Pois que não desgostei, estive a preparar-me psicologicamente para cenários mais obscuros: a extrema-direita não tomou conta do Parlamento Europeu, nem perto, a montanha pariu um rato. Bem sei que isto não significa que a Europa não esteja a enfrentar conjunturas sinistras aliadas a um sombrio ponto de interrogação que paira sobre a América mas, do mal o menos, a estabilidade e sensatez no P.E. é essencial
Com toda a porrada (desculpem, eu sei que será linguagem imprópria mas é a única adequada ao caso) que diariamente fustiga o governo, à esquerda e à direita, com um parlamento que chama a si o poder executivo, uma diferença entre PS e AD de 38 490 votos é um mimo.
É um mimo para o PS exuberante de alegria a declamar vitória, uma espécie de pastilha de sacarose a aliviar-lhe o amargo de boca e a fazer esquecer o mandato perdido
É um mimo para o PAN (sim, o PAN!) que perdeu o único mandato que tinha mas mesmo assim teve mais votos do que aqueles que separam o PS da AD - mais 10mil, números redondos
É um mimo para a AD, tendo em conta o coro de vozes acusatórias, dos barítonos aos sopranos, seria de prever uma queda em ca-ta-pum: nem ca-ta-pim, um leve Pim mimoso e mais um mandato
Mais contente do que eu ficou o Marcelo, amimadíssimo com a participação eleitoral... 36,48% é caso para festejar? Não há, para ser feliz, como ver o copo sempre meio-cheio. Talvez eu seja muito exigente mas acho uma vergonha, com a possibilidade de votar em qualquer mesa, por cá ou por fora , com a possibilidade de voto antecipado para quem queira aproveitar os feriados para uma escapadela, conseguimos uma das participações mais baixas numa média europeia de 51%. O que a malta acha mesmo importante é o festival da Eurovisão
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