A Associação 25 de Abril (A25A), na pessoa de D. Lourençote de Melena e Pá, demarcou-se das comemorações oficiais do aniversário do 25 de Abril por considerar que "as medidas e sacrifícios impostos" aos portugueses "ultrapassaram os limites do suportável".
Não estou a ver o que tem uma coisa com a outra mas isso sou eu, que não tenho o "golpe de vista" de D. Vasco.
E mais acrescenta:
«O povo português e a todas as suas expressões organizadas que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia».
Isto lembra-me aquela história das bananas, sim, aquela coisa com que se compram as bananas...
Quando, em Abril do ano passado, estávamos à beiríssima da banca rota, de no mês de Maio não haver carcanhol para pagar aos bué funcionários do Estado, D. Lourençote de Melena e Pá não se mostrou tão preocupado com "os Direitos, Liberdades e Garantias" do nosso povo nem desistiu de beber mais um copo em honra dos festejos do 25 de Abril. Será que não se apercebeu da situação do país ou acreditava piamente no camarada Zé Sócrates, y en su perrito de estimacion - El Pacientíssimo Teixeira - quando aquele dizia que não havia derrapagem orçamental e que estava fora de causa pedir um resgate financeiro?
Há outra hipótese... D. Lourençote, quando for grande, quer ser como D. Otelo, El Guerrero del Blanco Caballo del Poder, e já anda a praticar... Pode ser...
D. Lourençote justifica:
«A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição».
D. Lourençote... Por mais que te chateie "a linha política seguida pelo actual poder político" é legítima. É exercida por um poder político ELEITO pela maioria do povo português, o que é mais do que se pode dizer de ti e da rapaziada que te acompanha nestas declarações.
Desculpa lá o mau jeito mas é verdade.
Sim, e mais ainda. Dizes tu inflamadíssimo:
«O poder político que actualmente governa Portugal configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores».
D. Lourençote... Os ideais e valores do 25 de Abril consagram a democracia e a liberdade de escolha, entre outras. Tem paciência mas se os resultados das eleições não te agradam, se o governo legitimamente eleito vai contra a tua vontade, "os ideais e valores do 25 de Abril" ditam que tu respeites a soberana vontade expressa do povo.
E se é «outro ciclo político» ainda bem, quer dizer que evoluímos, que já não vivemos em fervores pós-revolucionários, que amadurecemos, fizemos escolhas. Ir além não é ir contra, mesmo se as escolhas da maioria não forem conformes às tuas. Quando fores crescido pode ser que venhas a entender isso. Até lá senta-te e espera, pode ser que tenhas sorte para as próximas eleições.
E não, D. Lourençote, não me venhas dizer que o teu problema não é a cor do poder político eleito, que o teu drama são os sacrifícios impostos ao povo. Uma ova!
Enquanto o primeiro-ministro socialista, aquele que era tão bom que ainda estava para nascer um melhor do que ele, escavou os buracos sem fundo onde foram plantados os actuais sacrifícios, tu passate o 25 calado que nem um ratinho e ficaste roendo o teu queijinho.
Lourençote, não me chateies, eu também aguentei o outro, eleito e, espantosamente, reeleito, e tive de o aguentar, a bem da Democracia, em que eu acredito e que defendo, mesmo quando "a linha política seguida pelo poder político" me desagrada e considero que me está a lixar, que está a lixar o país.
"Este 25 de Abril já não está a dar pró nosso lado, vamos fazer outro que nos agrade" não é defesa de Liberdade, nem de Democracia, nem de Direitos; é a defesa de ideais (?) próprios e interesses pessoais.
De ti não aceito lições de Democracia
Não constituísse esta decisão comunicada por D. Lourençote já preocupação bastante, horas depois lá vem mais uma para me branquear a melena (a minha, não a de D. Lourençote de Melena e Pá) : O Mário também não vai comparecer, recusa-se! E agora? Como se hão-de fazer comemorações sem o Mário? Logo o Mário... Que chatice!
E depois veio o Manel... A seguir ao Mário ter dado um desgosto ao país veio o Manel e em cima de pedra, coice, solidarizou-se - não com o Mário, com os militares. O Manel sempre curtiu militares.
Disse o Manel : «Uma celebração do 25 de Abril sem aqueles que o fizeram não tem o mesmo significado» . Sem alguns dos que o fizeram, diria eu, que sou uma chata.
E fizeram para quê? Ora, lá estou eu a ser chata outra vez , a repetir-me, a bater na mesma tecla.
É caso para dizer: " Poderíamos viver sem o D. Lourençote? Poder, poderíamos, mas não era a mesma coisa». Aaah, pois não.
Nota de encomenda - E vós, de esquerda, à esquerda da esquerda, pensai duas vezes e avivai uma podendo para tal exercício debruçar-vos sobre as declarações de um "gonçalvista" convicto, AQUI.
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4 comentários:
Só gostava de saber como é que um filho da... (peço desculpa) como o Costa Martins chega a coronel... Não foi este que se pirou com o dinheiro que se angariou num fim-de-semana, em que uns idiotas trabalharam para demonstrar fervor revolucionário?
Não peça desculpa, só peca por defeito. Já conheci outros coroneis irmãos dele, por parte da mãe...
Foi, foi este mesmo: 1975 - "um domingo de trabalho para o país", e o dito, capitão e Min. do Trabalho do Vasco G. pirou-se com a massa.
(Não sei se terá ido visitar a mãe...)
O Costa Gomes foi Marechal, pior, simultaneamente com o Spinola. Que mais nos pode admirar?
Manuel Alegre e Mário Soares sofrem de algo típico de pessoas com alguma debilidade mental. Então resolvem divulgar que se escusam participar em algo tão importante para a historia do país como o ponto mais alto da democracia e liberdade nacional.
Como figuras públicas que são, deviam medir os ímpetos pessoais ( as birrinhas)e estar presentes nestas comemorações em silêncio como protesto.
D-Man, nem o Soares nem o Alegre são debeis mentais, não têm essa desculpa. Nenhum deles é parvo... (embora ambos tenham birras e pela mesmíssima razão)
Se deviam ou não estar presentes nas comemorações, pela parte que me toca é lá com eles, não me aquece nem me arrefece.
E se querem falar e auto-atribuir-se uma importância que não têm (quem tem?) parece-me que fazem uma figura bastante triste, ridícula, infantil. Enquanto os cães ladram a caravana passa, e esta caravana já lá vai adiante.
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