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AS SANDÁLIAS DO PESCADOR

Eu não sou católica, não posso em consciência sê-lo.
Tenho um desmedido respeito pela religião, pela existência espiritual.
A travessia humana da vida não deve, quanto a mim humilde grão de poeira, ser feita sem considerar a possibilidade de existência da alma; a humana e não só mas nós, humanos, temos uma responsabilidade acrescida pois acrescidas são as nossas faculdades. Creio que temos o dever, para com nós próprios, de pensar sobre quem somos, de onde viemos, o que fazemos aqui e para onde vamos. Não creio que o princípio da causalidade se aplique apenas ao mundo físico. Creio também que a "Sincronicidade: um princípio de conexões acausais", no sentido mais junguiano da expressão, existe e que contém subjacente uma conexão inteligente e não casual - a vida assim mo tem ensinado.
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E  não sou católica, não posso em consciência sê-lo porque não encontro eco em mim dos princípios básicos do catolicismo. Choca-me que tantas pessoas sejam "politicamente católicas", a religião, ou a crença espiritual abstracta e não inserida em qualquer religião, são aspectos da vida humana que me merecem mais respeito e seriedade do que a mera opção política.

Posto isto...

O meu filho perguntou-me ontem à noite, quando passavam na TV algumas imagens do Papa, por que é que eu, não sendo católica, tinha dado tanta importância à sua eleição e tinha feito tanta questão de ouvir o seu primeiro discurso.
Respondi-lhe mais ou menos isto:
Quer as pessoas queiram quer não o Papa é uma pessoa da maior importância social , com um enorme poder temporal e espiritual; é uma referência para cerca de 1,2 bilião de pessoas no mundo. A pessoa que o Papa é, inegavelmente, reflete-se no mundo, na acção e presença da Igreja, na relação inter-religiões, na própria evolução de grande parte da humanidade.
Só por fundamentalismo obtuso é possível negar a importância do Papa no mundo e ignora-lo é cortar um capítulo fundamental da História.

Sobre o actual Papa, poucos minutos haviam passado sobre a sua eleição, já circulavam as informações mais contraditórias sobre a sua pessoa; em minutos surgiu, de geração espontânea, um verdadeiro exército de especialistas sobre a vida do cardeal Bergoglio. Achei espantoso!

Sobre o actual Papa não tenho opinião formada; o tempo, as suas acções, as suas decisões, o seu pontificado dirá. Aguardo.

Mas em verdade, em verdade vos digo, as minhas perspectivas são elevadas e do, tão pouco, que até agora pude observar nada me faz temer, muito pelo contrário, parece-me uma presença benéficamente diferente, inteligente e promissora. Seria já tempo...


«Na noite em que foi eleito, o novo Papa ligou ao núncio apostólico em Buenos Aires para lhe pedir que comunicasse aos bispos, e estes depois aos fiéis argentinos, que não se deslocassem a Roma para a inauguração do Pontificado no próximo dia 19. Sugeriu antes que o dinheiro das viagens fosse canalizado para os pobres, em gestos de solidariedade e caridade.
Quem conhece o Papa diz que esta não é uma atitude extraordinária nele, é antes natural no seu comportamento, faz parte do seu estilo. O Papa obviamente não quer impedir os argentinos de vir a Roma, mas prefere aconselhá-los a mostrar o seu carinho de uma outra forma.


Já em Fevereiro de 2001, quando foi feito cardeal por João Paulo II, Jorge Mario Bergoglio tinha pedido exactamente o mesmo aos católicos que gostariam de o acompanhar. Resultado: o então cardeal argentino tinha uma das mais pequenas delegações presentes nesse consistório.


2. Posso sentar-me?
Ainda alojado na Casa de Santa Marta, enquanto o apartamento Papal é preparado, toma as refeições com os outros cardeais. Quando chega mais tarde, simplesmente procura um lugar livre numa mesa para se sentar, tal como todos os outros.
 

