A Europa uniu-se em torno de Zelensky, à excepção dos dois mais-que-suspeitos do costume, Aqui nada de novo.
Começo pelo fim, pelo que disse Trump depois da reunião com Zelensky, na sexta-feira, ao sair da Casa Branca para ir jogar golf no sábado em Mar-a-Lago; digo-o com palavras minhas, inacreditáveis, mas deixo a transcrição lá no fim porque só assim será credível:
Eu quero um acordo de paz, seja em que termos for, assinado por Zelensky ou por qualquer outro capaz de o assinar. Uma vez assinado a Ucrânia tem de parar de lutar, aconteça o que acontecer ou retiraremos o apoio.
A cimeira que, na sexta-feira, Keir Starmer convocou para este domingo em Londres, contou com 17 países europeus, o Canadá, o secretário-geral da NATO e a representação da EU.
A França e o Reino Unido criaram um grupo de trabalho com a Ucrânia e um grupo restrito de outros países, para ser elaborado um plano para "acabar com os combates"; posteriormente será apresentado para discussão com os Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico anunciou que “vários” aliados assinaram uma “coligação de vontades” (Coalition of the Willing - traduziria eu por "coligação dos predispostos" ) , juntamente com o Presidente Macron, comunicando estar preparados para enviar tropas para a linha da frente ucraniana no caso de um acordo de paz. (With boots on the ground and planes in the air)
Starmer:
«Duplicando o nosso apoio, trabalhando em estreita colaboração com os principais parceiros e garantindo que a Ucrânia tenha uma voz forte à mesa, acredito que podemos chegar a um acordo forte e duradouro que proporcione uma paz permanente na Ucrânia.. Juntamente com outros países, a Europa deve fazer o trabalho pesado mas, para apoiar a paz no nosso continente e ter êxito, este esforço deve ter um forte apoio dos EUA. Estamos a trabalhar com os EUA neste sentido. Isto será vital para proteger as infra-estruturas críticas agora e fortalecer a Ucrânia para garantir a paz quando esta chegar, porque temos de aprender com os erros do passado» (referindo-se ao acordo de cessar-fogo de Minsk, entre Putin e o então Presidente ucraniano Petro Poroshenko, repetidamente violado por Putin)
Quando questionado sobre se Trump apoiaria a estrutura do plano, Starmer disse que tinha falado com Trump na véspera e que “não estaria a seguir este caminho se não achasse que tinha hipóteses”
Afirmou ainda que a coligação «vai intensificar o planeamento agora, com verdadeira urgência” e reiterou que o «Reino Unido (como a França) está preparado para apoiar esta acção com botas no chão e aviões no ar”.
No final da cimeira sobre a defesa e a segurança da Ucrânia, a presidente da a Comissão Europeia, Ursula von der Leyen disse que irá apresentar durante uma cimeira da UE na próxima quinta-feira em Bruxelas. o plano “Rearmar a Europa” para reforçar a segurança do bloco.
“Todos nós compreendemos que, após um longo período de sub-investimento, é agora da maior importância aumentar o investimento na defesa durante um período prolongado. É para a segurança da União Europeia. Quanto ao futuro da Ucrânia as garantias de segurança são da maior importância. Temos de colocar a Ucrânia numa posição de força, para que tenha os meios para se fortificar e se proteger. É basicamente transformar a Ucrânia num porco-espinho de aço indigesto para potenciais invasores”.
O "plano" poderá, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados, para a Europa. Leia-se na entrelinhas...
Giorgia Meloni falou ontem, véspera da cimeira, com Trump, por telefone; o seu gabinete não revelou o conteúdo da chamada. Hoje, à margem da reunião de Londres, reuniu-se com Zelensky. O seu gabinete afirmou que a Itália manifestou o seu apoio, juntamente com os parceiros europeus e ocidentais e os Estados Unidos, «à construção de uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia».
