Dame Stella Rimington foi um marco histórico como pessoa e como profissional.
Foi a primeira mulher a chefiar o MI5 e também a primeira a chefiar uma agência de Inteligência no mundo, um meio tradicionalmente dirigido pela figura do "macho alfa"
Em 1965 encontrava-se na Índia acompanhando o marido num posto no Alto Comissariado Britânico em Nova Deli; aí ingressou no MI5 em regime de part-time. Quando regressou ao Reino Unido, em 1969, ingressou no MI5 a tempo inteiro. Trabalhou nos três ramos dos Serviços de Segurança: Contra-terrorismo, Contra-espionagem e Contra-subversão dos quais foi sucessivamente, directora,
Em 1992 tomou a chefia do MI5 a seu cargo tornando-se directora-geral. Foi responsável pela maior "visibilidade" da agência tornando os campos de actuação menos obscuros, mais compreensíveis, contribuindo assim para a sua aceitação pública e entendimento do trabalho de Segurança realizado. Deixou os Serviços em 1996 profundamente remodelados na sua filosofia, comunicação e forma de se relacionar com as restantes agências similares e com a população britânica
«Somos, naturalmente, obrigados a manter a informação em segredo para sermos eficazes. Isto não quer dizer que devamos ser, necessariamente, uma organização totalmente secreta. O segredo não é imposto por si só. Não é um fim em si mesmo."
"É um assunto entusiasmante e levou à criação de muitos mitos — e de algumas especulações escabrosas — sobre o nosso trabalho. Devo admitir que foi com alguma hesitação que me propus esta noite lançar alguma luz, tenho um pressentimento de que a ficção pode acabar por ser mais divertida do que a realidade.» 1994, Dimbleby Lecture - BBC TV
Nas palavras de Sir Ken McCallun, o actual head do MI5:
«A liderança de Stella proporcionou uma nova era de abertura e transparência relativamente ao trabalho que o MI5 desenvolve para manter a segurança no nosso país e o seu legado permanece até hoje. Como primeira mulher a assumir a chefia de uma agência de Inteligência no mundo, Dame Stella irrompeu barreiras de longa data e foi o percetível exemplo da importância da diversidade na liderança.»
Escreveu vários livros, uma colecção de ficção criando a personagem-espia Liz Carlyle, outros biográficos, como "Open Secret" (2002) e vários ensaios sobre diversas vertentes de acção dos Serviços de Segurança Internos.
Em 1994, enquanto Head do MI5, foi a oradora da Dimbleby Lecture de na BBC TV e fez várias outras palestras abertas e publicando uma brochura sobre os Serviços.
Após o fim da sua carreira profissional nunca deixou de fazer ouvir a sua voz sobre assuntos que considerou importante expressar a sua opinião. (exemplo)
"As fontes humanas são provavelmente uma das fontes mais importantes de inteligência." Vídeo 2min.
Partiu esta madrugada aos 90 anos no seu último voo nocturno
No próximo mês de Outubro uma outra mulher, Blaise Metreweli, assumirá, pela primeira vez em 116 anos de existência, a chefia do MI6; um caminho desbravado há 33 anos por uma mulher de excepção
Medvedev não tem qualquer poder real, é um sopeiro de Putin, sempre foi mesmo quando foi presidente para preencher a lacuna constitucional, já colmatada, que impedia Putin de reinar em continuidade ininterrupta. Uma das tarefas adjudicadas a Medvedev é a de "mandar bocas" através de microfones internacionais sem a carga oficial, essa recai sobre Pescov; Putin diz-lhe "Medv, vai rosnar àqueles gajos e mostra-lhe os dentes" e Medvedev acaba de emborcar a caneca de vodka, atira-a para um canto e vai rosnar. Passou a semana nisto. Na quinta-feira rosnou sobre as capacidades automáticas da era soviética para ataque nuclear retaliatório da Rússia, ainda operacionais e prontas a disparar
Trump esfregou as mãos de contente, foi exactamente o que estava a precisar para desfocar as atenções mediáticas do peçonhento "Caso Epstein/Trump" que tem trazido colado a si sem conseguir lavar-se de tal peçonha.
«Ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados em regiões apropriadas para o caso de estas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que isso. As palavras são muito importantes e podem muitas vezes levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos. Agradeço a vossa atenção a este assunto!»
A ser verdade será grave, totalmente desmedido e arriscado, de facto as palavras são muito importantes e podem levar a consequências indesejadas. E por que raio o presidente dos EUA responde a um vice do concelho de segurança russo, ex-político de reconhecidíssimo e elevadíssimo grau alcoólico?
A ser verdade... Os submarinos nucleares estão constantemente posicionados, têm trajectos e posições cuidadosamente planeadas e coordenadas entre si e de acordo com alterações geo-estratégicas; Não é coisa que se altere assim de um dia para o outro porque deu na bolha do presidente
O Donald fazer uma declaração, numa página da sua rede social, é uma coisa; O presidente dos EUA fazer uma declaração, é outra coisa. E não fez. Depois, já enquanto presidente e falando aos media, Trump falou em medidas, em precauções... mas não em submarinos, muito menos em ogivas Deslocar dois submarinos nucleares é uma coisa, complicada; deslocar dois submarinos nucleares armados com ogivas, é outra coisa, complicadíssima E comunicação do Pentágono, alguma coisa? Pois do Pentágono coisa alguma
Até mais ver, se houver que ver, veremos Passando àquilo que Trump quer, desesperadamente, que passe
Esta semana o Donald teve uma nova ideia para "demonstrar" as razões do seu afastamento de Epstein, esse "creep". Diz ele que o expulsou de Mar-a-Lago porque o "creep" lhe roubou umas meninas que trabalhavam no spa. (incluindo Virginia Giuffre que posteriormente veio a público, foi testemunha acusatória e, recentemente, se suicidou) E não, não sabia nada sobre as práticas de tráfico de meninas de Eptein; nem nunca foi à ilha dele ( Donald, tu sabes que há manifestos de vôo dos aviões privados, não sabes? E localizações de telemóveis mesmo com GPS desligado, também sabes?)
Não é, infelizmente, a característica mais grave do Donald mas é uma das mais irritantes: o homem julga que as pessoas são todas parvas e que é mais esperto do que o diabo. Compreendo. A avaliar pela capacidade de discernimento dos seus seguidores o homem sente-se esperto. Mas "a amostra é curta para servir na estatística "Número de pessoas parvas que acreditam..."
Em 2004, já mais de uma década passada sobre a estreita relação destas duas belas peças de perversidade, Epstein apresentava-se como sendo o maior licitador para um imóvel, uma casa em Palm Beach, com a oferta de 36 milhões de dólares. Tendo a aquisição como certa, levou o seu amigo Trump a ver a casa para o aconselhar sobre como mudar a piscina.
Trump viu a casa e, nas costas de Epstein, ofereceu 40 milhões de dólares, ficou com a propriedade.
Epstein, profundamente envolvido com as finanças dispersas de Trump, sabia que, naquela altura, Trump não tinha 40 milhões de dólares disponíveis para pagar esta casa, teriam de ser 40 milhões de dólares de outra pessoa; acreditava que se tratava de 40 milhões de Rybolovlev, um oligarca russo.
