Gentalha corrupta, que mete ao bolso verbas usurpadas, que encara um suborno como um acréscimo de rendimento, que é financiada por fontes ocultas e ocultadas, há por todo o lado, é verdade, mas há uns que abusam. Abusam e sustentam as suas retóricas em acusações infundadas desviando as atenções dos seus propósitos. Se for feito um gráfico de processos crime que englobe todos os quadrantes políticos não creio que suscite muitas dúvidas sobre onde se encontram os picos. É assim, da Assembleia da República Portuguesa ao Parlamento Europeu.
O primeiro caso estrondoso foi o da Le Pen e de mais 25 comparsas, 8 dos quais euro-deputados; foram apanhados num sistema fraudulento de contratos de trabalho envolvendo verbas do Parlamento Europeu destinadas ao pagamento de remunerações, um desvio de fundos europeus que bateu os 5 milhões de euros vindos dos bolsos dos contribuintes. Uma escandaleira sem margem para dúvidas
Outros houveram, menos onerosos, menos mediáticos, mas com os picos a surgirem do mesmo lado do gráfico
Há menos de 1 mês, a 26 de Setembro, Nathan Gill, ex-líder do UKReform-Walles e ex-deputado europeu do partido Brexit, declarou-se culpado em 8 acusações de suborno para defender as posições políticas da Rússia no Parlamento Europeu. Isto poderia levar a uma conversa sobre como o Brexit foi implantado no meio eleitoral britânico. Não vale a pena, é tão óbvio que desmerece a retórica
Hoje o Sunday Times - e o Times não é o Sun - brinda os seus leitores com uma notícia enfeitada com uma fotografia linda do casal N.Farage/L.Ferrari
«A integridade política de Nigel Farage, um homem que construiu a sua carreira atacando os excessos financeiros da União Europeia, é, de novo, alvo de escrutínio. A sua companheira, Laure Ferrari, está agora directamente implicada numa investigação criminal em curso, de fraude centrada na organização euro-céptica sediada em Bruxelas que ela dirigiu.
Os auditores recusaram-se a aprovar centenas de milhares de euros em despesas públicas do Instituto para a Democracia Directa na Europa durante o tempo em que Ferrari foi directora executiva. O que começou como uma controvérsia contabilística em 2016 transformou-se agora num caso criminal em grande escala, envolvendo o círculo íntimo do líder do Reform UK em alegações da mesma má conduta financeira que ele passou anos a denunciar.» Sunday Times - 19 Out.25
Ok, nem digo mais nada, fico-me pela anedota:
- O que faz um euro-céptico em Bruxelas ?- É tão óbvio que desmerece a retórica
Sem comentários:
Enviar um comentário