Na passada semana alunos do ensino secundário prestaram provas de "Língua Portuguesa"; os testes foram já realizados ao abrigo do Acordo Ortográfico. Porquê?
Muitos jornais e Tv's do nosso país de repente começaram a apresentar toda a informação escrita já ao abrigo do Acordo Ortográfico. Porquê?
Confesso que esta aberração me horroriza, não consigo sequer compreende-la.
Percebo que cada país de língua oficial portuguesa tenha as suas particularidades linguística próprias e se pretenderem adoptar uma ortografia em conformidade pois que o façam mas não aceito, de forma alguma, que os portugueses tenham, ou devam, de ir a reboque. Por alma de quem?
Para uniformizar a língua tornando-a assim maior? Não me gozem! Maior como?
Se se pretende uma "unificação", quais são os preceitos a aplicar? Aqueles que vigoram fora de Portugal? Porquê? Nós não falamos "brasileiro" , nem "angolano", nem "moçambicano" nem timorense", etc.
Uma língua não é um sotaque, é a alma de um povo.
Porque é que não pegam no bom vinho portugês, produzido de acordo com o saber fazer honestamente, e o misturam com todas as vinhaças que que fabricam pelo nosso país fora? Assim teriamos uma maior produção vinicula para nos representar por este mundo...
Ah, isso é diferente, não tem semelhança nenhuma...
Tem sim, é privilegiar a quantidade perdendo de vista o que é autêntico e importante.
Essa agora, as línguas evoluem...
Pois claro que evoluem, se deixarem, mas a evolução de uma língua não é, nem pode ser, feita de enxertos e retalhos.
Quando lemos as "Canções de Amigo" de D. Dinis, o "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente ou "Os Lusiádas" não nos deparamos com o "mesmo português" que falamos e escrevemos actualmente, porém é indubitavelmente o mesmo português; entendêmo-lo porque tem a mesma estrutura, as mesmíssimas raízes etimológicas que permitem que a língua se tenha construído de forma sólida e lógica, que seja uma Língua e não um dialecto forjado em línguas mortas e aculturações a estrangeirismos.
O que o novo acordo ortográfico se propõe fazer é abanar a árvore da Língua Portuguesa até às raízes a troco de frutos que não são naturalmente seus; Uma vez quebradas estas raízes separar-se-ão da árvore deixando-a frágil e insignificante.
Os portugueses já não são muitas coisas que foram, para o melhor e para o pior; adquiriram virtudes e defeitos, preservaram muitos aspectos da sua cultura nem sempre por respeito ou por amor mas porque estão enraizados na massa do sangue, nos gostos e nos hábitos.
Daquilo que conservamos de bom, de exclusivamente e tradicionalmente nosso, o mais importante será provavelmente a nossa língua.
Comprei esta guerra por amor à minha língua,
por amor ao meu filho,
aos livros e ao insubstituível acto de ler,
por respeito pelo meu país,
por respeito pela história e pela evolução,
por respeito e amor às tradições,
não por um conservadorismo bacoco
nem por um vanguardismo histérico.
A grande maioria dos portugueses estão contra este acordo; atrevo-me a dizer por o verificar a cada passo. Um "acordo" sem acordo é algo que não existe.
Quero um referendo nacional sobre esta questão, quero respeito pela vontade dos portugueses relativamente a um assunto que só a eles diz respeito.
Esta guerra está no facebook e tem de ser transposta para os decisores deste país: o seu povo.
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