Um ano e tal depois esta casa comprada por 40 milhões foi vendida por 95 milhões de dólares a Rybolovlev. Isto não é apenas um negócio, é a bandeira vermelha de lavagem de dinheiro. Epstein ficou furioso por ter perdido a casa e, pior, pela traição imobiliária de Trump. Começou a ameaçá-lo com processos judiciais e, provavelmente pior, ameaçou-o de ir à imprensa dizer que Trump era um testa de ferro de lavagem de dinheiro russo
Trump entrou em pânico. Desacreditar Eptein tornou-se um acto de sobrevivência Epstein estava convencido, e acreditou até ao dia em que morreu, que foi Trump quem foi à polícia denuncia-lo. Sabia que Trump estava totalmente a par do que se passava na casa Epstein, totalmente a par durante muitos anos. Começou então uma investigação e o desenrolar dos problemas legais de Epstein durante os 15 anos seguintes.
A história sobre este imóvel, e a desavença entre Trump e Epstein, foi publicada pela primeira vez em Junho de 2019, durante a primeira presidência Trump.
Epstein havia contado esta história a Michael Wolff, biógrafo de Trump (o mais odiado por Trump)e este relatou-a em pormenor no seu livro "Siege - Trump Under Fire", o segundo que escreveu sobre a Casa Branca de Trump. Epstein estava em Paris quando o leu. Telefonou a Wolff claramente alarmado, disse-lhe que tinha medo de ter falado demais. Três semanas depois deixou Paris e regressou aos Estados Unidos. Foi prontamente detido na pista do aeroporto em Nova Jérsia quando o seu avião aterrou a 6 de Julho de 2019.
Foi encontrado morto na sua cela a 10 de Agosto de 2019
O médico legista de Nova Iorque e o inspetor-geral do Departamento de Justiça consideraram que a morte de Epstein foi suicídio por enforcamento. Nunca foi explicado como é que alguém se consegue enforcar numa cela que não tem qualquer ponto de apoio suficientemente elevado, existia apenas um beliche bastante baixo que facilmente se viraria em queda se suportasse o peso de um homem adulto. Estranhamente no relatório é afirmado que Epstein atou tiras de lençois rasgados à pequena mesa/secretária que se vê na foto. A sério?
Os advogados de Epstein contestaram a conclusão do médico legista e abriram o seu próprio inquérito, contratando o patologista Michael Baden.
Quando Epstein foi colocado na Unidade de Alojamento de Segurança (SHU), a prisão informou o Departamento de Justiça de que ele teria um companheiro de cela e que um guarda verificaria visualmente a cela a cada 30 minutos. Estes procedimentos não foram seguidos na noite em que morreu. A 9 de Agosto o companheiro de cela de Epstein foi transferido e não foi substituído. No final da tarde que precedeu a sua morte, Epstein encontrou-se com os seus advogados, que o descreveram como “optimista”, antes de ser escoltado de volta à SHU às 19:49 pela guarda Tova Noel.
As imagens de CCTV mostram que os dois guardas não efectuaram nenhuma das contagens de prisioneiros exigida às 22:00, 00:00, 03:00 e 05:00 na ala L onde Epstein e mais três prisioneiros em diferentes celas se encontravam. Registaram Noel a passar brevemente pela cela de Epstein às 22:30. As contagens foram porém efectuadas nas restantes alas (e apresentam uma discrepância "inexplicável", já la vamos). Durante toda a noite, em violação do procedimento normal da prisão, Epstein não foi inspeccionado de 30 em 30 minutos. Os dois guardas encarregues de inspecionar a sua cela durante a noite, Tova Noel e Michael Thomas, adormeceram à secretária durante cerca de três horas (?!?!) e mais tarde falsificaram os registos relacionados com as inspecções. As duas câmaras em frente à cela de Epstein também avariaram nessa noite. Outra câmara tinha imagens “inutilizáveis”.
As imagens captadas em CCTV divulgadas nos media não são do exterior da cela de Epstein mas de uma zona comum, de recepção e entrada daquela área da prisão
Em Agosto de 20219, o Procurador-Geral William Barr, apesar de ter inicialmente manifestado suspeitas, descreveu a morte de Epstein como "uma perfeita tempestade de erros". Tanto o FBI quanto o Inspector-Geral do Ministério da Justiça conduziram investigações sobre as circunstâncias da morte. Os guardas de serviço foram mais tarde acusados de vários crimes de falsificação de registos. Muitas figuras públicas acusaram o Serviço Federal de Prisões de negligência; vários legisladores apelaram a reformas do sistema prisional federal. Em resposta, Barr demitiu o director do Bureau e pronto, está feito.
O mau funcionamento das duas câmaras frente à cela, as alegações de Epstein de possuir informações comprometedoras sobre figuras poderosas, as dificilmente explicáveis circunstâncias da sua morte foram alvo de especulação; Dois dos mais aguerridos e audíveis defensores de que Epstein não se suicidou, Kash Patel e Dan Bongino, foram nomeados, já na segunda administração Trump, respectivamente director e vice-director do FBI; rapidamente chegaram à conclusão de que estavam enganados, Epstein suicidou-se, fim de papo. Uma das maiores defensoras da publicação total dos "Epstein Files", Pam Bondi, que expressou várias vezes que só e apenas os nomes das vítimas e das testemunhas colaborantes deveriam ser ocultados, foi nomeada Attorney General e passou-lhe o impeto
Em consequência da morte de Epstein, todas as acusações contra ele foram retiradas e as investigações em curso sobre tráfico sexual foram abandonadas.
Então e a prometida publicação dos ficheiros? A lista que existe, que afinal não existe, que existe mas não diz nada... Avaliado o relatório publicado pelo FBI (Junho de 23) nada leva a parte alguma O relatório é uma anedota feita de contradições, e enigmas, nada foi explicado. Quem quiser provas disso que dê uma voltinha no vídeo que deixo aí abaixo, especialmente a partir do min.8.
No que toca ao "inexplicável" levanta-se uma lebre mais do que estranha; mais do que uma lebre, um possante mamute: ao minuto 2:22 e por uns breves 4 segundos de forma pouco evidente mas perfeitamente visível se prestada atenção, vê-se neste vídeo alguém vestindo um fato prisional, cor-de-laranja, descer a escada que conduz à cela onde estava Eptein, não passa frente à recepção, continuando portanto a descer outro lance não estando na companhia de guardas prisionais. Contagens de prisioneiros - em outras alas que não a de Epstein - variam entre os 72 e 73 presentes consoante a hora da noite em que feitas pela mesma guarda ( o que obviamente levanta a questão de poder existir um "prisioneiro infiltrado" nessa noite). Mais: as contagens que apresentam a presença de um prisioneiro a mais são a das 22:00h e a das 00:00h, o que coincide com o período de gravação CCTV em que alguém com um fato prisional desce aquela escada em particular. Sozinho.
Epstein terá rasgado os lençois para fazer uma "corda", sem tesoura ou outro objecto cortante, mas ninguém - nenhum dos outros 3 prisioneiros no mesmo corredor, dois dos quais frente à cela de Epstein, os guardas que estavam à secretária da recepção suficientemente próxima da cela - ouviu o inevitável barulho que uma acção dessas implica.
1min e meio de gravação vídeo inexistente; descobriu-se há dias que afinal faltam mais 3 minutos... Enfim, um festival anedótico
Voltando à actualidade: no dia seguinte à publicação pela Bloomberg de um extenso, bem fundamentado e marcadamente analítico artigo de fundo sobre a censura que o FBI fez às "Eptein Files" rasurando todas as múltiplas referências a Tump -1 de Agosto - Medvedev faz declarações bombásticas a propósito de coisa alguma; Trump responde-lhe que vai soltar dois submarinos nucleares
The FBI Redacted Trump’s Name in the Epstein Files
The bureau’s FOIA team tasked with conducting a final review of the records blacked out the names before higher-ups said last month that releasing the documents ‘would not be appropriate or warranted.’
