Acabei de deparar com uma notícia que caiu em mim como um balde de água gelada, uma chapada que me fez sentir - SENTIR - que esta réstia do nosso país segura um ponta escorregadia de uma réstia de Democracia.
Alarmei-me.
Que raio, não ando a dormir, constato diariamente o absoluto desrespeito pelo cidadão.
O que me deixa mais estupefacta é o facto das pessoas acreditarem que vivem em liberdade e em democracia, é o facto das pessoas não se aperceberem de que todos os dias estão a perder Direitos, de que ninguém liga nenhuma aos seus protestos - que ainda vão podendo fazer mas que, em termos de eficácia e respeito, não existem, são berrados no vácuo.
Apesar das minhas tristes e desesperantes constatações diárias, no quotidiano de todos nós, não apenas nas notícias, confesso que não estava à espera desta; este é um dos mais graves sintomas da doença silenciosa que mina o nosso país, a nossa alma, o nosso futuro.
Do ano passado para este, Portugal desceu 10 lugares no ranking da liberdade de expressão dos Repórteres Sem Fronteiras. Há um ano, Portugal estava em 30º lugar, ex-aequo com a Costa Rica e o Mali, e agora está em 40º.- José António Saraiva, director do Sol: “O BCP quis comprar o jornal para depois encerrá-lo” - AQUI
Nos últimos três anos, o país tem vindo sempre a perder lugares. Em 2007, estava em 8º lugar; em 2008, passou para 16º; caindo depois para 30º e 40º.-----------------------------São dez lugares mais abaixo que no ano passado: Portugal caiu em 2010 para o 40.º lugar no ranking da liberdade de imprensa elaborado pela associação internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Esta é a pior classificação nacional desde que os RSF criaram a lista, em 2002. Portugal fica logo abaixo de Espanha (que subiu para 39.º) e acima de países como a Tanzânia (41), Coreia do Sul e Papua Nova Guiné (42) e França (44).
Nas páginas de "Repórteres Sem Fronteiras":
- O "Ranking" RSF por países, anos e posição mantida, descida ou subida. AQUI
Sem qualquer relação
pois claro...
O jornal diário Correio da Manhã, a rádio TSF e a TVI foram os meios de comunicação social preferidos pelo Estado para investir em publicidade em 2009. A conclusão está expressa no estudo Publicidade do Estado e Audiências levado a cabo pela ERC- Entidade Reguladora para a Comunicação Social, apresentado ontem na conferência Média e Cidadania.
O estudo partiu da iniciativa da ERC depois de acusações de que alguns media estariam a ser prejudicados na distribuição da publicidade estatal por a sua linha editorial ser mais crítica em relação ao Governo, sendo outros beneficiados por estarem mais "próximos" do executivo de José Sócrates. O Diário de Notícias seria um deles. Por isso, Rolando Oliveira, administrador da Controlinveste, congratulou-se por, "vários meses depois, os números contradizerem" tal teoria.
E já agora:In "Público"O meio preferido pelo Estado para anunciar é a televisão – que tem uma quota de 83,68 por cento -, seguido de muito longe pela imprensa (10,32) e só depois pela rádio (6).
O Correio da Manhã, do grupo Cofina, lidera o investimento publicitário estatal na imprensa, cabendo-lhe uma fatia de 30,16 por cento, seguido pelo Jornal de Notícias (18,96), Diário de Notícias (12,02), Expresso (10,76), Público (8,61), i (5,74) e Visão (4,32), Sol (4,01), Sábado (3,08) e Focus (0,86) e 24 Horas (1,48).A televisão, que entre 2008 e 2009 viu a sua facturação publicitária ao Estado subir de 332,7 milhões de euros para 341,7, tem na TVI o maior destinatário do investimento estatal*. A estação de Queluz recebeu no ano passado uma fatia de 32,56 por cento da publicidade do Estado, enquanto a sua concorrente directa de Carnaxide, a SIC, se ficou pelos 20,24 por cento, e a RTP1 teve 21,79 por cento. O investimento em televisão foi ainda distribuído pela SIC Notícias (9,35 por cento), RTPN (4,15), RTP Memória (2,12), SIC Radical (1,3), SIC Mulher (1,1), TVI24 (0,72) e RTP2 (0,15). Os restantes 6,54 por cento foram para outros canais da plataforma de cabo.*A RTP confere legalmente 75% de desconto na publicidade estatal____________________
Num relatório final assinado pelo relator Henrique Pires Teixeira, membro da comissão em representação dos operadores do sector, o organismo responsável por avaliar o cumprimento dos deveres profissionais dos jornalistas entendeu, por unanimidade, considerar que a publicação, a 18 de Setembro de 2009 de uma alegada mensagem de correio electrónico do jornalista do PÚBLICO Luciano Alvarez constituiu “violação do sigilo profissional e do dever de protecção da confidencialidade das fontes”, princípios que descrevem como “uma regra de ouro do jornalismo”.
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A infracção disciplinar aplicada ao director do DN João Marcelino, aos então directores-adjuntos Filomena Martins e Rui Hortelão e ao sub-director Nuno Saraiva foi contudo transformada apenas numa “sanção de advertência” dada a ausência de antecedentes dos arguidos, diz o documento que decidiu ilibar as jornalistas que assinaram a peça por terem agido de forma “secundária, instrumental e subordinada”.____________________________
Que vergonha!
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