::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

SERÁ SÓCRATES CAPAZ DE TER MENTIDO?

«O conselheiro de Estado António Bagão Félix acusou o Primeiro-ministro de mentir ao afirmar que a possibilidade de Portugal pedir um empréstimo intercalar antes das eleições não foi discutida na última reunião do Conselho de Estado.
Bagão Félix disse que só por surdez ou distracção é que o José Sócrates poderia ter dito que essa hipótese não foi discutida, acrescentando que, não sendo Sócrates surdo nem distraído, resta a hipótese de ser mentiroso.»


«Nesta troca de acusações sobre quem está a mentir, sucederam-se os alinhamentos:

Em declarações à Renascença, António Capucho confirmou a versão do antigo ministro das Finanças: “Eu já disse publicamente e repito que cubro a parada do doutor Bagão Félix. Acho que ele está a falar verdade”.
Capucho diz que toda esta “lamentável” situação foi criada pelo Primeiro-ministro e acusa José Sócrates e o PS de estarem “de cabeça perdida”, de assumirem “atitudes que não são próprias de homens de Estado”.»




«Por sua vez, os socialistas Almeida Santos e Carlos César disseram que é o Primeiro-ministro quem tem razão.»



«Confrontado com estes dados, o antigo Presidente Mário Soares fez questão de lembrar que, no Conselho de Estado, a “regra de ouro” é a do silêncio.

“Eu não vou falar do que se passou no Conselho de Estado, porque é regra que os conselheiros vão para ali para falar ao Presidente e não para o público”, disse Soares.»
In "Página 1"- 6 Abril,11
________________

A Alice, cidadã honorária do País das Maravilhas, disse que todos têm razão:

Embora se possa ter falado da possibilidade ser pedido um empréstimo intercalar antes das eleições durante a última reunião do Conselho de Estado de Portugal, Sócrates não estará eventualmente a mentir porque:

"na reunião de
Conselho de Estado do país em que Sócrates vive, e que passa muito bem sem empréstimos desde que ele volte a ganhar as eleições, não se discutiu tal assunto que seria aliás completamente absurdo e até anacrónico, para usar uma expressão muito querida ao ministro dos Negócios Estrangeiros do país de Sócrates"

___________________________

E já agora...

Um artigo curto expressa uma opinião clara:

O surdo que não quer ver

«No último Conselho de Estado, diziam os jornais, foi sugerida a vantagem do país recorrer a uma ajuda externa de emergência sob forma de empréstimo intercalar.
O relato, de uma reunião supostamente secreta, era suficientemente vago sob o tipo de medida concreta e suficientemente claro sobre o facto de ter sido debatida.

Das quase duas dezenas de individualidades presentes ninguém, prudentemente, desmentiu.

Até que
segunda-feira, à noite, o Primeiro-ministro disse, numa entrevista televisiva, que no encontro nunca ouvira falar de tal coisa.
Antes, José Sócrates esforçara-se por garantir que
não havia um PEC IV, porque nunca houvera um PEC III, perante os dois entrevistadores boquiabertos.
Para o Primeiro-ministro, não existiam “sucessivos pacotes de austeridade” impostos aos portugueses porque a uns chamava "documentos de rotina" e a outros “antecipação das medidas do orçamento”.

Há muito que o Primeiro-ministro faz orelhas moucas
às vozes de bom senso.

Bagão Felix diz que mentiu. Eu acredito que tenha dito apenas a sua verdade, cada vez mais longe da realidade.

À hora a que falava à RTP, os principais
banqueiros concertados tinha já decidido não voltar
a comprar dívida. Porque não querem? Não, porque não podem!
Ainda assim, insistia que um pedido de ajuda não era inevitável.

Ao mesmo tempo, Carlos Santos Ferreira
desmentia-o no canal do lado. E, ontem, foi a vez de Ricardo Salgado. Um empréstimo intercalar (seja isso o que for…) “é urgente já! E é grave senão for feito”.

Desta vez, todos ouvimos. Não foi numa
reunião secreta. Foi à TVI!
Será, que o Primeiro-ministro
ouviu?»

Graça Franco

.

Sem comentários: