O que se vem passando na Síria há dez meses já não nos espanta e talvez a poucos comova. É natural... É natural? A Síria fica longe, nem sequer faz exactamente parte do "nosso mundo". E todos temos ainda bem presente a loucura que ocorreu na Líbia - Bem... todos não sei, parece que Bashar al-Assad não terá esse pedaço de história recente nos circuitos dos seus estranhos neurónios; ou então não percebeu, a loucura e a maldade bloqueiam-lhe o entendimento.
Provavelmente al-Assad pensa que tem "as costas quentes". E tem. Espantosamente tem.
Durante a noite de ontem discutiu-se a situação da Síria no Conselho de Segurança da ONU. Conclusão: mais sanções. Pois.
Claro que a conclusão que se retira da impotência do C.S. ONU é outra.
Por muita vontade que o Ocidente tenha de ir às trombas a Bashar al-Assad, por muito que a Liga Árabe se faça ouvir pedindo uma «acção rápida e decisiva», a Rússia e a China mantêm as costas de al-Assad a salvo. Humanamente é incompreensível, ou seria, caso não viesse de onde vem. Mais uma conclusão a tirar...
Por falar em tirar conclusões, por falar na China (também na China)...
Nestes últimos dias tenho-me perguntado porque não há praticamente notícias sobre os sucessivos confrontos que têm vindo a ocorrer em vários locais do Tibete dos quais têm resultado várias mortes e inúmeras prisões.
O primeiro de que eu tive conhecimento ocorreu a 23 de Janeiro em Draggo ( Drango), nas imediações do mosteiro local em torno do qual um crescente número de pessoas vindas das localidades vizinhas se estavam reunindo clamando pela libertação do Tibete e pelo regresso do Dalai Lama.
Dois dias depois terá havido uma «escalada de violência» tendo ocorrido mais confrontos e mortes desta vez em Sertha; mais de 200 manifestantes pacíficos (muitos dos quais monges) foram presos arbitrariamente. Desta vez saíram notícias na BBC, New York Times e Financial Times assim como em alguns outros MCS de menor impacto.
A 27 de Janeiro, desta vez na cidade de Barma, Dzamthang, as forças paramilitares abriram fogo sobre manifestantes e executaram um homem que se dirigia para o meio de um conjunto de pessoas que tentavam evitar a prisão de um jovem
A comunicação social, de um modo geral tem estado alheada do que se está a passar quase (?) diariamente no Tibete.
Ontem, 31Jan. a BBC (what else?) noticiava, ainda que discretamente, que o governo chinês tinha ordenado um aumento de segurança e vigilância dos mosteiros e não só:
«Lhasa officials and functionaries at all levels, especially the police, must increase... efforts to rationally dispatch police forces and step up registration and inspection work along national roads, at key monasteries and among leading suspects.»Mas os "mimos" não ficam por aqui, o Dalai Lama e seus apoiantes são particularmente mimoseados:
«"We must strike hard at all the separatist, destructive and criminal activities of the Dalai clique and make efforts to realise our goal of not letting any incident, big or small, occur," he* said in a speech published on the Lhasa government website.*LIU QI
He* was referring to Tibet's exiled spiritual leader, the Dalai Lama.»
Porque não fala nisto a comunicação social? Aah, e o C.S. da ONU nem aborda... Para quê? Para ser vetado ao silêncio?
Que raio de mundo o nosso!
Sem comentários... Que haveria a dizer?
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