Há coisas que não me importo nada de fazer "às três pancadas": puxar as orelhas à cama de manhã, passar a toalha pelo cabelo à saída do duche e os dedos pela cabeça à saída da porta para acabar o "penteado", usar molho de cocktail directamente do frasco em cima do hamburguer ou da salada de camarão. Outras há em que faço questão de caprichar e a essas tiro com gosto o meu chapéu quando as encontro bem feitas para além do espectável.
Uma das coisas que admiro é uma boa resposta, com humor e punhos de renda, a tocar no nervo sem vestígio de nervoso
A cadeia televisiva americana CBS, pertencente à companhia Paramount, transmite diariamente o "Late Night Show" há 33 anos, primeiro com o veterano David Letterman e, desde 2015, com Stephen Colbert
Após as presidenciais de Nov.24 Trump processou a CBS News por causa de uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris no programa "60 minutes" transmitida pela CBS. O processo tem vindo a decorrer sem sobressaltos para a CBS;
Também a decorrer está um negócio de fusão entre a Paramount e a Skydance Media no valor módico de $8.4 biliões.;Este negócio depende da aprovação governamental daUS Federal Communications Commission
No dia 14 de Julho a Paramount Global concordou em pagar 16 milhões de dólares para resolver a disputa legal com Trump, referente à entrevista
Três dias depois, na noite de17 de Julho, a CBS informou Colbert de que o seu programa iria ser suspenso a partir de Maio de 26, não sendo renovado o contrato e o programa totalmente retirado do ar
Estes 3 dias não são a única coincidência... Colbert tem o incómodo hábito de chamar os bois pelos nomes, e conhece muitos bois e sabe o nome de todos. Um dos nomes que evocou, referindo-se à cedência da CBS a Trump ao estabelecer o acordo de $16 milhões num processo que teria as maiores probabilidades de vencer, foi "Big Fat Bribe" (um grande e gordo suborno - quando Trump ainda pavoneava várias vezes por dia a sua "Big Beautiful Bill")
As reacções não se fizeram esperar, dos meios políticos aos media, mesmo os internacionais, o nome de Colbert foi pronunciado, apoiado, escrito e elogiado
Stephen Colbert manteve a pose e, na noite de 18 de Julho, não referiu as duas nomeações para Emmys de que foi alvo na noite anterior, claramente prestigiosas para a CBS, apenas anunciou, no Ed Sullivan Theater em Nova Iorque onde o programa é gravado e transmitido em directo, que tinha sido informado na véspera de que o programa seria cancelado referindo ainda, numa breve alfinetada, a fusão Paramount/Skydance Media chamando-a pelo nome próprio: "Big Fat Bribe" (2º vídeo)
A CBS publicou umas curtas declarações
«Consideramos Stephen Colbert insubstituível e vamos retirar do ar o The Late Show. Temos orgulho que Stephen tenha escolhido a CBS como casa. Ele e o programa serão recordados no panteão dos grandes nomes que marcaram a programação da noite. O cancelamento foi puramente uma decisão financeira perante um cenário desafiante na programação nocturna, não está relacionado de forma alguma com o desempenho, conteúdo ou outros assuntos da Paramount.»
Este primeiro vídeo aí abaixo é a resposta de Colbert , com humor e punhos de renda, a tocar no nervo sem vestígio de nervoso. Admirável. Quem não estiver familiarizado com os media e os políticos americanos poderá não reconhecer muitos personagens de peso mas, por certo, outros tantos serão reconhecidos. Totalmente inesperado, absolutamente bem-conseguido, eficaz, inteligente e pacífico. 5 estrelas, um Óscar, um Pulitzer, dois Emmy e o Prémio Nobel da Paz 😁
O personagem deve ter pensado que um pacato domingo seria um bom dia para me vir inflamar o neurónio; vai daí e diz-me: «... mas agora o Trump até está a atacar o Putin, até está a ajudar a Ucrânia»
Haja Deus! Resolvo que não vou deixar a inflamação do neurónio alastrar-se-me à língua, respondo laconicamente «Tens razão, vamos ver o Putin a assinar um Acordo de Paz justo e a cumpri-lo, borradinho de medo do Trump», e fico a pensar que raio alimentará esta credulidade. Inocência, o acalentamento de um desejo ilusório ou mera incapacidade?
Por aqui arrisco que o plano de Putin será, por um lado, avançar pelo centro, atacando Kyiv, criando destabilização e morte numa área de população mais densa que pretende enfraquecer ainda mais aterrorizando-a numa tentativa indirecta de pressionar o governo ucraniano, por outro, manter uma segunda frente atacando o sul, a costa do mar Negro, ocupar Odessa
Se Odessa for ocupada, tomará as rotas de navegação, o embarque e desembarque de armamento, a exportação de bens (entre os quais os cereais), o controlo do Mar Negro. Um cenário catastrófico para a Ucrânia
Trump deu à Rússia mais 50 dias antes do início da aplicação das sanções, que não conseguiu continuar a evitar, mas isso não significa, de forma alguma, que Putin pare os ataques. Estes 50 dias são um período chave de campanha de guerra que vai decorrer até finais de Outubro, meados de Novembro, dependendo da entrada do tempo chuvoso, e a Ucrânia vai precisar de muito mais do que algumas baterias de mísseis Patriot
A Europa está a enviar mísseis que demoram um par de semanas a ser colocados mas a questão é saber que mísseis e quantos. Os Patriots não são úteis contra drones. São utilizados contra outros mísseis, fornecidos pela Coreia do Norte, alguns pelo Irão, contra aviões ou navios, mísseis balísticos e mísseis de médio alcance. Os presentes ataques nocturnos quotidianos com 400, 500 drones são impossíveis de combater com os exurbitantes Patriots, ou quaisquer outros mísseis.
A Ucrânia tem uma rede de ligação por telemóvel que identifica, sobretudo pelo som mas não só, os drones que se aproximam; equipas com baterias de metralhadoras em camiões que são alertadas e têm tido um êxito lendário no seu abate. Isto tem funcionado com drones que voam a baixas altitudes a 100/140 kms/h. mas os drones estão a tornar-se mais sofisticados, são pintados de preto tornando-os mais difíceis de ver e atingir em tempo útil durante a noite, voam a maior altitude para que as metralhadoras não os consigam alcançar. Costumavam ter ogivas altamente explosivas mas agora muitos deles têm ogivas térmicas, muito mais destrutivas, sugam o ar do interior dos edifícios e queimam pessoas até à morte. São praticamente impossíveis de bloquear e possuem um certo grau de IA para orientação. Estes drones estão a sobrevoar Kiev, contornam a cidade e regressam pelo lado oposto provocando desperdício de munições aéreas e recolocação das defesas. Realizam ataques ilegais a edifícios residenciais, escolas, hospitais e supermercados.... 90% dos ataques russos são contra alvos civis. Crimes de guerra não denunciados por Trump, que mandou votar contra a resolução da ONU que condenou a Rússia. Se a Ucrânia atacasse alvos civis assim, repetida e indiscriminadamente, cairia o Carmo, a Trindade, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo e o Bom Jesus de Braga
Trata-se de uma corrida tecnológica e não apenas de armamento, é necessário, essencial, avançar com armas de energia dirigida, armas de maior calibre capazes de atingir altitudes mais elevadas, metralhadoras de calibre 50 para além dos mísseis Patriot - que Trump resolveu dar uma mão cheia contra a venda de onerosas quantidades de armamento especializado a 18 países, maioritariamente da NATO, e estes que os doem à Ucrânia por sua conta.