3. Eu vou de autocarro
Depois de ter saudado o povo na varanda da basílica de São Pedro, já como Papa Francisco, recusa o carro oficial. O cardeal Timothy Dolan descreve assim esse momento à cadeia de televisão americana CBS:

 "Há cinco ou seis autocarros para levar os cardeais de volta à Casa Santa Marta. Via ali o carro do Santo Padre e a escolta, a segurança, as motas. Pensei que tudo tinha voltado à normalidade, que o carro do Papa teria voltado ao serviço. Nós fomos de autocarro. Outros cardeais esperaram para saudar o Papa. E quando chega o último autocarro, adivinhem quem desce? O Papa Francisco. E imagino-o a dizer ao motorista: 'Sem problemas, eu vou com os rapazes de autocarro'".
Esta sexta-feira de manhã, depois da audiência, voltou a seguir de autocarro, com todos os outros cardeais, como provam as fotografias tirada no interior do veículo.
Também quando saiu pela primeira vez do Vaticano, esta quinta-feira, para se deslocar à Basílica de Santa Maria Maior, dispensou a segurança apertada e o aparato de viaturas habitual. Não quis uma comitiva e seguiu num carro simples, preterindo o que é disponibilizado pela gendarmeria, a polícia do Vaticano.
 

4. Queria pagar a conta, por favor
No regresso ao Vaticano depois da sua primeira iniciativa como Papa - rezar a Nossa Senhora - quis fazer uma paragem no caminho. Foi à Casa do Clero, onde esteve hospedado, para ir buscar as suas malas e pagar a conta. Segundo o porta-voz do Vaticano, queria dar o exemplo daquilo que todos os padres e cardeais devem fazer.
 

5. Como está a sua família?
Uma vez na Casa do Clero fez questão de cumprimentar todos os funcionários. Este é o sítio onde costuma estar hospedado sempre que vem a Roma, por isso ali conhece as pessoas há vários anos. Quem assistiu ao momento descreve-o como muito comovente. O Papa Francisco lembrava-se dos nomes de cada um e a todos foi perguntando pelas suas famílias e situações pessoais.
 

Lá se foi o protocolo!
6. Um abraço e dois beijos
No encontro com todos os cardeais, esta sexta-feira de manhã, foi muito caloroso, afectuoso e, sobretudo, descontraído.
Os cardeais alinhavam-se em fila para o cumprimentar, mas, no caso dos cardeais da China e do Vietname, foi o Papa que beijou o seus anéis, em sinal de respeito pelo sofrimento dos católicos naqueles países. Abraçava também alguns cardeais e cumprimentava a maioria com dois beijos.
Quando o cardeal sul-africano Napier lhe ofereceu uma pulseira de borracha amarela e verde, de uma campanha da Igreja daquele país, colocou-a de imediato no pulso direito.
 

7. Que Deus vos perdoe por me terem escolhido
Também junto dos cardeais, a quem chama "irmãos" e aos quais se refere como "uma comunidade baseada na amizade", brinda nestes termos depois da eleição, ao jantar: "Que Deus vos perdoe pelo que fizeram".
 

8. Dispenso o ouro e os sapatos vermelhos
Continua a usar os sapatos pretos que trouxe de casa, não adoptou o calçado vermelho habitual e disponível no seu tamanho no momento em que se preparou para aparecer vestido de branco depois da eleição. Continua a utilizar a cruz simples de metal que usava ainda antes de ser bispo, recusou a cruz de ouro e pedras preciosas.
 

9. Improviso
Em todos os momentos públicos em que falou, improvisou sempre. Improvisou na primeira homilia, na Capela Sistina. Uma homilia muito simples, acessível e em italiano, ao contrário de Bento XVI, que fez a sua em latim. E de pé, no ambão, não na cadeira Papal. Voltou a improvisar na homilia da missa desta manhã, na Capela de Santa Marta, e no encontro com os cardeais.
 

10. Curvo-me perante a vossa oração
Logo quando é anunciado como Papa e aparece perante os fiéis na Praça de São Pedro, começa por dar alguns sinais de que o seu comportamento não será igual ao de outros chefes da Igreja Católica. Não usou a capa vermelha dos pontífices e estava simplesmente de branco, tal como São Pio V, o Papa dominicano que não quis trocar o hábito branco da sua ordem e assim deu início à tradição das vestes brancas papais.
Quis ter ao seu lado o cardeal vigário de Roma na varanda, algo inédito, não falou formalmente em latim. Também de forma original, pediu que rezassem por ele enquanto se inclinava perante a multidão. Pôs toda a gente a rezar as orações primárias da Igreja: um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória.»


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1 comentário:

Anamaria disse...

!!!!!!!!!!!!!!!!