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ASSIM, À LAIA DE AGRADECIMENTO...

Nesta altura do campeonato já são poucas as coisas que me surpreendem, talvez me tenha mesmo tornado mais crédula porque já acredito que tudo é possível mas, muito de vez em quando, ainda perco a pose e deixo cair o queixo surpreendida.
Desta vez foi pela positiva, ou como diriam Dupont & Dupond - inegualáveis detectives de Tin-tin - diria mesmo mais: pela positiva!

No passado dia 26, há 6 dias, deixei aqui o mais sentido dos desabafos relativo àquilo que estou vivendo com o meu especialíssimo cão - perdão, Senhor Cão - tendo perfeita noção do ridículo ou exagero que me poderia ser atribuído: afinal trata-se de um cão, que diabo. Não me preocupa nem me faz pensar por três segundos se será assim. Sinto o que sinto e se for ridículo é um direito que me assiste.

Parágrafo.

Agora o que veio depois.

Depois vieram e-mails de amigos, alguns com "anexos" de ternura, comentários, públicos e privados, ao que aqui deixei escrito. Vieram telefonemas e mensagens indescritíveis - O telefonema, já tarde na noite, do meu Amigo C... A longa mensagem, que me levou às lágrimas - doces - do meu querido primo J. T. (a quem não fui ainda capaz de responder). Os Amigos, do Merlin, que passaram cá por casa para lhe dar um "olá", dois biscoitos e três festas.

No dia 27 teve lugar o 2º "Grand Diner " dos antigos alunos do liceu que frequentei. Alguns dos meus antigos colegas passam aqui pelo Real Gana; um ou outro tiveram contacto telefónico comigo devido à proximidade do nosso jantar; eu cheguei bastante tarde ao jantar porque, sabendo que ninguém me esperava, mantive um andamento próximo do "Adágio" para me permitir ir controlando a situação da saúde respiratória do Senhor Merlin e equilibrando a minha inquietude emocional, deixando evaporar-se o meu cansaço e apreensão no entusiasmo de rever muitos e queridos ex-colegas.
Chegada ao jantar foram muitíssimos os que me perguntaram: "Então o teu cão? Está melhor? Mas o que é que ele tem?". Mais... Desde o dia seguinte ao jantar, como é natural, reanimou-se o, já normalmente animado, site dos antigos alunos LFCL. Também por aí apareceram mensagens de carinho relativas ao meu Senhor Cão; Até no Facebook, por onde passo uma vez de três em três meses, me "choveram" mensagens a perguntar pelo Merlin.

Desta vez a vida, as pessoas, de facto, conseguiram surpreender-me, pela positiva, pela afectividade, pela compreensão.


Há coisas que não se agradecem, eu penso assim, não são para agradecer.
São para reconhecer. São para não esquecer. Poderão ser para retribuir se vier a ser o caso; não são para agradecer, não faz sentido.

Quero que todos aqueles que, conhecendo ou não o Merlin, tendo por ele algum sentimento ou não, conseguiram aperceber-se de que o meu querido Amigo de muitos anos e de todas, as boas e más, horas está doente, muito velhote e a lutar porque não quer partir ainda, saibam que nestes últimos seis dias, que se sucederam a, pelo menos, três semanas de angústia e más espectativas, fizeram para mim toda a diferença.
(Para mim) E não só...
Ao fazerem com que me sentisse mais apoiada, menos só nesta história de afectos, fizeram também com que a angústia que andei a renegar fosse ocupada por outros sentimentos bem mais positivos e me deixasse em paz. Fizeram com que, ao sentir-me eu mais encorajada e compreendida, transmitisse uma forma de estar e agir mais calma, menos angustiada, com maior aceitação. Talvez por isso, não vejo outra razão, contra todas as expectativas - minhas e dos veterinários, em particular da cardiologista - o Merlin apresenta algumas melhoras "inexplicáveis". Não são melhoras da patologia cardíaca, não há uma alteração do chamado "quadro clínico". Não ultrapassou a situação de iminência de uma síncope ou de isquemia cardíaca, pode suceder a qualquer momento e será tão mais provável quanto qualquer factor de risco seja momentaneamente aumentado. No entanto desde há duas noites permanece em sossego - essa é uma notável novidade - durante o dia conseguiu movimentar-se e agir quase sem evidenciar grandes problemas respiratórios ou cansaço evidente. Pela primeira vez, desde há mais de um mês, esteve acordado e, moderadamente, activo mais tempo do que aquele em que dormiu.

Sei que nada se alterou significativamente no que se refere à evolução do seu estado. Como disse um veterinário muitíssimo experiente: "Isto não é um cão, é uma improbabilidade". Ambos sabemos, o Merlin e eu, que andamos a roubar tempo ao tempo... Desde que esse tempo se passe sem sofrimento e ainda com uma alegria imprevista, assim seja.

As notícias estão dadas aos muitos que as pediram; continuem a "mandar postais", fizeram toda a diferença, a ternura também alimenta.



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7 comentários:

cereja disse...

É muito bom, Alex, este sentir muito mais do que o «não estamos sós» que «estamos muito acompanhados»!
Já por uma ou duas vezes senti isso no meu blog. Tendo deixado lá um desabafo de alguma coisa que me tinha corrido mal ou de algum desgosto, recebo o máximo de comentários e vários telefonemas de amigos que passaram por lá.
É uma surpresa tão boa.
Quanto ao Merlin é realmente um sedutor que nos mete no coração (ou ele entra no nosso, não sei bem) Repara que até o meu filho que tem um certo «respeito» por cães, engraçou logo com ele, e é dos cães com quem se dá bem.
Agora de férias podes estar mais tempo com ele, não é? :)
E tenta não sofrer por antecipação (olha quem fala...) e aproveitares a sua presença.

João Carlos disse...

É minha querida Xana. Penso que quando existe uma "vaga" de pensamentos positivos tudo pode acontecer. Quem sabe o Merlin PENSOU: fiz um acordo de coexistência pacifica com o "tempo". Nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia vamos encontrar-nos.
Beijos e abraços para os dois e claro, beijo e abraço para o Infante

Anónimo disse...

O meu comentário à tua carta de amor não apareceu no blog!

Não sei o que tem o teu amigo mas estou a passar por um processo complicado com a minha amiga Kitty de 12 anos.
Ainda na 2ª feira fez um 2º tratamento de quimio.
A estes amigos, nestes momentos, temos de os mimar, apoiar e ter coragem para não os deixar sofrer.
FORÇA,
Bjs, Nanita

Anónimo disse...

Alex, querida, tenho estado bem pouco atenta. Mas, agora, que tomo conhecimento, percebo que há ligações e sentimentos que nos tomam assim, inteiros. Bj.

Alex disse...

Meus Queridos,

Nãda mais tenho a acrescentar, já está tudo dito no post.
Reitero o meu reconhecimento a todos.
Bêjus gandis

Anónimo disse...

Não é verdade que ninguém te esperasse no jantar do passado dia 27 ;-)
Bjs!
TP

Alex disse...

Ó TP, querido Amigo...
Assim posto sei que tens razão; o que quero dizer é que não se tratava de um jantar formal em que tivesse pessoas à minha espera para começarem a jantar
(Aliás pareceu-me que ninguém jantou nessa noite, nem antes nem depois de eu chegar...)
Beijo para ti