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A OFERTA, A PROCURA E A "LIMPEZA"


DEPOIS DA "FESTA" QUE FOI 2008

PARECE-ME QUE ESTÁ NA ALTURA DE LIMPAR A CASA

Ora vejamos aqui no armário do produtos de limpeza o que há disponível:

De acordo com a lei,


* As eleições europeias são em Junho, marcadas pelo Presidente da República.

* As autárquicas devem realizar-se entre 22 de Setembro e 14 de Outubro e são marcadas pelo Governo

* As legislativas deverão ocorrer entre 22 de Setembro e 14 de Outubro e são marcadas pelo Presidente da República




Convenhamos que não será por falta de apetrechos de limpeza que nos poderemos queixar de incapacidade de higienização.

Verdade seja dita que outros problemas se levantam...

Em primeiro lugar teremos de encontrar um higienista profissional capaz de arrumar a casa e lidar com o orçamento doméstico, que é mauzéco mas não é o pior do mundo, nem por perto. Esta será uma das mais difíceis buscas. A Oferta é baixa e a Procura amorfa, anestesiada, alienada.

Portanto:
Em primeiro lugar há que dinamizar, estimular e motivar a Procura. Tarefa árdua, sem dúvida. A Procura tornou-se céptica ao longo dos anos mercê do descrédito em que a Oferta caiu. Tarefa árdua mas não impossível: dado o caos que reina no burgo, quem não poderá ser motivado a encontrar uma melhor Governanta? Ou colocado de outra forma: quando a motivação é tão baixa a probabilidade de baixar mais é quase nula (baixar como, pergunto-me eu?) Por outro lado, com os argumentos certos, e certos porque verdadeiros, motivar as pessoas para uma consciencialização dos seus direitos, ah... e obrigações... não será de todo um objectivo fantasioso ou sequer longínquo. Todas as pessoas querem viver melhor e a majoríssima parte delas quer saber o que se passa em sua casa e tomar parte activa na vida doméstica. Se o não faz é porque desistiu, porque sente que não vale a pena e “a pena” é demasiado pesada para compensação (prometida e) sempre adiada.


As pessoas sabem que um contratado que não cumpre as suas funções ou que não as desempenha eficazmente, no mínimo, satisfatoriamente, pode e deve levar uma “guia de marcha”.
Pior, quando aqueles em quem delegamos poderes para administrar a nossa casa e a manter habitável, numa reviravolta de subtilezas surdas e arrogâncias gritantes, viram este poderes contra os delegantes numa total falta de Respeito pela real soberania, em total Ignorância de direitos fundamentais sem outra razão que não a subjacente aos seus poderzinhos usurpados.

Pois as pessoas sabem... no entanto estas mesmas pessoas parecem ter perdido a noção de Quem-É-Dono-Da-Casa. Contrata-se pessoal para cuidar do dia a dia doméstico e delega-se. A delegação de poderes, ou de tarefas, não é uma transferência de propriedade, em sentido algum. E mais... não dispensa quem delega de velar a forma como são exercidos os poderes delegados; a responsabilidade de uma casa mal tratada é sempre, em última análise, dos donos da casa, não dos contratados, embora estes possam, e devam, ser responsabilizados pelo seu trabalho.

Quanto à Oferta... é de facto problemática. Não nos esqueçamos porém de que existe uma relação directa Oferta/Procura, não só quantitativa mas também qualitativa. Mudemos a mentalidade e comportamento da Procura que a Oferta mudará, melhor do que forçosamente, mudará naturalmente.
A Oferta é como uma criança: reage e comporta-se de acordo com a educação recebida e com aquilo que lhe é permitido. Nesta casa somos maioritariamente permissivos e nem é por opção ou confiança, é por omissão, como se aceitássemos que nas veias nos fosse injectada uma qualquer geleia indutora de sonolência subtraindo-nos o sangue que nos animava.

Não faço ideia se as regalias à disposição da Oferta torna o seu desempenho apetecível – a julgar pelo seu comportamento diria que sim, embora francamente me seja difícil entender porquê (casa onde não há pão...). Deve ser alguma coisa que decorre entre um altruísmo ingenuamente absurdo e um abocanhamento complexado de poder mesquinho.

Algures entre estes dois extremos deve haver um tipo de Oferta que é preciso procurar, é necessário que se revele e que, ao fazê-lo, seja credível e saiba conquistar uma oportunidade. E é imprescindível que esta lhe seja concedida.

Esta casa precisa ser limpa, arrumada, organizada, arejada. Não basta uma passagem por água e um desodorizante. Têm de ser definidas prioridades racionais e concretas, acordadas com as necessidades das pessoas e o desenvolvimento de meios de subsistência e de qualidade de vida; não especulativas e ajeitadas ao sabor de interesses empresariais e de megalomanias pessoais, movidas de acordo com um tabuleiro de xadrez oculto cujas regras são conjecturais e as peças jogadas na defesa de tudo menos da defesa do Rei, da Grei.



2 comentários:

Anónimo disse...

Depois do que se tem passado nos últimos 20 anos isto só lá vai com o outsourcing total do serviço de governante. Poderiam ser talvez uns Irlandeses. Por aqui já não há onde escolher!

Alex disse...

"Quando o discipulo está pronto o mestre aparece"

Há que elevar padrões, intervir e procurar.

Por muito porreiros que possam ser os Irlandeses e alguns outros "eses", não estou preparada, e duvido que alguma vez venha a estar, para ter outros que não os Portugu"eses" a tomar conta desta casa... com todos os seus defeitos. É-me mais fácil emigrar do que aceitar um imigrado. O povo português pode-se ter esquecido de que é soberano, mas É.