Não quero deixar passar em silêncio a morte de Nelson Mandela mas pouco ou nada resta a dizer: o estrondo que a morte deste invulgaríssimo homem provocou no mundo inteiro deixa chega para silenciar repetitivas palavras.
Na memória, na admiração, o que me fica é a admirável capacidade de, nas situações mais dramáticas e revoltantes, nunca ter saído da boca de Mandela um apelo à violência, à revolta da raiva e do ódio, que teria, indubitavelmente, libertado o inferno na África do Sul.
E fica-me também a constatação de um milagre: só por milagre um homem com a grandeza de alma de Mandela encontra, no mesmo espaço, no mesmo tempo e em posição de poder adequada, um interlocutor à altura como foi o presidente De Klerk.
Quando pessoas assim se juntam numa causa o impossível desiste.
O HOMEM DO IMPOSSÍVEL
Publicado por Alex. at sexta-feira, dezembro 06, 2013
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3 comentários:
Morreu um homem bom. Juntamente com De Klerk e posteriormente através do rugby, deu início ao nascimento de um país normal. Mas não nos esqueçamos que, de um lado e do outro, tiveram de negociar, impôr-se, aos radicais brancos e negros que existiam. Hoje, Mandela era ainda a “rolha” que existia junto do ANC e dos seus dirigentes e apoiantes. Tenho bastante receio do futuro. Não nos esqueçamos que existem africanos brancos, louros, de olhos azuis e que, ao contrário de outros, aquela é a sua terra. Não têm outro lar. Temo que, a RSA se torne mais um entre tantos…
Olá Laurus nobilis!
Assim foi.
Lembro-me de que quando
Mandela foi eleito os receios da "queda" da África do Sul eram divulgados, e, muitas vezes, com "certezas absolutas". Por aquilo que nos foi, e tem vindo a ser, dado a observar, a "estrutura humana" da política sul-africana pouco ou nada terá de comum com o caciquismo reinante noutros países, ditos desenvolvidos, da África. (Penso, neste momento, concretamente em Angola, a título de exemplo, onde, apesar de tudo, os brancos vão vivendo calmamente)
Quero acreditar que a memória e o respeito por Mandela e pela sua batalha contra TODO O TIPO DE RACISMO prevalecerá sobre recalcamentos minoritários.
Assim seja.
Esperemos que tenha razão...
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