M. Rutte, SG NATO: Foi uma boa reunião porque os líders presentes elevaram-se para nós certificarmos de que a Ucrânia terá o que necessita para permanecer na luta e as garantias imprescindíveis a um Acordo de Paz
ZELENSKY : Após receber várias garantias de segurança no caso de vir a existir um Acordo de Paz, disse que em caso algum está disposto a entregar território a Moscovo mas está pronto a assinar um acordo de exploração de minerios com Trump, num novo encontro num "formato construtivo". Sobre o senador Graham e o speaker do Congresso, Johnson, terem falado na sua demissão, Zelensky disse que lhes poderia oferecer cidadania ucraniana e ouviria o que tivessem a dizer sobre o assunto mas o presidente da Ucrânia tem de ser escolhido pelos ucranianos
A Hungria coloca-se ao lado de Trump, pois claro.
«Os homens fortes fazem a paz, os homens fracos fazem a guerra. Hoje o Presidente Trump defendeu corajosamente a paz. Mesmo que para muitos tenha sido difícil de digerir. Obrigado, Sr. Presidente!» - Orban, 28/02/25
A Eslováquia - que aprovou a resolução condenando a agressão russa não votando ao lado dos EUA, da Rússia e da Hungria - voltou a mostrar os dentes: Fico reiterou hoje que o seu país não fornecerá à Ucrânia qualquer apoio militar ou financeiro e exigiu que a cimeira de emergência da UE, na próxima quinta-feira em Bruxelas, aprove o apelo a um cessar-fogo imediato, «Algo que o Presidente Zelenskyy e a maioria dos Estados-Membros da UE se recusam a fazer», diz ele. Também quer que a cimeira peça à Ucrânia que reabra o trânsito de gás russo para a Europa e avisou (ameaçou) que se a cimeira não respeitar os pedidos da Eslováquia, «O Conselho Europeu poderá não conseguir chegar a acordo sobre a sua posição relativamente à Ucrânia na quinta-feira».
Fico não fornecerá qualquer apoio militar ou financeiro à Ucrânia, a Eslováquia não pertence à NATO (nem está a caminho) mas E-XI-GE? "Fico"-me por aqui porque ando com muito mau feitio...
Depois da Cimeira... ( e depois do convite a Trump)
Zelensky foi a casa do rei tomar chá (com 25 minutos de atraso)
The Ukrainian president flew to the royal residence in Norfolk via helicopter after attending a security summit with Sir Keir Starmer and numerous world leaders in central London.
A military helicopter could be seen flying low before descending over at around 5.25pm.
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Entretanto o que fez Trump?
A contribuição de 25 milhões de dólares da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional foi cancelada esta semana, um cancelamento entre milhares de ajudas externas canceladas antes da reunião entre Trump e Zelensky. O dinheiro era destinado ao Fundo de Apoio à Energia da Ucrânia para apoiar e reparar as infra-estruturas energéticas criticas, que têm enfrentado atacadas pela Rússia ao longo da guerra.
Mas continua a subsidiar Israel, mesmo que atire todos os acordos abaixo, proíba a entrada de ajuda essencial e aterroriza a Cisjordânia
Trump transportou na sexta-feira de volta para a Florida várias caixas de documentos que o FBI tinha apreendido em Mar-a-Lago ao executar o mandado de busca em Agosto de 2022.
As caixas foram carregadas para o Air Force One antes da partida de Trump na Base Andrews, Maryland, na sexta-feira.
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com as caixas, sem Melania, xôjinho outa-vez |
O director de comunicação da Casa Branca anunciou: «O FBI devolveu ao Presidente os bens que lhe foram retirados durante as rusgas ilegais e ilegítimas. Estamos a tomar posse das caixas hoje e a carregá-las para Air Force One.»
A Casa Branca não respondeu a nenhum pedido de esclarecimento sobre o conteúdo das caixas.
Trump colocou um post no "Truth Social":
«O Departamento de Justiça acaba de devolver as caixas que o demente Jack Smith tanto alardeou. A justiça finalmente venceu,. Não fiz absolutamente nada de errado. Isto foi apenas um ataque a um adversário político que, obviamente, não funcionou bem. A justiça no nosso país vai agora ser restaurada» -28/02/25Os documentos, classificados, regressam ao resort turístico de Trump, onde voltarão a ser guardados numa qualquer casa de banho ou no esconso de manutenção da piscina, até Putin resolver se lhe interessa mais algum ou se já tem tudo o queria
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