“Vamos fornecer armas à NATO em grande quantidade, estamos determinados a assumir uma maior responsabilidade pela dissuasão e defesa da Europa”, disse Trump.
Não, não vai fornecer, no sentido que pretendeu dar à sua declaração, vai vender a quem os fornecerá
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que tem trabalhado com os países europeus para coordenar a compra de armas americanas,(entre as quais misseis Patriot e Tomahawk) disse que a Alemanha, a Finlândia, o Canadá, a Noruega, a Suécia, o Reino Unido e a Dinamarca estariam entre os compradores para fornecer à Ucrânia, e observou que “a rapidez é essencial aqui”.
A Ucrânia tem em funcionamento pelo menos seis sistemas Patriot, fornecidos pelos EUA, Alemanha, Países Baixos e Roménia.
Durante a Conferência Anual de Recuperação da Ucrânia (Roma,10 e 11 de Julho de 2025), Zelensky disse que Kyiv solicitou um total de 10 sistemas Patriot a Washington.
"Com o Presidente Trump, temos um diálogo positivo sobre os sistemas Patriot. O meu pedido é de 10 sistemas Patriot e o número correspondente de mísseis relevantes para estes sistemas", disse Zelensky.
Zelensky acrescentou que a Alemanha está efectivamente disposta a pagar por dois sistemas, a Noruega pagaria por um sistema, e há «uma resposta clara do fabricante e de diferentes capacidades dos EUA de que outros parceiros europeus irão aderir ao esquema de financiamento dos sistemas Patriot americanos».
A 14 de Julho Trump revelou que a Ucrânia iria receber um total de 17 sistemas mas esqueceu-se de revelar quem pagará por eles
Mais uma campanha de desinformação russa multilingue (inglês, francês, alemão) no TikTok "mostrando", falsamente, que a população de Odesa apoia maioritariamente a Rússia.
Na verdade, o vídeo foi gravado em Khabarovsk, na Rússia - a 8.600 km da Ucrânia com fins propagandísticos fundamentalmente para consumo interno
78 eurodeputados da direita radical e da extrema-direita, de entre 720 eurodeputados, propuseram uma moção de censura à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusando-a de ser "controladora e pouco transparente"
O eurodeputado romeno Gheorghe Piperea, do partido ultra-conservador AUR, recolheu 73 assinaturas para a sua moção - uma mais do que o número mínimo necessário para iniciar o processo (72 - um em cada dez eurodeputados)
De acordo com o gabinete de Piperea, 32 membros do seu grupo político, os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), apoiaram o pedido.
A verdade é que o grupo ECR dividiu-se: polacos e romenos (entre outros em menor número) promoveram a moção de censura - curiosamente os mesmo que se opõem a que Polónia e Roménia prestem ajuda à Ucrânia. Os italianos do grupo ECR defenderam a Comissão; Procaccini, co-presidente do ERC, afirmou falar "em nome dos dois terços" dos conservadores, ao adiantar que a maioria das delegações da ECR votaria contra a moção de censura. Assim foi.
As restantes 41 assinaturas vieram dos grupos de extrema-direita Patriotas pela Europa e Europa das Nações Soberanas e de 10 eurodeputados não inscritos.
Os grupos Renovar Europa (liberais) e Socialistas e Democratas (S&D) tinham antecipado que votariam contra a moção promovida pela direita ultra-conservadora e pelos grupos de extrema-direita, por considerarem-na uma «irresponsabilidade e um ataque ao projecto europeu».
A moção foi chumbada por 360 votos contra,
175 a favor (incluindo os da extrema esquerda como do grupo The Left, e de Verts/ALE)
18 abstenções algumas das quais por ausência
Durante a votação von der Leyen encontrava-se em Roma na Conferência de apoio à Reconstrução da Ucrânia mas antes de partir deixou algumas elucidativas palavras no Parlamento Europeu descrevendo as linhas subjacentes à moção como «teorias da conspiração espalhadas pelos apologistas de Putin para enfraquecer a União Europeia». :
«Cada contrato negociado foi examinado detalhadamente nas capitais europeias antes de ser assinado por cada um dos 27 Estados-membros. Não havia segredos, cláusulas ocultas, nem obrigação de compra para os Estados-membros .../...
Não devemos ter ilusões sobre as ameaças que a nossa democracia enfrenta. Entrámos numa era de luta entre a democracia e o iliberalismo. A ameaça dos partidos extremistas que querem polarizar as nossas sociedades com desinformação é alarmante. Não há provas de que tenham respostas mas há provas suficientes de que muitos deles são apoiados pelos nossos inimigos e pelos seus fantoches na Rússia ou noutros países, basta olhar para alguns dos signatários desta moção para perceberem o que quero dizer»
E os eurodeputados portugueses? Surpresas? Nenhuma.
PSD, CDS, Iniciativa Liberal e 5 dos 8 eleitos pelo PS votaram contra, seguindo o Partido Popular Europeu, a família política da presidente da Comissão Europeia e dos grupos Renovar Europa (liberais) e Socialistas e Democratas (S&D) Ana Vasconcelos (IL) disse não ter conseguido votar por o seu cartão de voto estar inoperacional. Catarina Martins (BE), Marta Temido, Bruno Gonçalves e Francisco Assis (PS) não votaram
Quem votou a favor, quem foi? Ora... João Oliveira, do PCP, e os dois eurodeputados do Chega, António Tânger Correa e Tiago Moreira de Sá. Um é declaradamente pró-Rússia, os outros dois lambem abertamente as botas ao Rassemblement National e ao Alternative für Deutschland, ambos subsidiados por Putin.
A vida é assim, por muitas voltas que dêmos o ponto de origem é sempre o mesmo;
Há pouco tempo alguém disse:
« Almost all the political problems in the world, if we follow the money, it will lead to Russia»
«Quase todos os problemas políticos do mundo, se seguirmos o dinheiro, levar-nos-á à Rússia»
Depois há três tipos de pessoas, as que não veem, as que não querem ver e as que não querem que os outros vejam
Onde reina a Impunidade não impera a Justiça Onde não impera a Justiça não existe Civilização
Lisboa 28 de Setembro 2018
Inquérito da Operação Marquês - acusação de 28 arguidos (19 indivíduos -entre os quais José Sócrates - e nove empresas) Quase 200 crimes económico-financeiros
Tribunal Central de Instrução Criminal Sorteio do juiz de instrução do processo "Operação Marquês" Juízes do TCIC - 2 -Carlos Alexandre e Ivo Rosa Número de tentativas do sorteio informático - 4
Nos primeiros minutos o programa bloqueou, o computador não respondeu.
Quando respondeu, deixou de fora do processo o juiz Carlos Alexandre
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Ivo Rosa, O Complacente, considerou as acusações contra José, O Aldrabão, Intrujão, Mentiroso, Trapaceiro, Vigarista, Embusteiro, Patife, Tratante, Impostor, Chico-esperto e Ladrão como sendo "fantasiosas e especulativas"
O José foi acusado, no âmbito da Operação Marquês, de 31 crimes; Ivo desconsiderou 25
Das restantes 6 acusações - corrupção, branqueamento de capitais e falsificação - restam 3, as outras 3 prescreveram...
