::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

ACORDOS HÁ MUITOS...

O personagem deve ter pensado que um pacato domingo seria um bom dia para me vir inflamar o neurónio; vai daí e diz-me: «... mas agora o Trump até está a atacar o Putin, até está a ajudar a Ucrânia»

Haja Deus! Resolvo que não vou deixar a inflamação do neurónio alastrar-se-me à língua, respondo laconicamente «Tens razão, vamos ver o Putin a assinar um Acordo de Paz justo e a cumpri-lo, borradinho de medo do Trump», e fico a pensar que raio alimentará esta credulidade. Inocência, o acalentamento de um desejo ilusório ou mera incapacidade?

Por aqui arrisco que o plano de Putin será,
por um lado, avançar pelo centro, atacando Kyiv, criando destabilização e morte numa área de população mais densa que pretende enfraquecer ainda mais aterrorizando-a numa tentativa indirecta de pressionar o governo ucraniano, 
por outro, manter uma segunda frente atacando o sul, a costa do mar Negro, ocupar Odessa

Se Odessa for ocupada, tomará as rotas de navegação, o embarque e desembarque de armamento, a exportação de bens (entre os quais os cereais), o controlo do Mar Negro. Um cenário catastrófico para a Ucrânia


Trump deu à Rússia mais 50 dias antes do início da aplicação das sanções, que não conseguiu continuar a evitar, mas isso não significa, de forma alguma, que Putin pare os ataques.
Estes 50 dias são um período chave de campanha de guerra que vai decorrer até finais de Outubro, meados de Novembro, dependendo da entrada do tempo chuvoso, e a Ucrânia vai precisar de muito mais do que algumas baterias de mísseis Patriot

A Europa está a enviar mísseis que demoram um par de semanas a ser colocados mas a questão é saber que mísseis e quantos. Os Patriots não são úteis contra drones. São utilizados contra outros mísseis, fornecidos pela Coreia do Norte, alguns pelo Irão, contra aviões ou navios, mísseis balísticos e mísseis de médio alcance. Os presentes ataques nocturnos quotidianos com 400, 500 drones  são impossíveis de combater com os exurbitantes Patriots, ou quaisquer outros mísseis.

A Ucrânia tem uma rede de ligação por telemóvel que identifica, sobretudo pelo som mas não só, os drones que se aproximam; equipas com baterias de metralhadoras em camiões que são alertadas e têm tido um êxito lendário no seu abate. Isto tem  funcionado com drones que voam a baixas altitudes a 100/140 kms/h. mas os drones estão a tornar-se mais sofisticados, são pintados de preto tornando-os mais difíceis de ver e atingir em tempo útil durante a noite, voam a maior altitude para que as metralhadoras não os consigam alcançar. Costumavam ter ogivas altamente explosivas mas agora muitos deles têm ogivas térmicas, muito mais destrutivas, sugam o ar do interior dos edifícios e queimam pessoas até à morte. São praticamente impossíveis de bloquear e possuem um certo grau de IA para orientação. Estes drones estão a sobrevoar Kiev, contornam a cidade e regressam pelo lado oposto provocando desperdício de munições aéreas e recolocação das defesas.  Realizam ataques ilegais a edifícios residenciais, escolas, hospitais e supermercados.... 90% dos ataques russos são contra alvos civis. Crimes de guerra não denunciados por Trump, que mandou votar contra a resolução da ONU que condenou a Rússia. Se a Ucrânia atacasse alvos civis assim, repetida e indiscriminadamente, cairia o Carmo, a Trindade, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo e o Bom Jesus de Braga

Trata-se de uma corrida tecnológica e não apenas de armamento, é necessário, essencial, avançar com armas de energia dirigida, armas de maior calibre capazes de atingir altitudes mais elevadas,  metralhadoras de calibre 50 para além dos mísseis Patriot - que Trump resolveu dar uma mão cheia contra a venda de onerosas quantidades de armamento especializado a 18 países, maioritariamente da NATO, e estes que os doem à Ucrânia por sua conta. 

“Vamos fornecer armas à NATO em grande quantidade, estamos determinados a assumir uma maior responsabilidade pela dissuasão e defesa da Europa”, disse Trump.

Não, não vai fornecer, no sentido que pretendeu dar à sua declaração, vai vender a quem os fornecerá

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que tem trabalhado com os países europeus para coordenar a compra de armas americanas,(entre as quais misseis Patriot e Tomahawk) disse que a Alemanha, a Finlândia, o Canadá, a Noruega, a Suécia, o Reino Unido e a Dinamarca estariam entre os compradores para fornecer à Ucrânia, e observou que “a rapidez é essencial aqui”.

A Ucrânia tem em funcionamento pelo menos seis sistemas Patriot, fornecidos pelos EUA, Alemanha, Países Baixos e Roménia.

Durante a Conferência Anual de Recuperação da Ucrânia (Roma,10 e 11 de Julho de 2025),  Zelensky disse que Kyiv solicitou um total de 10 sistemas Patriot a Washington.

"Com o Presidente Trump, temos um diálogo positivo sobre os sistemas Patriot. O meu pedido é de 10 sistemas Patriot e o número correspondente de mísseis relevantes para estes sistemas", disse Zelensky.

Zelensky acrescentou que a Alemanha está efectivamente disposta a pagar por dois sistemas, a Noruega pagaria por um sistema, e há «uma resposta clara do fabricante e de diferentes capacidades dos EUA de que outros parceiros europeus irão aderir ao esquema de financiamento dos sistemas Patriot americanos».

A 14 de Julho Trump revelou que a Ucrânia iria receber um total de 17 sistemas mas esqueceu-se de revelar quem pagará por eles 



Sem comentários: