Medvedev não tem qualquer poder real, é um sopeiro de Putin, sempre foi mesmo quando foi presidente para preencher a lacuna constitucional, já colmatada, que impedia Putin de reinar em continuidade ininterrupta.
Uma das tarefas adjudicadas a Medvedev é a de "mandar bocas" através de microfones internacionais sem a carga oficial, essa recai sobre Pescov; Putin diz-lhe "Medv, vai rosnar àqueles gajos e mostra-lhe os dentes" e Medvedev acaba de emborcar a caneca de vodka, atira-a para um canto e vai rosnar. Passou a semana nisto. Na quinta-feira rosnou sobre as capacidades automáticas da era soviética para ataque nuclear retaliatório da Rússia, ainda operacionais e prontas a disparar
Trump esfregou as mãos de contente, foi exactamente o que estava a precisar para desfocar as atenções mediáticas do peçonhento "Caso Epstein/Trump" que tem trazido colado a si sem conseguir lavar-se de tal peçonha.
«Ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados em regiões apropriadas para o caso de estas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que isso. As palavras são muito importantes e podem muitas vezes levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos. Agradeço a vossa atenção a este assunto!»
A ser verdade será grave, totalmente desmedido e arriscado, de facto as palavras são muito importantes e podem levar a consequências indesejadas.
E por que raio o presidente dos EUA responde a um vice do concelho de segurança russo, ex-político de reconhecidíssimo e elevadíssimo grau alcoólico?
A ser verdade... Os submarinos nucleares estão constantemente posicionados, têm trajectos e posições cuidadosamente planeadas e coordenadas entre si e de acordo com alterações geo-estratégicas; Não é coisa que se altere assim de um dia para o outro porque deu na bolha do presidente
O Donald fazer uma declaração, numa página da sua rede social, é uma coisa; O presidente dos EUA fazer uma declaração, é outra coisa. E não fez. Depois, já enquanto presidente e falando aos media, Trump falou em medidas, em precauções... mas não em submarinos, muito menos em ogivasDeslocar dois submarinos nucleares é uma coisa, complicada; deslocar dois submarinos nucleares armados com ogivas, é outra coisa, complicadíssima
E comunicação do Pentágono, alguma coisa? Pois do Pentágono coisa alguma
Até mais ver, se houver que ver, veremos
Passando àquilo que Trump quer, desesperadamente, que passe
Esta semana o Donald teve uma nova ideia para "demonstrar" as razões do seu afastamento de Epstein, esse "creep". Diz ele que o expulsou de Mar-a-Lago porque o "creep" lhe roubou umas meninas que trabalhavam no spa. (incluindo Virginia Giuffre que posteriormente veio a público, foi testemunha acusatória e, recentemente, se suicidou) E não, não sabia nada sobre as práticas de tráfico de meninas de Eptein; nem nunca foi à ilha dele ( Donald, tu sabes que há manifestos de vôo dos aviões privados, não sabes? E localizações de telemóveis mesmo com GPS desligado, também sabes?)
Não é, infelizmente, a característica mais grave do Donald mas é uma das mais irritantes: o homem julga que as pessoas são todas parvas e que é mais esperto do que o diabo. Compreendo. A avaliar pela capacidade de discernimento dos seus seguidores o homem sente-se esperto. Mas "a amostra é curta para servir na estatística "Número de pessoas parvas que acreditam..."
Em 2004, já mais de uma década passada sobre a estreita relação destas duas belas peças de perversidade, Epstein apresentava-se como sendo o maior licitador para um imóvel, uma casa em Palm Beach, com a oferta de 36 milhões de dólares. Tendo a aquisição como certa, levou o seu amigo Trump a ver a casa para o aconselhar sobre como mudar a piscina.
Trump viu a casa e, nas costas de Epstein, ofereceu 40 milhões de dólares, ficou com a propriedade.
Epstein, profundamente envolvido com as finanças dispersas de Trump, sabia que, naquela altura, Trump não tinha 40 milhões de dólares disponíveis para pagar esta casa, teriam de ser 40 milhões de dólares de outra pessoa; acreditava que se tratava de 40 milhões de Rybolovlev, um oligarca russo.
Um ano e tal depois esta casa comprada por 40 milhões foi vendida por 95 milhões de dólares a Rybolovlev. Isto não é apenas um negócio, é a bandeira vermelha de lavagem de dinheiro. Epstein ficou furioso por ter perdido a casa e, pior, pela traição imobiliária de Trump. Começou a ameaçá-lo com processos judiciais e, provavelmente pior, ameaçou-o de ir à imprensa dizer que Trump era um testa de ferro de lavagem de dinheiro russo
Trump entrou em pânico. Desacreditar Eptein tornou-se um acto de sobrevivência
Epstein estava convencido, e acreditou até ao dia em que morreu, que foi Trump quem foi à polícia denuncia-lo. Sabia que Trump estava totalmente a par do que se passava na casa Epstein, totalmente a par durante muitos anos. Começou então uma investigação e o desenrolar dos problemas legais de Epstein durante os 15 anos seguintes.
A história sobre este imóvel, e a desavença entre Trump e Epstein, foi publicada pela primeira vez em Junho de 2019, durante a primeira presidência Trump.
Epstein havia contado esta história a Michael Wolff, biógrafo de Trump (o mais odiado por Trump)e este relatou-a em pormenor no seu livro "Siege - Trump Under Fire", o segundo que escreveu sobre a Casa Branca de Trump.
Epstein estava em Paris quando o leu. Telefonou a Wolff claramente alarmado, disse-lhe que tinha medo de ter falado demais.
Três semanas depois deixou Paris e regressou aos Estados Unidos. Foi prontamente detido na pista do aeroporto em Nova Jérsia quando o seu avião aterrou a 6 de Julho de 2019.
Foi encontrado morto na sua cela a 10 de Agosto de 2019
O médico legista de Nova Iorque e o inspetor-geral do Departamento de Justiça consideraram que a morte de Epstein foi suicídio por enforcamento. Nunca foi explicado como é que alguém se consegue enforcar numa cela que não tem qualquer ponto de apoio suficientemente elevado, existia apenas um beliche bastante baixo que facilmente se viraria em queda se suportasse o peso de um homem adulto. Estranhamente no relatório é afirmado que Epstein atou tiras de lençois rasgados à pequena mesa/secretária que se vê na foto. A sério?Os advogados de Epstein contestaram a conclusão do médico legista e abriram o seu próprio inquérito, contratando o patologista Michael Baden.
Quando Epstein foi colocado na Unidade de Alojamento de Segurança (SHU), a prisão informou o Departamento de Justiça de que ele teria um companheiro de cela e que um guarda verificaria visualmente a cela a cada 30 minutos. Estes procedimentos não foram seguidos na noite em que morreu. A 9 de Agosto o companheiro de cela de Epstein foi transferido e não foi substituído. No final da tarde que precedeu a sua morte, Epstein encontrou-se com os seus advogados, que o descreveram como “optimista”, antes de ser escoltado de volta à SHU às 19:49 pela guarda Tova Noel.
As imagens de CCTV mostram que os dois guardas não efectuaram nenhuma das contagens de prisioneiros exigida às 22:00, 00:00, 03:00 e 05:00 na ala L onde Epstein e mais três prisioneiros em diferentes celas se encontravam. Registaram Noel a passar brevemente pela cela de Epstein às 22:30. As contagens foram porém efectuadas nas restantes alas (e apresentam uma discrepância "inexplicável", já la vamos). Durante toda a noite, em violação do procedimento normal da prisão, Epstein não foi inspeccionado de 30 em 30 minutos. Os dois guardas encarregues de inspecionar a sua cela durante a noite, Tova Noel e Michael Thomas, adormeceram à secretária durante cerca de três horas (?!?!) e mais tarde falsificaram os registos relacionados com as inspecções. As duas câmaras em frente à cela de Epstein também avariaram nessa noite. Outra câmara tinha imagens “inutilizáveis”.
As imagens captadas em CCTV divulgadas nos media não são do exterior da cela de Epstein mas de uma zona comum, de recepção e entrada daquela área da prisão
Em Agosto de 20219, o Procurador-Geral William Barr, apesar de ter inicialmente manifestado suspeitas, descreveu a morte de Epstein como "uma perfeita tempestade de erros". Tanto o FBI quanto o Inspector-Geral do Ministério da Justiça conduziram investigações sobre as circunstâncias da morte. Os guardas de serviço foram mais tarde acusados de vários crimes de falsificação de registos. Muitas figuras públicas acusaram o Serviço Federal de Prisões de negligência; vários legisladores apelaram a reformas do sistema prisional federal. Em resposta, Barr demitiu o director do Bureau e pronto, está feito.
O mau funcionamento das duas câmaras frente à cela, as alegações de Epstein de possuir informações comprometedoras sobre figuras poderosas, as dificilmente explicáveis circunstâncias da sua morte foram alvo de especulação; Dois dos mais aguerridos e audíveis defensores de que Epstein não se suicidou, Kash Patel e Dan Bongino, foram nomeados, já na segunda administração Trump, respectivamente director e vice-director do FBI; rapidamente chegaram à conclusão de que estavam enganados, Epstein suicidou-se, fim de papo. Uma das maiores defensoras da publicação total dos "Epstein Files", Pam Bondi, que expressou várias vezes que só e apenas os nomes das vítimas e das testemunhas colaborantes deveriam ser ocultados, foi nomeada Attorney General e passou-lhe o impeto
Em consequência da morte de Epstein, todas as acusações contra ele foram retiradas e as investigações em curso sobre tráfico sexual foram abandonadas.
Então e a prometida publicação dos ficheiros?
A lista que existe, que afinal não existe, que existe mas não diz nada...
Avaliado o relatório publicado pelo FBI (Junho de 23) nada leva a parte alguma
O relatório é uma anedota feita de contradições, e enigmas, nada foi explicado. Quem quiser provas disso que dê uma voltinha no vídeo que deixo aí abaixo, especialmente a partir do min.8.
No que toca ao "inexplicável" levanta-se uma lebre mais do que estranha; mais do que uma lebre, um possante mamute: ao minuto 2:22 e por uns breves 4 segundos de forma pouco evidente mas perfeitamente visível se prestada atenção, vê-se neste vídeo alguém vestindo um fato prisional, cor-de-laranja, descer a escada que conduz à cela onde estava Eptein, não passa frente à recepção, continuando portanto a descer outro lance não estando na companhia de guardas prisionais.
Contagens de prisioneiros - em outras alas que não a de Epstein - variam entre os 72 e 73 presentes consoante a hora da noite em que feitas pela mesma guarda ( o que obviamente levanta a questão de poder existir um "prisioneiro infiltrado" nessa noite). Mais: as contagens que apresentam a presença de um prisioneiro a mais são a das 22:00h e a das 00:00h, o que coincide com o período de gravação CCTV em que alguém com um fato prisional desce aquela escada em particular. Sozinho.
The FBI Redacted Trump’s Name in the Epstein Files
The bureau’s FOIA team tasked with conducting a final review of the records blacked out the names before higher-ups said last month that releasing the documents ‘would not be appropriate or warranted.’
Bloomberg, August 1, 2025 at 3:35 PM GMT+1 - LINK