E o gajo ainda se queixa de estar a ser vítima de «manigância judicial» num processo «ridículo, bruto e violento, absolutamente escandaloso»
Não deixa de ser verdade, uma verdade distorcida e revirada mas verdade: As "manigâncias judiciais" acumularam-se umas sobre as outras numa pilha instável, lembrando uma Torre de Pisa erigida sobre um pântano de favores e interesses, agregada numa argamassa de corrupção, espertezas e procrastinação.
Sim,, é "absolutamente escandaloso" que acusações do foro criminal contra um ex-primeiro-ministro, e relativas a crimes cometidos no exercício de funções como primeiro-ministro, possam prescrever e/ou sejam deixados prescrever.
Sim, é "ridículo, bruto e violento": o povo português levou anos a pagar para se refazer do desfalque do José, saiu-nos violentamente dos bolsos e, quando refeita a recuperação económica e financeira sobre uma alteração de estratégias administrativas e de um confesso "brutal aumento de impostos", uma grande parte dos portugueses, não a maior parte mas a suficiente para inviabilizar uma maioria governativa, votou com a carteira e não com a cabeça. Cavaco, que sempre foi complexado e invejoso - o filho do honrado Sr. Teodoro Silva nunca se conseguiu refazer de ter ido à escola descalço apesar da vida privilegiada que construiu, talvez tenha sentido os "pés frios" quando do seu doutoramento na universidade de York, os ingleses podem ser mordazmente gélidos em meios distintos - e vingou-se de Passos Coelho pela maioria anteriormente obtida, pelo apoio e entusiasmo que suscitou, pela recuperação económica conseguida e concedeu o governo à "Geringonça". Pela primeira vez em Portugal não foi nomeado primeiro-ministro o líder do partido vencedor. Goste-se ou não os factos são estes, e o resto é história
O José queixa-se? O José tem tido uma sorte diabólica, melhor dizendo, faustosa... Tal como Fausto, aqueles que vendem a alma ao diabo acabam vendo-a reclamada. Veremos se chegou o momento da reclamação.
Curiosamente, e tanto quanto uma leitura na diagonal me dá a entender, o comentadíssimo parecer de Pinto de Albuquerque, o ex-juiz no Tribunal Europeu, não dedica uma linha às acusações constantes no processo Operação Marquês agora em julgado. Dedica-se a tentar demonstrar o carácter injusto do processo que terá pecado pela violação da presunção de inocência, da protecção da vida privada e familiar. Critica ainda a lentidão do processo, mas não refere a prescrição de metade das acusações que resistiram à fogueira de Ivo Rosa. E sobre a proveniência dos milhões de euros do José? Ah, isso não vem ao caso da presunção de inocência, nem da prisão, nem dos motivos explícitos de "uma campanha mediática agressiva", nem mesmo fundamentos jurídicos para a rejeição de dezenas de recursos judiciais interpostos por José. Ou seja, José, O Aldrabão, Intrujão, Mentiroso, Trapaceiro, Vigarista, Embusteiro, Patife, Tratante, Impostor, Chico-esperto e Ladrão continua a exercer magistralmente a sua arte de tapar o Sol com uma peneira. Estes pareceres de luxo são armas de vitimização, contra a "cabala negra", mas nenhum deles toca no âmago da questão: o José corrupto, ladrão, falsário, que deixou o seu país de tanga, rota, em menos de 6 anos como primeiro-ministro. E disso há provas e provas e provas, irrefutáveis.
Tomada de posse do primeiro-ministro José Sócrates - 20 Fev. 2005
“Rigor, desde logo, na despesa, porque essa é a forma última de garantir a sustentabilidade de longo prazo das contas públicas. (…) Rigor, também, no cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento. (…) Múltiplos instrumentos poderão ser usados, mas o rigoroso controlo da despesa e o combate à fraude e à evasão fiscal serão, sem dúvida as traves-mestras da nossa ação“. (...) “Mas também a transparência. A transparência e a sustentabilidade das contas públicas são essenciais para a credibilidade externa e interna da governação. Finalmente, a verdade. Pagar impostos é obrigação de cidadania; mas conhecer a verdade sobre as contas do Estado é um direito dos cidadãos. O país conhecerá a verdade sobre a situação orçamental”
Reeleito sem maioria em 2009,
seguiu-se o pedido de auxílio externo em 2011, a demissão do governo e a convocação de eleições antecipadas.
O pacote de 887 páginas, apelidado “Big, Beautiful Bill” prorroga os cortes fiscais que Trump promulgou em 2017 , aprova centenas de milhares de milhões de dólares em novas despesas militares e na execução dos planos de deportação em massa de Trump. Paga parcialmente tudo isto com cortes acentuados no Medicaid, nos benefícios de ajuda alimentar, no financiamento de energia limpa, no corte total dos programas de assistência e ajuda internacional, a estimativa é de US $ 930 mil milhões em reduções de despesas só no âmbito do Medicaid, violando a promessa de Trump de não cortar o programa.
Em termos globais a “Big, Beautiful Bill ” aumenta a dívida nacional em 3,3 biliões de dólares ao longo de uma década. O Gabinete de Orçamento do Congresso conclui que as perdas de receita de 4,5 biliões de dólares ultrapassam largamente os cortes nas despesas de US $ 1,2 biliões e aumenta o limite da dívida em US $ 5 biliões .
A “Big, Beautiful Bill ”, apropriadamente apelidada “Big Bill for Billionaires”, dará, aos que usufruem de maiores rendimentos, cortes fiscais significativamente maiores em comparação com a legislação anterior (Lei de Cortes de Impostos e Empregos de 2017 - TCJA). Por exemplo, aqueles que ganham mais de US $ 500.000 verão um corte de impostos médio de US $ 58.000 no primeiro ano, de acordo com o Comitê de Orçamento da Câmara do Congresso
As projecções indicam que o topo de 5% dos americanos mais ricos pouparão mais de 1,5 biliões de dólares com estes planos, enquanto os 40% dos agregados familiares mais pobres irão enfrentar custos acrescidos de mais de 750 dólares por ano, de acordo com o Yale Budget Lab
Parabéns América, num histórico 4th of July os EUA renascem como EOA - a União está desfeita, os Oligarcas compraram o seu reino
(Com quem terá Trump aprendido a satisfazer oligarcas colocando-os na sua dependência?)
ESTRATÉGIA
Há muitas pontas por onde começar a desenredar as estratégias de Trump face às suas políticas anti-populares, face ao comportamento suicida do partido republicano.
A cada dia que passa aumentam as probabilidades de uma vitória indiscutível dos Democratas em Novembro de 2026
Trump nunca admitirá tal derrota, os Republicanos preparam-se para tudo menos para abdicar do poder
Poder-se-à ter em mente os acontecimentos inesquecíveis, inimagináveis, do 6 de Janeiro de 2020... Uma perda de tempo, está feito, teve falhas e ensinamentos. No segundo dia da segunda presidência Trump libertou da prisão o fundador dos Oath Keepers e o chefe dos Proud Boys. Usando os poderes presidenciais mais alargados, Trump ressuscitou estas organizações moribundas, perdoou a maior parte dos indiciados pelo ataque ao Capitólio e deixou disponível uma "milícia pessoal". com uma dívida de lealdade e reconhecimento. "Stand back and stand by", como havia mandado o recado durante o primeiro debate de campanha com Biden.
Mas não chega.
