Depois da barracada da Proposta de Lei do Orçamento Geral de Estado 2012, escrito em meio-português/meio-acordês...
(quem não tenha dado por isso que se dê ao trabalho de dar um saltinho AQUI ,o original para quem "tem facebook",
ou AQUI, para quem não tem)
barracada essa da qual não resisto a deixar uns elucidativos exemplos, tais como:
Protecção do meio ambiente e conservação da natureza – Pág. 189
proteção do meio ambiente e conservação da natureza – Pág. 189
duas ópticas de contabilização – Pág. 53
numa ótica de contabilidade nacional – Pág. 53
( Deve ser o plural que tem "direito" a P)
DESPESA EFECTIVA – Pág. 69
despesa efetiva – Pág.69
(Aqui não será o plural, devem ser as maiúsculas)
os contratos efetivamente celebrados – Pág. 134
começará a ser efectivamente paga nesse ano – Pág. 75
(Ok, quando são pagos ganham o direito ao C)
A coisa irrita-me por diversas razões, a primeira das quais é que tudo o que é escrito em acordês me irrita mas, sendo esta a primeira não é de todo a mais importante nem a mais grave; a mais grave prende-se com o seguinte:
Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, “determina a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (…), a partir de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo”
Que raio passa pela cabeça de quem redige um documento oficial do Estado ao parir uma Proposta de Lei Orçamental escrita em língua nenhuma?
O Ministério das Finanças coloca-se ao nível de uma ridícula RTP que transmite em "direto" ou de uma série de pasquins que publicam artigos que têm de ser corrigidos depois de redigidos para se acordarem com regras que não estão em vigor.
ISTO NÃO É UM PROBLEMA DE ECONOMIA OU DE FINANÇAS; É UMA VERGONHA INDECISA, ERRANTE E ERRADA, UM DESCONSOLO.
UM DOCUMENTO OFICIAL ESCRITO EM SEMI- ACORDÊS, UM ACORDÊS MAL ASSUMIDO DE QUEM SABE QUE ACORDÊS NÃO PRESTA, NÃO ESTÁ EM VIGOR, É UMA TRAMPICE INVENTADA PARA AGRADAR A GREGOS E TROIANOS, MAS NÃO A PORTUGUESES
Mas dizia eu lá mais acima, depois desta barracada, tenho tomado atenção a semelhantes broncas em "sites" oficiais. A coisa seria hilariante se não fosse triste, muito triste.
Ainda há pouco passei pelo "site" da Autoridade Nacional de Protecção Civil (é, ainda se chama assim, em português mesmo) . E lá no dito está escrito:
2011-10-21
Primeiras chuvas: atue preventivamente
Sob este título podem ler-se várias banalidades como:
«aos cidadãos competirá tomar atitudes proativas»e no final deste mesmo aviso:
Para o esclarecimento de dúvidas, contacte o seu Serviço Municipal de Proteção Civil.
Já no "site" do Ministério da Educação pode ler-se assim:
«O Programa Educação 2015 foi lançado para elevar as competências básicas dos alunos portugueses e os níveis de qualificação e para traçar uma estratégia de convergência com os padrões internacionais de qualidade educativa.Curiosamente este "Programa Educação 2015", « a lançar a partir do ano lectivo 2010-2011» (sic), publicado por este Ministério, encontra-se totalmente (!) escrito em português;
Centra-se em três objectivos de referência:
Elevar as competências básicas dos alunos portugueses;
Assegurar o cumprimento da escolaridade obrigatória de 12 anos;
Reforçar o papel das escolas.»
Este mesmo ministério que impõe que os estudantes, da primária incluídos, começassem já no princípio do presente ano lectivo a praticar e a aprender acordês.
Aliás, todo o "site" se encontra escrito em português; curioso não?
O mesmo é válido para o "site" do ministério dos Negócios Estrajeiros, o que tem relações privilegiadas com os Países de Língua Oficial Portuguesa
Não há dúvida que uma parte da nossa comunicação social está muito "à frente"; oxalá não caia...
Como diria "o outro", ó gente, ORGANIZEM-SE!
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