Finalmente começo a vislumbrar por que Paulo Portas fez do PSD o seu alvo prioritário nesta campanha eleitoral
Primeiro pensei que tinha acreditado no Zé Sousa, O Sócrates, quando este berrou aos quatro ventos que o responsável pela "Crise" é o Passos Coelho, que "agiu contra o Estado Social e chumbou o PEC IV"
Sim, porque não estou a ver um rapaz como o Paulo a atirar-se contra o PSD como o gato assanhado por mera estratégia eleitoral, mais ou menos irresponsável, deixando os militantes do nosso estrondoso Executivo muito mais folgados e ligeirinhos de culpas, que isto de tempo de antena não dá para tudo...
Mas não, afinal está à vista que não terá sido isso, ou só isso.
Afinal não se trata do que é que Paulo Portas acredita (eu também estava a achar estranho...) mas da sua estratégia eleitoral, coisa naturalmente independente de credos políticos, que é outra:
Paulo assume-se como um homem de esquerda! Não há cá liberalismos para ninguém e, se alguém é Liberal são os social-democratas. Pois claro! Paulo está numa cruzada contra o liberalismo e atirou-se à conquista dos votos da esquerda... Pode? Nesta terra pode-se tudo
Agora falando um pouco mais a sério...
Sinto-me parva quando oiço as arruaças do Paulo tendo como "inimigo público nº1" o PSD. Sinto-me parva, não estúpida. Sinto-me parva porque aquilo sim, aquilo é que é ser esperto.
Ainda não houve eleições, ainda não há partido mais votado e Paulinho já passou o Executivo para a oposição - as suas responsabilidades agora não interessam nada - o alvo a abater é aquele que lhe faz sombra, o resto que se lixe.
E o que é o resto? O resto é tudo. Que tudo se lixe, que se lixe a Justiça Social, desde que se fale nela, a estratégia de conquista está acima das convenções éticas dos comuns mortais.
O que Paulo Portas disse hoje na Feira de Satão (where else?) não tem importância nenhuma face às atoardas que durante estes últimos dias lhe têm saído boca fora, não contra o PS ou o Governo, isso é trabalhinho que já foi feito até à queda do mesmo e já toda a gente sabe; além do mais há muito quem continue a fazê-lo.
O que Paulo Portas disse hoje só merece referência pelo exagero em que um homem sem travões na sua ambição, ainda que inegavelmente inteligente e educado, pode cair quando não tem a noção de que sua a estratégia já o ultrapassou, já raia os caminhos do ridículo
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje sentir-se "à esquerda do PSD" em "questões sociais", considerando que o "compromisso" dos democratas-cristãos nesse domínio é "mais forte, mais vincado, mais focado, mais permanente".
“Em geral, o nosso compromisso social é mais forte, mais vincado, é mais focado, mais permanente”, afirmou, considerando que no PSD há um “excesso de liberalismo”.
Negócios on Line - 29 Maio
Aahh, mas ressalvou a tempo, pois que é bem possível que possa estar um gabinetezito em S. Bento à sua espera e não convém cortar as pontes:
«Contudo, isso não é incompatível.“É por isso que são dois partidos diferentes».- Idem
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