Ainda não há 1 mês fez um ensaio: enviou Guarda Nacional Federal e Marines para a Califórnia a fim de "ajudar a restaurar a ordem civil" e apoiar os agentes ICE na sua acção de aprisionamento de imigrantes. Legalmente contestado, pouco o importou, o teste não era legal, era um teste de obediência militar e à admissão do Supremo Tribunal. Passou em ambos.
A Guarda Nacional pediu que 200 dos soldados fossem autorizados a regressar ao seu trabalho de combate a incêndios - essencialmente, que os soldados fossem dispensados de actuar como soldados de Trump. A administração satisfez parcialmente esse pedido. Lê-se num Comunicado de Imprensa:
Por recomendação do general Gregory M. Guillot, comandante do Comando Norte dos EUA, e aprovado pelo secretário de Defesa, a Força-Tarefa 51 liberará aproximadamente 150 membros da Guarda Nacional da Califórnia da missão de Protecção Federal.
O Comunicado acrescenta que ainda permaneceriam tropas suficientes para «conduzir nossa Missão de Protecção Federal na Califórnia», o que significou um grande contingente de tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais ocupando Los Angeles sob a direcção do governo Trump, um total de cerca de 4,100 soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais dos EUA em serviço activo foram enviados para a cidade.
Teste feito avance-se com a ampliação e reforço
O orçamento da ICE era de cerca de US $ 8 mil milhões por ano, de acordo com o site Web da agência; Aprovado na “Big, Beautiful Bill” encontra-se US $ 30 mil milhões para o orçamento de base da ICE até 30 de Setembro de 2029, mais US $ 45 mil milhões especificamente para os centros de detenção, perfazendo um total de US $ 75 mil milhões para além do orçamento base anual do ICE nos próximos anos.
Porém... Os US $ 30 mil milhões para o orçamento de base da ICE até 30 de Setembro de 2029 estão disponibilizados desde já.
A Câmara do Congresso especificou a partição orçamental para a utilização dos outros cerca de US $ 27,28 mil milhões que atribuiu à ICE, montantes atribuídos para o ano orçamental de 2025 - e que permanecerão disponíveis até 30 de Setembro de 2029. A acrescentar aos US $ 45 mil milhões anteriormente mencionados para um total de US $72,28 mil milhões, e não incluídos aqui, foi atribuído aos departamentos de Justiça e de Segurança Interna, respectivamente, mais $1,45 mil milhões para "outros esforços" .
"Outros esforços" ? Ao longo dos últimos meses tornou-se evidente a presença e acção de "milícias" que se fazem passar por agentes - ICE, Polícia, Rangers - que aprisionam, fazem rusgas e inspecções, perseguições e intimidações sem qualquer mandato ou identificação. Quando enfrentados com a exigência de mandato ou identificação retiram-se rapidamente. Os vídeos destes confrontos sucedem-se em progressão geométrica pelas redes sociais.
Espantoso? Não exactamente. O país da "Lei e Ordem" está a saque.
Não é preciso ter acesso a compras na Dark Web, a Amazon.com, para não ir mais longe, disponibiliza por patacos toda a parafernália necessária para que qualquer meliante se transforme num agente empossado e armas é coisa que não falta nos EUA, há mais armas do que pessoas.
NÃO NOS FIQUEMOS POR AQUI, US $ 113 mil milhões de financiamento obrigatório para as forças armadas, o que, segundo o Pentágono, faz com que o seu orçamento se aproxime pela primeira vez de um bilião de dólares. No seu orçamento, há muito adiado e publicado na semana passada, o Departamento da Defesa solicitou um montante separado de US $848 mil milhões para o financiamento de base. À medida que a administração se aproxima do ano fiscal de 2026, terá já disponíveis os US $150 mil milhões em despesas adicionais com a defesa. Este ano o Departamento da Defesa decidiu elaborar o seu pedido de orçamento para o exercício de 2026 com base numa abordagem “um orçamento, duas propostas de lei”, transferindo muitas das suas prioridades - incluindo melhorias na qualidade de vida, assistência a veteranos, construção naval e defesa antimíssil - para a proposta de lei única. A lei de reconciliação prevê US $ 1000 milhões para operações militares e o funcionamento e construção de infra-estruturas em “áreas de defesa nacional”,e US $5000 milhões previstos pelo Pentágono para o financiamento da fronteira, incluindo a detenção temporária de imigrantes nas instalações do Departamento de Defesa
Com a detenção de imigrantes em queda livre, e a detenção de cidadãos americanos "criminosos" sobre a secretária da Sala Oval, será legitimo perguntar a quem se destinam os centros de detenção que têm vindo a ser inaugurados
VOLTANDO UNS PARÁGRAFOS ATRÁS:
A cada dia que passa aumentam as probabilidades de uma vitória indiscutível dos Democratas em Novembro de 2026 Trump nunca admitirá tal derrota, os Republicanos preparam-se para tudo menos para abdicar do poder
Preparada a resposta a uma vitória dos democratas, melhor do que a contestar e declarar este, aquele e os outros todos como criminosos defraudadores do Estado, é evitar essa trabalheira
E SE...
Como esquivar-se, constitucionalmente, à realização de eleições nos EUA?
Artigo II-Poder Executivo >
Secção 2-Poderes > Cláusula 1-Militar, Administrativo e de Clemência >
ArtII.S2.C1.1 Comandante em Chefe > ArtII.S2.C1.1.14 Lei Marcial em Geral
Artigo II, Secção 2, Cláusula 1:
O Presidente é o Comandante em Chefe do Exército e da Marinha dos Estados Unidos e das Milícias dos vários Estados, quando convocado para o serviço efectivo dos Estados Unidos; pode requerer o parecer, por escrito, do principal funcionário de cada um dos Departamentos executivos, sobre qualquer assunto relacionado com os deveres dos respectivos cargos, e tem o poder de conceder remissões e perdões por ofensas contra os Estados Unidos, excepto em casos de Impeachment.
O comandante militar responsável durante a lei marcial tem ampla autoridade para fazer e aplicar leis, que podem incluir a detenção de civis, a censura da imprensa e o controlo da circulação.
A lei marcial pode ser temporária, durando apenas o tempo da emergência, ou pode ser indefinida.
Durante a lei marcial, as liberdades civis básicas, como a liberdade de expressão, de reunião e de circulação, podem ser restringidas ou suspensas.
Ao longo da história americana, os governos federal e estadual declararam a lei marcial mais de 60 vezes. A Constituição dos Estados Unidos não define a lei marcial e é omissa quanto a quem a pode impor. No entanto, a interpretação moderna permite que o presidente e as autoridades estatais declarem “graus de lei marcial em circunstâncias específicas”.
Alguns académicos acreditam que o presidente tem o poder executivo para declarar a lei marcial. Outros acreditam que o presidente precisa de autorização do Congresso para impor a lei marcial numa área civil. Por conseguinte, o Congresso pode ser o único ramo governamental que pode legalmente declarar a lei marcial e o presidente só pode agir de acordo com a sua acção. Mas sendo a Constituição omissa, o presidente inimputável enquanto na prática de actos oficiais e o Supremo maioritariamente conivente... Pois.
A lei marcial não provém de nenhuma autoridade direta, “decorre da natureza das coisas, sendo a lei da necessidade suprema...”. Por outras palavras, decorre do direito, poder e/ou dever do governo de “manter a ordem pública” e de manter a paz.
Em tempo de guerra, a “autoridade política suprema” permite a utilização válida e constitucional da lei marcial.
