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VAMOS BRINCAR ÀS RESPOSTAS



LEGENDA:

JN - Jornal de Notícias, 20 Março 2010
entrevista de
JOSÉ LEITE PEREIRA, PAULO FERREIRA E PAULO MARTINS

JS - José Sócrates


E - Euzinha, a meter-me a barulho sem ninguém me ter chamado

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«JN - O presidente da República disse que a prova de que os portugueses não estão esclarecidos é que foi criada a comissão de inq
uérito. Qual o seu comentário?

JS - Há quem diga que não está esclarecido pela simples razão de que não quer esclarecimentos, quer é manter suspeições.»

E - E se fizessemos uma sondagem para perguntar se os portugueses estão esclarecidos? Era giro...

«JN - Se for convocado, aceita comparecer ou responderá por escrito?

JS - Eu respondo perante a grande comissão, que é o Parlamento na sua plenitude. Vou lá de 15 em 15 dias e não deixarei de responder a todas as perguntas e de criticar o comportamento de alguns. Henrique Granadeiro [presidente da PT] esclareceu na comissão de Ética que nunca informou o Governo, nem tinha de o fazer, sobre a intenção da PT de comprar a Media Capital. Zeinal Bava [presidente da Comissão Executiva da PT] explicou o racional económico do negócio. Também disse que nunca contactou nenhum membro do Governo. O mesmo afirmou Rui Pedro Soares. Ninguém melhor do que os próprios administradores sabe como as coisas se passaram. Não percebo a quem os deputados querem fazer mais perguntas. Mas a verdade é esta. Não receio nada. Não receio a publicação de nenhuma escuta. Reafirmo o que disse: o Governo nunca foi informado e nunca deu orientações a ninguém para uma acção empresarial no domínio da comunicação social.»

E - Já é má vontade, o Henrique Granadeiro, o Zeinal Bava, o Rui Pedro Soares, tudo bons rapazes, muito trabalhadores, muito amigos da mãe...
Então a outra rapaziada que já passou pela Comissão de Ética? Tudo malandragem, é?

Mas qual era a pergunta afinal?


«JN - Ficou por esclarecer se tenciona ir à comissão de inquérito ou se vai responder por escrito.

JS - Repito: respondo perante o Parlamento.»

E - Sim, de 15 em 15 dias, e na Comissão, borrifa-se ou manda as perguntinhas para o advogado responder?

«JN - Está a fugir à questão. Se o chamarem vai ou não?


JS - Não quero antecipar cenários.»

E - Surpresa, surpresa! Não é fugir à questão, é só cenário...

«JN - Acha possível não o chamarem?


JS - A minha resposta é esta: não há nenhuma razão para se fazer uma comissão de inquérito, a não ser para me atacar. Acusam-me de faltar à verdade. Faça a pergunta: "Pode provar o que diz"?»

E - Se há ou não razão não cabe a V. Exª decidir, por muito maçador que seja;
E se acha possível não o chamarem, era a pergunta, neste país de todas as possibilidades


«JN - Supostamente, é por isso que há uma comissão de inquérito, para apurar se a suspeita corresponde ou não à verdade.

JS - Acha que, se eu lançar uma suspeita sobre um adversário, devo fazer uma comissão de inquérito?»

E - Se existirem escutas que confirmem as suspeitas; se ocorrerem coincidência entre datas e alterações de comportamentos e declarações; se envolverem corrupção e dinheiros públicos; se co-existirem com outras suspeitas de corrupção e crime público; se envolverem o primeiro-ministro, no mínimo é imprescindivel uma comissão de inquérito, ou não?

«JN - Não, mas deve respeitar os poderes de fiscalização da AR, de que as comissões de inquérito são instrumentos.

JS - Não se iluda, nem me queira iludir. As perguntas foram feitas e as respostas dadas. O único objectivo, repito, é um ataque político. A quem mais querem perguntar?»

E - Não se iluda, por que raio se há-de respeitar os poderes de fiscalização da AR que só servem para atacar politicamente um imaculado primeiro-ministro?
A quem mais querem perguntar? Ora a quem havia de ser? Ou não há razão para isso, são só maldades e ataques políticos? Não me queira iludir.

«JN - Os deputados têm legitimidade para entender que tem de depor.


JS - Pois têm. Mas você é jornalista, também pode interrogar-se sobre quem é que falta ouvir.»

E - Não vale a pena mais interrogações, todos sabemos quem falta ouvir e os deputados têm de facto legitimidade para entender que o nosso primeiro tem de depor.

«JN - A minha opinião é indiferente.


JS - Eu sei. Mas não fuja à pergunta, como há bocado me disse que fugi à sua. A quem podem perguntar que não tenha já sido ouvido?»

E - Outra vez? Falta V. Exª, primeiro-ministro, falta V. Exª. E mais uns quantos lá do seu burgo

«JN - A comissão de inquérito tem poderes judiciais, ao contrário da comissão de Ética.

JS - Que argumento é esse? Acha que as pessoas respondem de forma diferente?»

E - É um argumento de peso. As pessoas podem responder de forma diferente se se virem confrontadas com documentos que não são disponibilizados à Comissão de Ética. Não me queira iludir...

«JN - A capacidade de apurar factos é diferente. Por isso os deputados decidiram avançar para uma comissão de inquérito.

JS - Não está a dizer o que pensa. Os deputados tomaram essa decisão com o único propósito de me atacar pessoalmente. Querem manter o clima de suspeição. Se alguém tivesse evidência de uma contradição, aceitaria. Doutra forma, a intenção é evidente.»

E - Evidência de uma contradição? Uma???
As evidências sucedem-se e tem
os de lhes chamar "ataque pessoal"? Não me queira iludir.
Além do mais aqui ninguém diz o que pensa senão
euzinha que estou de fora

«JN - Há uma expressão sua que ajudou a criar alguma confusão, a distinção entre conhecimento e conhecimento oficial.

JS - Disse e mantenho que era público desde há mais de um ano que a Prisa queria vender activos, entre os quais a Media Capital. Era a isso que me referia, nada mais.»

E - V. Exª, primeiro-ministro, conhece aquela anedota do "Ó José, olha o pingo da solda"?


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