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TRUMP, PUTIN E A RESPOSTA EUROPEIA



Como foi possível os EUA chegarem a este ponto de baixeza, traição de valores e alianças, de
ausência visão política?

Foi fácil, a receita é fácil: 

Tome-se um individuo complexado, egocêntrico, desequilibrado, que tenha por modus operandi a mentira, o engano, o negócio em contorno da lei e total ausência de convicções 
Crie-se uma situação comprometedora inequivocamente documentada
Ofereça-se-lhe uma coroa de louros e um lugar de poder 
Coloque-se-lhe uma trela e promova-se uma campanha de marketing internacional, da sua imagem construída e adaptada, de caos, de revolta, de medos e preocupações sociais, amplificados e distorcidos a jeito
Sirva-se através de meios de comunicação social coniventes e difunda-se pela internet em publicações orquestradas acompanhado de alta finança
Consome-se frio em terapia diária prolongada 

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Declaração do secretário da Defesa dos EUA - 12/02/2025
(conhecido ex-apresentador da FoxNews)

"O regresso da Ucrânia às suas fronteiras de 2014 é irrealista" 

"A adesão da Ucrânia à NATO também não acontecerá, não fará parte do plano de paz" 
 
"Chegou-se a uma fase crítica na guerra russo-ucraniana." 

Sobre a declaração do Secretário da Defesa dos EUA de que "a adesão da Ucrânia à Aliança não é realista", diz um um diplomata da NATO: 
"É como forçar a Ucrânia a uma rendição preventiva" 

- É notável como, antes do início de quaisquer conversações, já existam várias pré-condições postas ao país agredido e nenhuma ao país agressor -



Repórter UE: "Vê a Ucrânia como um participante em pé de igualdade neste processo de paz?"

 Trump: "Ummm... Essa é uma pergunta interessante. Acho que eles vão ter de chegar à paz. É uma má guerra " (O vídeo, muito expressivo, abaixo)


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— 🪖MilitaryNewsUA🇺🇦 (@militarynewsua.bsky.social) February 12, 2025 at 9:53 PM

Enquanto isto... 

Trump esteve 90 minutos ao telefone com Putin; sobre a conversa disse:

 "Concordámos em trabalhar conjuntamente, de forma muito estreita, incluindo visitar as nações um do outro. Também concordámos em que as nossas respectivas equipas iniciem imediatamente as negociações e começaremos por telefonar ao Presidente Zelenskyy, da Ucrânia, para o informar da conversa, o que farei agora mesmo. O Presidente Putin utilizou mesmo o meu forte lema de campanha: “SENSO COMUM”. Ambos acreditamos firmemente nesse lema "

Trump falou com Zelensky ao meio-dia, pouco depois do telefonema com Putin.

(abaixo o esclarecedor título da entrevista que Zelensky  deu ao The Economist)


Cenas dos próximos episódios?

Trump e Putin vão encontrar-se e, à semelhança do que aconteceu em Helsínquia em 2018, seremos postos perante cenas e declarações explicitamente pornográficas
 
À Ucrânia, país invadido, será exigido:
  • Que se sente à mesa das conversações
  • Prestação de garantia de "retorno de fundos investidos" pelos EUA sob a forma de acesso a minério e gás
  • A retirada de  proposta de adesão à NATO
  • A marcação de um prazo para eleições ( permitindo à Rússia tomar o governo à semelhança do que fez com a Georgia, Moldova, Bielorrússia...)
  • Reconhecimento da soberania russa sobre os territórios ucranianos ocupados
  • Abertura do território a tropas internacionais para controlo do "processo de paz" (e responsabilização das nações envolvidas - o facto de isto agravar o risco de uma guerra generalizada na Europa, logo se vê )
À Rússia, país invasor, será exigido: 
  • Que se sente à mesa das conversações
  • Que assine um acordo de paz (cuja discussão dos termos irá pro-lon-gar...) mas poderá continuar a atacar a Ucrânia (se tiver de se defender da ameaça da NATO e para depor os nazis do governo ucraniano que não é democrata, é ilegítimo porque não fez eleições no término do mandato )
  • Que baixe o preço do petróleo
Por outro lado a Rússia exige:
  • A diminuição do exército ucraniano
  • Alterações na Constituição ucraniana
  • Mudança da liderança do governo da Ucrânia 
  • Integração ou mera presença da NATO no território nem pensar
Creio que virá aqui a propósito lembrar que em 2021 a Rússia "exigiu" que países da NATO não colocassem tropas ou armas em países que tenham aderido à Aliança após 1997 e o compromisso de não alargar a mais Estados

De crimes de guerra ou do mandato de captura internacional sobre Putin ninguém falou

Vistas assim as coisas... 
Levanta-se a União Europeia:

 Em 28 de Agosto de 1991, dia do aniversário de Goethe, os então Ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Polónia, reuniram-se em Weimar para criar o Triângulo de Weimar.

Tendo como objectivo  identificar interesses fundamentais comuns relativos ao futuro da Europa e ao alargamento da cooperação transfronteiriça, assinaram uma declaração de 10 pontos. Os ministros sublinharam a grande responsabilidade que os três países têm no processo de integração europeia.  Marcos históricos desde então incluem a adesão da Polónia à NATO (1999) e à União Europeia (2004).

Hoje, estes Altos Representantes para os Negócios Estrageiros e Politica de Segurança - Alemanha, França e Polónia - associados com o Reino Unido, a Itália e a Espanha, publicaram um comunicado exigindo, com punhos de ferro cobertos de renda, estar presentes ao lado da Ucrânia, nas conversações de paz "em conjunto com os aliados americanos"

 

Weimar+  statement 
(France, Germany, Poland, Italy, Spain, United-Kingdom, Ukraine, High Representative / Vice President, European Commission) 
12 February 2025
«Estamos prontos para reforçar o nosso apoio à Ucrânia.
Estamos empenhados na sua independência, soberania e integridade territorial face à guerra de agressão da Rússia.

Partilhamos o objectivo de continuar a apoiar a Ucrânia até que seja alcançada uma paz justa, abrangente e duradoura.
Uma paz que garanta os interesses da Ucrânia e os nossos próprios interesses.
Estamos ansiosos por discutir o caminho a seguir juntamente com os nossos aliados americanos. 

Os nossos objectivos comuns devem consistir em colocar a Ucrânia numa posição de força. A Ucrânia e a Europa devem fazer parte de quaisquer negociações. A Ucrânia deve ser dotada de fortes garantias de segurança. 
Uma paz justa e duradoura na Ucrânia é uma condição necessária para uma forte segurança transatlântica.

Recordamos que a segurança do continente europeu é da nossa responsabilidade comum. Por conseguinte, estamos a trabalhar em conjunto para reforçar as nossas capacidades de defesa colectiva.»
Nota de rodapé - Dos 5% que Trump propõe para a NATO, curiosamente não houve muita insistência nem as ameaças costumeiras; é que os states contribuem com 3% e nem lhes passa pela cabeça aumentar a parada, há quem dê mais... Simplificando, por cada $4 dos EUA a Europa paga $6...
Talvez se venha a descobrir que se pode passar menos mal sem aqueles orgulhosamente sós 





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