Como saberão os mais assíduos, ou os mais atentos, não sou grande fan de Paulo Portas, já por aqui escrevi coisinhas pouco amáveis acerca das suas birras e motivações. Pouco amáveis, não propriamente insultuosas.
Creio que Paulo Portas reconheceu que não precisa ser irrevogavelmente superior a Pedro Passos Coelho; terá reconhecido no Primeiro-Ministro o Homem-de-Estado com uma calma e perseverança que ele, Paulo, emotivo e reactivo, não teria (não teve).
Mas P.P. tem algumas qualidades, ou características, que não posso deixar de apreciar, algumas pessoais, outras políticas (se é que é possível separar assim tão singelamente umas de outras)
Ontem, dia 20/10, à saída de Belém a jornalista da RTP1 perguntou-lhe:
«... atendendo ao que disse António Costa aqui esta tarde que esse governo pode cair no momento em que apresentar o programa de governo... dizendo que o país não devia perder tempo porque há um acordo para um governo com apoio maioritário no parlamento, que foi o pedido que Cavaco Silva fez»E P.P. respondeu em pouco mais de uma dúzia de palavras:
«É absolutamente extraordinário ver um líder político, à procura da sua sobrevivência, considerar o voto do povo um detalhe e considerar o parlamento de Portugal uma formalidade.
Boa tarde.»
Pela minha parte nada tenho a acrescentar.
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2 comentários:
Podemos não gostar, mas é dos poucos que vê, antecipadamente, as 20 jogadas que possam surgir... Efectivamente, não é preciso dizer mais nada.
Nem é bem não gostar, pessoalmente até gosto dele (fomos companheiros de "luta" na JSD, bastante próximos; nunca deixou de me conhecer, mesmo depois de ser "um tipo importante"). É inegávelmente um político no sentido mental do termo, tem a bagagem necessária e os neurónios no lugar. E é um tipo educado, no sentido Aristos-Crático, e isso faz muita faltinha por cá...
Hoje não digo os "mas"... Estou benevolente.
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