Quando eu era criança muitas vezes ouvia-se dizer assim:
«É verdade, até vem no jornal»ou assim:
«É verdade, até passou na televisão»Claro que já na altura nem sempre era Verdade mas agora já ninguém diz estas coisas a menos que queira conversa da treta ou seja completamente parvo.
Eu bem gostava de ter respeito pelos jornalistas mas acontece que, mesmo segundo diversas opiniões avalizadas, não sou completamente parva; sou um bocadinho, às vezes, e de um modo geral não me importo, de vez em quando até me dá jeito.
Sei que há "jornalistas" e Jornalistas mas a comunicação social usa e abusa do seu poder sem ética, sem respeito. Faz das pessoas parvas a seu bel prazer manipulando os factos como quem brinca com fantoches e, enquanto isso brinca consigo própria, com a sua liberdade e credibilidade.
No tempo da outra senhora a comunicação social era um fantoche do poder mas não lhe restavam grandes opções; por vezes contornava o lápis azul mas não era fácil, nem particularmente aconselhável.
Actualmente a comunicação social é o fantoche mais querido dos contra-poderes e o mais grave é que o faz por amor à fantochada, não por falta de liberdade de imprensa. O que faz fá-lo por falta de brio profissional, de consciência ética, por falta de dignidade de classe. Serve supostos ideais políticos e não o Direito à Informação
As palavras de ordem da comunicação social dos nossos dias não são Informar e Contextualizar, como me parece que seria desejável;
As palavras de ordem da comunicação social dos nossos dias são Vender, Manipular, Destabilizar, Veicular e Obstruir.
Ficamos a saber, mais ou menos, que o tio matou a sobrinha em Alguidares de Baixo e que dois rufias assaltaram a bomba de gasolina de Pézinhos de Cima, de resto...
Vá-se lá saber para que lado tocava o vento na Redacção nesse dia... E quem estava de serviço... E ao serviço de quem.
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