
A 28 de Junho de 1914 em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, então governada pelo império Austro-Húngaro, foi assassinado por um grupo nacionalista o Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do império.
Este assassinato desencadeou a I Guerra Mundial a 28 de Julho do mesmo ano
Hoje, 28 de Setembro de 2024, foi confirmado o assassinado em Beirute, no Líbano, de Hassan Nasrallah, desde 1992 líder da milícia terrorista Hezbollah , a soldo do Irão com permanência predominante no Líbano, Iraque e Síria, pelo exército israelita após ordem de Netanyahu a partir de um telefonema feito das Nações Unidas em Nova Iorque
(Tenho de expressar o meu aparte: arre que é preciso ser torcidinho! Queriam um cessar-fogo, não era? )
Aguarda-se a reacção do Irão. O ayatollah Khamenei foi levado para um bunker de segurança onde se reunirá com os seus comandantes
Não se trata do assassinato de um indivíduo, um líder terrorista responsável por horrores durante mais de trinta anos, esse seria o lado positivo se não acarretasse a morte de dezenas de civis e as previsíveis e perigosas consequências mas trata-se de uma declaração de guerra, a um Estado potencialmente nuclear Se for despoletada será uma guerra de anos, alterando o sempre instável equilíbrio geo-estratégico do Médio-Oriente,
Ontem publiquei aqui inacreditáveis palavras proferidas por um ex-presidente dos EUA, candidato a um novo mandato e nomeado pelo Partido Republicano que "foi-e-já-não-é".
Reitero a publicação, mais completa, para memória futura, e para servir de comparação com o que se passou hoje em Washington
Trump, 25 Set.24 - «A Ucrânia está obliterada, com vilas e cidades que desapareceram e que nunca poderão ser reconstruídas. Temos dado biliões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo, Zelensky.Não havia nenhum acordo que ele pudesse ter feito que não fosse melhor do que a situação que temos neste momento. Temos um país que foi destruído e que não é possível reconstruir, Milhões e milhões (!?!?!) de pessoas morreram, a Ucrânia está a usar crianças e velhos, uma vez que as suas forças armadas estão a sofrer uma escassez de soldados.»
«Mas estamos presos nessa guerra a menos que eu seja presidente. Eu vou conseguir. Vou negociá-la. Eu saio. Temos de sair. Biden diz que não sairemos até ganharmos. O que é que acontece se eles (os russos) ganharem? É isso que eles fazem, lutam em guerras. Como alguém me disse no outro dia, eles venceram Hitler. Derrotaram Napoleão. É isso que eles fazem»
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27.Set.24 - Durante uma aparição ao lado de Zelensky, Kamala Harris sugeriu que o seu oponente republicano forçaria a Ucrânia a ceder território aos invasores russos, alinhando com as exigências do Presidente Vladimir Putin.
Harris - «Com toda a franqueza, partilho consigo, Sr. Presidente (Zelensky), que há algumas pessoas no meu país que forçariam a Ucrânia a ceder grandes partes do seu território soberano, que exigiriam que a Ucrânia aceitasse a neutralidade e que exigiriam que a Ucrânia renunciasse a relações de segurança com outras nações. Estas propostas são as mesmas de Putin e, sejamos claros, não são propostas de paz. Pelo contrário, são propostas de rendição, o que é perigoso e inaceitável.»
Poucos dias antes do início da invasão russa, em Fevereiro de 2022, a vice-presidente encontrou-se com Zelensky na Conferência de Segurança de Munique, onde os dois discutiram o reforço militar da Rússia em torno da Ucrânia e a possibilidade do início de uma guerra.
No seu discurso na Convenção Nacional Democrata no mês passado, Harris lembrou:
“Cinco dias antes de a Rússia atacar a Ucrânia, reuni-me com o Presidente Zelensky para o avisar do plano de invasão da Rússia. Ajudei a mobilizar uma resposta global - mais de 50 países - para nos defendermos da agressão de Putin. Como Presidente manter-me-ei firme ao lado da Ucrânia e dos nossos aliados da NATO”.