«A lei marcial é a imposição temporária de um regime militar sobre uma população civil, em tempos de guerra, rebelião ou catástrofe natural. Implica a suspensão dos processos legais civis normais e a assunção da autoridade governamental pelos militares. Pode incluir a imposição de recolher obrigatório, restrições à circulação e a suspensão das liberdades civis.»
E AINDA,
O Presidente pode invocar a Lei da Insurreição, um pormenor na lei americana que permite ao presidente mobilizar as forças armadas em solo americano, uma “exceção à proibição da Lei Posse Comitatus de mobilizar as forças armadas para fins de aplicação da lei”.
«Sempre que houver uma insurreição em qualquer Estado contra o seu governo, o Presidente pode, a pedido da sua legislatura ou do seu governador, se a legislatura não puder ser convocada, convocar para o serviço federal a milícia dos outros Estados, no número solicitado por esse Estado, e utilizar as forças armadas que considerar necessárias para suprimir a insurreição»
Quando dos protestos ocorridos na Califórnia contra a acção ICE na perseguição de imigrantes, o governador não solicitou qualquer ajuda, pelo contrário, opôs-se publica e juridicamente; O Supremo deixou passar a acção ilegal e admitiu a presença das tropas federais "por enquanto".
Rachel Scott, da ABC News, perguntou a Trump se ele acreditava que estava a ocorrer uma “insurreição” em L.A.
“Não, não”, disse ele. “Mas há pessoas violentas e não as vamos deixar escapar”.
Protestos, revoltas, desobediência civil e até, por que não, uma guerra. É bom ter presente que no Verão de 2019, antes das eleições de Novembro, Trump chegou a ponderar um ataque militar ao Irão. Presentemente a coisa está até muito bem encaminhada. E os canadeanos estão preocupados com a súbita concordância dos EUA em fabricar magotes de drones ucranianos de tecnologia avançada
A 28 de Outubro de 2023, dia em que era suposto ter início o primeiro cessar-fogo em Gaza devido às condições em que se encontrava a população civil assombrada pela chuva de bombardeamentos, ao elevado número de mortes e feridos graves. Em 2023...
Junho 2025 - Gaza está desfeita, é uma extensão de cinzas onde diambulam almas e corpos esfomeados que são atacados, de longe, quando procuram comida.
Gaza está prometida em casamento com um resort violento e violador a troco de um dote que paga a um tutor a sua permanência no poder, o preço da sua liberdade restringida Gaza está desfeita, é uma extensão de cinzas, já não serve de justificação à manutenção de um estado de guerra. É preciso outro campo de batalha a qualquer preço; qualquer falsidade serve desde que repetida quantas vezes for necessário até se tornar numa "realidade" tão assustadora que ninguém se proponha duvidar, confrontar, ouvir outras vozes apelidadas como ingénuas.
Ou muito me engano ou esta noite abrir-se-ão as portas do inferno. Se não for esta noite não estará longe, o medo também ajuda, ouve-se dizer que há um cessar-fogo sobre a mesa. É o que Trump quer, por várias razões e Putin telefonou-lhe há dois dias dando as suas instruções; mas não é o que Netanyahu quer. Temos um empate(a)
CIENTISTAS RECEBERAM ORDENS PARA NÃO PUBLICAR SEM A APROVAÇÃO DO GOVERNO TRUMP
Médicos e cientistas estão a receber ordens para parar de publicar em edições médicas ou falar em público sem primeiro "terem autorização" da administração Trump.
Esta decisão veio a público hoje, dia 11/06, dois dias após o Secretário da Saúde, Robert Kennedy Jr., ter removido todos os 17 membros do painel de especialistas que faz recomendações a adoptar ao CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) sobre política de vacinas. Os especialistas serão substituídos por "novos membros altamente credenciados" - outra coisa não seria de esperar da creditadissima adm. Trump - actualmente em análise. Dois dias depois 8 já estão nomeados
O ACIP tem sido composto por especialistas em vacinas e doenças infecciosas de centros médicos acadêmicos e outros profissionais de saúde pública que avaliam os dados sobre vacinas e doenças infecciosas em reuniões, até agora, públicas. Aguardemos as credenciais. Quanto aos debates serem públicos, se assim permanecerem - uma vez que requer autorização prévia da administração Trump - de uma coisa poderemos estar certos: não serão ouvidas vozes discordante, reinará a harmonia naquela reinação.
Convém lembrar alguns dos passos, que a muitos terão passado mais ou menos desapercebidos, envolvendo decisões desta segunda administração Trump, e que têm consequências desastrosas para o futuro da saúde nos EUA e no mundo
Maio 25 - «Universidades de todo o país que têm programas de diversidade e inclusão e as que boicotam as empresas israelitas, estão a esforçar-se para cumprir a iniciativa anti-diversidade do presidente Donald Trump, num esforço para manter centenas de milhões de dólares em subsídios federais que financiam investigação médica essencial em áreas como o cancro e a saúde materna.
Desde Fevereiro, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA cancelaram cerca de 780 bolsas de investigação que abordavam a equidade, as disparidades raciais, a saúde das minorias, as populações LGBTQIA+ e Covid-19. As bolsas canceladas abrangeram todo o país: aproximadamente 40% destinavam-se a organizações de Estados onde Trump ganhou em Novembro
Entre elas, cortes em pesquisas aparentemente alinhadas com os objectivos declarados da administração Trump e do Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., como estudos sobre diagnósticos de autismo, melhorias em doenças crónicas e a intersecção da exposição ambiental com a saúde.
«As bolsas do HHS são atribuídas apenas aos candidatos mais qualificados - menos de 15% dos candidatos de topo - e não obedecem a requisitos ideológicos ou quotas discriminatórias», disse um porta-voz do HHS em resposta a perguntas sobre as bolsas canceladas.»
O corte em massa de bolsas do NIH gerou preocupação até mesmo entre os líderes republicanos, que defendem que os EUA podem perder a inovação médica e liderança mundial devido aos cortes de financiamento, despedimentos em massa e as reformulações politizadas de agências.
«Não devemos perder de vista o que está realmente em causa aqui. Se os ensaios clínicos forem interrompidos, a investigação for interrompida e os laboratórios forem encerrados, os tratamentos e as curas eficazes para doenças como o Alzheimer, a diabetes tipo 1, os cancros infantis e a distrofia muscular de Duchenne, entre outras, serão adiados ou nem sequer descobertos.»
Senadora Susan Collins, rep. Maine, durante audição sobre os fundos no Senado
Março 25 - Em 2023, o NIH lançou uma iniciativa de 168 milhões de dólares em 10 universidades para melhorar os cuidados de saúde materna.
Em Março, a agência cancelou o financiamento a várias de entre estas
A Universidade de Columbia, um dos 10 centros de saúde materna do projecto de grande escala do NIH, foi uma das primeiras instituições a sofrer com o congelamento de fundos e uma batalha pública com a administração Trump.
Os amplos cancelamentos também atingiram a Faculdade de Medicina Morehouse, parte de uma universidade historicamente negra em Atlanta, Geórgia, um Estado com algumas das piores taxas de mortalidade materna do país.
Restavam 1,6 milhões de dólares da verba de 2,9 milhões quando o NIH cortou o financiamento. A presidente da Faculdade de Medicina de Morehouse, Valerie Montgomery Rice, posicionou-se firmemente contra os esforços anti-DEI ( Diversidade, Equidade, Inclusão) dizendo à rádio local que "a diversidade, a equidade e a inclusão, no que diz respeito à saúde, não são termos políticos".
