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O FALSO MANSO

Os 280 camiões (280!!!!) russos partiram em direcção à Ucrânia com ajuda humanitária, bens de primeira necessidade.
De primeira necessidade para quem? Para a população do sudeste da Ucrânia os para os "combatentes pró-russos" que estão encostados às cordas? Ou para ambos, tapando o Sol com uma peneira?

Quando os gregos fizeram penetrar o seu gigantesco cavalo de madeira em Tróia só conseguiram fazer-lo porque os troianos acreditaram, quiseram acreditar, que se tratava de um presente de paz oferecido pelos gregos vencidos.


Putin terá considerado a desesperada situação das populações do sudeste da Ucrânia - situação que ele próprio criou - como a oportunidade de ouro para vestir a armadura de generoso herói salvador; e, já agora, com a armadura vestida há que aproveitar para lhe dar uso... Que ironia! Que cinismo! Que gajo esperto!

Mas...
Os "troianos" de hoje não acreditam em "prendas de paz", muito menos vindas de Putin, que diz o que for preciso para manter a face e faz o que lhe apetece com a mesma cara de pau.

Como é que eu sei que nos camiões não há apenas bens desesperadamente necessários às populações que têm estado debaixo de fogo? Pois, não sei. Não sei eu nem os ucranianos.
A Europa e a NATO, saberão o que está a ser transportado? Talvez... Seja como for não acreditam em Putin, já não se fazem "troianos" como antigamente...

The New York Times  - Andrew Roth

- Putin disse que tinha acordado com a Cruz Vermelha Internacional a entrada dos camiões na Ucrânia.
- A Cruz Vermelha Internacional disse não ter conhecimento de coisa alguma, nem da carga, nem do destino, nada.

- Quando os camiões iniciaram a viagem dizia-se serem 280
- Em declarações posteriores o ministro dos negócios estrangeiros russo disse serem 260 camiões dos quais 200 transportavam bens de primeira necessidade.
(60 camiões de apoio logístico???)
- Alguns dos condutores que falaram com a imprensa referiram 270 camiões...

O The Guardian refere que os mais de 280 (?) homens que conduzem os camiões vestem calções caqui, bonés e t-shirts iguais e têm, sem dúvida, uma aparência e comportamento militar embora não se assemelhem aos altamente treinados homens, fardados e sem identificação militar, que em Março fizeram a invasão e anexação da Crimeia

- O governo ucraniano, e o presidente do Conselho da Europa, pediram a Putin a listagem completa dos bens transportados
- A listagem nunca foi entregue, apenas uma lista "por alto": comida, água, sacos cama, geradores eléctricos, cuidados médicos primários

- Quando o governo ucraniano disse que os camiões não passariam a fronteira sem ser vistoriados por especialistas tudo seguiu em frente;
- Mas quando o secretário-geral da NATO, Anders Rasmussen, com aquela sua cara de poucos amigos, deu uma entrevista oficial coincidente com a aproximação do "comboio de ajuda" à fronteira, de repente os camiões mudaram de rumo, dirigindo-se mais para sul e por fim pararam.
A tão necessária ajuda humanitária encontra-se parada ao longo da estrada.

Porquê?

Entretanto...


The Guardian -  Shaun Walker
Ao cair da noite de quinta-feira, 14 Agosto, um jornalista do The Guardian viu, e fotografou, 23 veículos militares armados, acompanhados por veículos de reabastecimento de combustível e outros veículos de apoio logístico atravessarem a fronteira ucraniana em direcção a Donetsk



Além destes, vários veículos de transporte militar, carregados com artilharia e tanques, percorreram durante o dia a estrada M4 por onde viajaram os camiões. Os habitantes locais dizem que isto vem acontecendo desde há meses.

 The Financial Times - Courtney Weaver,
The Gardian - 14/08/2014

O mundo pode estar expectante perante esta invasão que não-é-mas-é-mas-não-deixa-de-ser... A sorte protege os audazes, diz-se, também se diz que todos os diabos têm sorte. Israel e os palestinianos e o Hamas e as conversações e o cessar-fogo; O Iraque e os guerrilheiros ISIS e a Síria e um genocídio iminente; O Ébola. E toda a demais loucura que grassa por um planeta que, por vezes, me parece ser outro, não aquele onde vivo.
Se Putin invadir, de novo, a Ucrânia não passa de um promenor...
Eu, continuo a ter presente como se despoletou a II Guerra.
Felizmente inventaram as sanções económicas, até ver.


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