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Quando Zelensky deixou a Ucrânia em direcção a Nova Iorque tinha marcado na agenda algumas entrevistas, uma rápida passagem por Capitol Hill e três ocorrências: A Assembleia das Nacões Unidas, o encontro com Biden e Harris e um encontro com Trump, enquanto candidato presidencial.
Durante uma entrevista ao New York Times, Zelensky, respondendo às múltiplas declarações de Trump dizendo que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24h, Zelensky disse: “A minha sensação é que Trump não sabe realmente como parar a guerra, mesmo que pense que sabe como o fazer”.
Numa entrevista ao The New Yorker, publicada no passado domingo, Zelensky considera o candidato a vice-presidente JD Vance “demasiado radical”. “A sua mensagem parece ser a de que a Ucrânia tem de fazer um sacrifício. Isto leva-nos de volta à questão do custo e de quem o suporta. A ideia de que o mundo deve acabar com esta guerra à custa da Ucrânia é inaceitável. Para nós, estes são sinais perigosos, vindos de um potencial vice-presidente”.
Após a entrevista Trump desmarcou o encontro. Na quarta-feira a birra ainda não lhe tinha passado, como fez questão de declarar (ou declamar?) : «O Presidente da Ucrânia está no nosso país. Ele está a fazer pequenas calúnias maldosas contra o vosso presidente favorito, eu»
Como as birras não são coisa que um candidato presidencial deva ter com conhecimento público, alguém o deve ter convencido a alterar essa desmarcação. Numa evidente atitude de "Se ele pedir muito..." Trump publicou esta quinta-feira na sua rede social, Truth Social, o que parecia ser uma comunicação privada entre o vice-embaixador ucraniano e um seu assessor pedindo para transmitir uma mensagem de Zelensky ao antigo presidente e pedindo para se encontrar com Trump, mas não indicou no post se se iria encontrar com o presidente ucraniano.
Haverá encontro? Não haverá? A trama adensa-se... 😬
Zelensky já deveria ter partido dos Estados Unidos, mas ficará mais um dia para facilitar o encontro, segundo fonte familiarizada com os seus planos. É tem razão, aposto as minhas fichas todas que o outro não perderá a oportunidade de mostrar como é encantador e conhece o Putin como ninguém.
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Entretanto Biden
Biden ordenou um aumento da assistência à Ucrânia, dando instruções ao Pentágono para atribuir todos os fundos restantes já aprovados pelo Congresso antes de deixar o cargo, na esperança de posicionar Kiev para a vitória, independentemente do vencedor das eleições presidenciais americanas de novembro.
Falando aos jornalistas ao lado de Zelensky pouco antes do encontro privado na Sala Oval, Biden disse: “Isto irá reforçar a posição da Ucrânia em futuras negociações. Os EUA e os aliados têm de apoiar a Ucrânia no seu caminho para a adesão à UE e à NATO e continuar a fazer reformas para combater a corrupção assegurando que o país é capaz de repelir quaisquer futuros ataques russos.
Prometeu a continuação do apoio dos EUA aos esforços de recuperação e reconstrução do país, em alguns casos “utilizando também activos russos”, confiscados no âmbito das sanções em vigor
Biden disse que estava a aprovar novas armas de longo alcance, mísseis Patriot e formação para pilotos de caça, e planeia reunir os líderes ocidentais no próximo mês na Alemanha para coordenar os seus esforços no sentido de ajudar a Ucrânia a alcançar a vitória. Publicamente não concedeu à Ucrânia autorização para disparar armas de longo alcance fornecidas pelo Ocidente para o território russo, uma linha que Biden não gostava de ultrapassar, mas à qual parece estar mais aberto, uma vez que tem estado sob crescente pressão para ceder.
Pergunto-me se esta alteração política e estratégica alguma vez será anunciada publicamente.
Durante a visita às Nações Unidas Biden declarou perante um enxame de jornalistas: «A minha administração está determinada a garantir que a Ucrânia tem o que precisa para prevalecer na luta pela sobrevivência. Amanhã, anunciarei uma série de acções para acelerar o apoio às forças armadas ucranianas - mas sabemos que a futura vitória da Ucrânia é mais do que aquilo que acontece no campo de batalha, é também aquilo que os ucranianos fazem para tirar o máximo partido de um futuro livre e independente, pelo qual tantos se sacrificaram”»