31 Janeiro 25 - «Os Estados Unidos têm sido líderes globais na investigação científica e na inovação. Da vacina contra a poliomielite à descodificação do primeiro cromossoma humano e à primeira cirurgia de bypass, a investigação americana originou uma lista aparentemente interminável de avanços na área da saúde que são considerados garantidos. Quando a administração Trump emitiu um memorando suspendendo todas as subvenções e empréstimos federais o mundo académico norte-americano parou. "Isto tem um impacto imediato na vida das pessoas", diz J. Austin, professor de psiquiatria e genética médica na Universidade da Colúmbia Britânica. "E é assustador."»
«O congelamento do financiamento exige que as agências enviem as análises dos seus programas financiados ao Gabinete de Gestão e Orçamento até 10 de Fevereiro e surge após ordens separadas emitidas na semana passada às agências de saúde dos EUA — incluindo os Institutos Nacionais de Saúde, que lideram a investigação médica do país — para pausar todas as comunicações até 1 de Fevereiro e interromper todas as viagens por tempo indeterminado.»
A ciência é, por natureza, colaborativa. Muitos consórcios e alianças dentro de campos científicos atravessam fronteiras e barreiras linguísticas. Alguns laboratórios podem conseguir financiamento adicional de fontes alternativas, como a União Europeia. É improvável que uma retirada contínua do financiamento do NIH possa ser compensada por apoios estrangeiros. Os milhões de dólares atribuídos aos laboratórios de alto desempenho são utilizados para financiar estudantes de pós-graduação, técnicos de laboratório e analistas investigadores. Se o investigador principal de uma equipa de investigação não conseguir obter uma bolsa através do processo descrito muitas vezes o laboratório é encerrado e os membros auxiliares da equipa perdem os seus empregos. Não demorará muito para que o impacto chegue à população em geral. Com a perda de financiamento para investigação, surgem os encerramentos de hospitais e universidades e os avanços na medicina também serão prejudicados.
As condições estudadas com o financiamento do NIH não são apenas doenças raras que afetam 1% ou 2% da população. São problemas como o cancro, a diabetes, o Alzheimer — problemas que afectam a sua avó, os seus amigos, os seus filhos e tantas pessoas que um dia perderão a sua saúde perfeita. É graças a este sistema de investigação e aos cientistas que nele trabalham que os médicos sabem como salvar alguém de um ataque cardíaco, regular a diabetes, baixar o colesterol e reduzir o risco de AVC. É assim que o mundo sabe que fumar não é uma boa ideia. "Todo este conhecimento é gerado por cientistas financiados pelo NIH, e se lhe colocar uma chave tão grande e abrangente, vai perturbar absolutamente tudo", diz o professor de genética. “Se as pessoas querem que os Estados Unidos se tornem uma nação de segunda classe, é exactamente isto que precisam de fazer. Se o objectivo é, de facto, tornar a América grande, esta não é a forma de o fazer”, afirma o professor de Genética. “Não é algo racional, ponderado e eficaz de se fazer. Só vai destruir.”»
6 de Fevereiro de 2025, o "The New York Times" noticiou que «os ensaios clínicos apoiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foram abruptamente interrompidos após uma ordem executiva do Presidente Trump, congelando toda a ajuda externa. Esta ordem abrangente deixou milhares de participantes em ensaios clínicos isolados, muitos com medicamentos experimentais ou dispositivos médicos no corpo, sem acesso a cuidados de acompanhamento ou monitorização. A paralisação não só coloca em risco os doentes individuais, como também inviabiliza esforços de investigação críticos que poderiam ter levado a avanços nos tratamentos de doenças infeciosas, na saúde materno-infantil e no desenvolvimento de vacinas.»
Fevereiro 25 - The Guardian - «A ordem de paragem desmantelou décadas de esforços para desenvolver vacinas de última geração contra a malária, uma área na qual a USAID tem sido um importante apoiante financeiro e logístico. A malária ainda mata mais de 600.000 pessoas anualmente, afectando desproporcionalmente as crianças na África Sub-sariana. Os ensaios clínicos destinados a melhorar as vacinas e as taxas de protecção existentes foram agora atirados para o limbo, apagando anos de progresso.»
As consequências desta paralisação vão muito além da saúde pública.
Os ensaios clínicos financiados pela USAID foram fundamentais no desenvolvimento inicial de muitos medicamentos e vacinas que, posteriormente, recebem investimento do sector privado. As empresas biofarmacêuticas estabelecem parcerias com a USAID para reduzir o risco de investimentos em tratamentos de mercados emergentes, particularmente para doenças como a malária, a tuberculose e o VIH/SIDA, que afectam principalmente os países de baixo rendimento.
«Uma vítima significativa é o ensaio clínico CATALYST, que testava o cabotegravir, um medicamento injectável de ação prolongada para a prevenção do VIH, em cinco países. Sem injecções regulares, os participantes podem desenvolver estirpes de VIH resistentes aos medicamentos, comprometendo potencialmente a eficácia de um dos novos tratamentos preventivos mais promissores. O ensaio clínico foi uma iniciativa fundamental para expandir o alcance global dos medicamentos para a prevenção do VIH, e a sua suspensão representa riscos não só para os inscritos, mas também para o acesso futuro ao tratamento.»
Para além dos riscos imediatos para os participantes nos ensaios clínicos, o congelamento da ajuda externa interrompe os programas de saúde globais, a estabilidade económica e o progresso científico. Os serviços básicos de saúde, como vacinação, programas de saúde materno-infantil e prevenção de doenças infeciosas, estão a ser prejudicados. A interrupção repentina do financiamento coloca em risco tratamentos médicos essenciais levando ao aumento das taxas de mortalidade e a um aumento da carga sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados. Os programas de prevenção da malária, as iniciativas de tratamento da tuberculose e as intervenções nutricionais infantis podem entrar em colapso, revertendo décadas de progressos no controlo de doenças e na saúde pública.
Poderia continuar até me doerem os dedos... O ponto está feito, não passa despercebido que ao dirigir-se a "cientistas", os únicos referidos de forma individualizada na "nova ordem proibitória" são os médicos... Por último deixo apenas um desabafo em oposição à falta de lucidez, à ignorância, à curteza de vistas vigente:
Esta ruptura afecta a segurança sanitária global. A investigação sobre doenças infecciosas desempenha um papel crucial na preparação para pandemias e a interrupção dos estudos apoiados pela USAID enfraquece os sistemas de alerta precoce para ameaças emergentes à saúde. Sem investimento sustentado na saúde global, as novas doenças infeciosas podem permanecer sem detecção durante mais tempo aumentando o risco de surtos que se podem espalhar pelo mundo. A natureza interligada da medicina moderna significa que negligenciar os desafios globais da saúde representa, em última análise, riscos para a saúde pública em todo o mundo. Seria suposto a, aparentemente esquecida, epidemia de Covid ter sido um aviso, um alerta. Deparamo-nos com a maior e, provavelmente mais importante, comunidade científica do planeta a ser paralisada por um poder cego, corrupto, colossalmente estúpido e ignorante. Não pode ser ignorado.
O D. Nuno que me desculpe mas ele sabia lá o que é ter de resolver a guerra em 90 minutos... Pois, não dá. Nem em 120... Como se tanta luta, nervos, cansaço e e sofrimento não bastasse, D. Nuno nunca teve de passar pela aflição de ir a penalties....
11 Conjurados em campo acertaram com 7 na "janela", sem contar com aquele mal empregado que estava off-side
Pronto, está feito, os rapazes honraram a casa e o povo sofreu com eles. Sempre.