Há uns dias andou por aí - pela comunicação social - um grande relambório porque Portugal foi o país que mais cresceu na lista europeia de inovação. Até José veio à praça anunciar a grande novidade.Um feito bestial!
Portugal lidera a lista de países «moderadamente inovadores». Hum...sim.
Ou seja, Portugal subiu uma posição na tabela geral dos 27 da União Europeia; isto é, ocupa a 15ª posição num total de 27 - tem 14 à frente e 12 atrás. Não é bestial?
O relambório seguinte foi ontem à conta do aumento das exportações.
Lá veio José outra vez muito contente dizer que as exportações portuguesas cresceram mais de 15% em 2010.
E mais disse José - disse não, declarou, porque José não diz, declara (ou será "declama"?). Este aumento «demonstra que Portugal foi dos países que mais rapidamente recuperaram da crise de 2009».
Será que ele acredita mesmo nisto?
Será que não atravessa a mente de José que se as empresas, em particular as PME's, não se atirassem arduamente para a frente, por si, contando consigo e com os seus recursos materiais e humanos, se não buscassem mercado internacional, iriam aumentar, ainda mais, as já longas listas de empresas que ao longo de 2010 tiveram de fechar portas?
Será que não atravessa a mente de José que os sucessivos aumentos da taxa de desemprego não se ajustam a essa visão feliz, e algo megalómana, de Portugal ser dos países que mais rapidamente recuperaram da crise de 2009?
Ainda ontem Faria de Oliveira, Presidente da Caixa, Geral de Depósitos, afirmava que a banca vai ser o primeiro parceiro a ajudar ao aumento das exportações. Pois, vai ser...
José bem podia declarar - ou até declamar alto e bom som - que se Portugal ainda não secumbiu totalmente ao seu endividamento (e ao pesadelo de José, o recurso ao FMI) bem pode agradecer às empresas particulares e à bolsa dos portugueses que, de acordo com o relambório de hoje, trouxe um aumento de 15% da receita do Estado (IRS, IRC, IVA e outros impostos indirectos) relativamente a Janeiro 2010.
Por alguma razão, de acordo com o Edelman Trust Barometer 2011, o mesmo que indicou que os portugueses são os que menos confiam no seu Governo, apenas 9% , numa análise que avalia o nível de confiança no Governo, empresas, ONG e media, apresenta um nível de confiança de 69% nas Organizações não Governamentais (ONG), seguido de um nível de credibilidade de 47% relativo às empresas.
«O Financial Times escreve hoje (9 Fev.) que o juro da dívida de Portugal atingiu novos máximos da era do euro, devido aos "receios crescentes de que Lisboa vai ter de recorrer a ajuda internacional para reavivar a sua economia estagnada".
Uma fonte comentou ao Financial Times que "os custos de financiamento de Portugal estão em risco de subir cada vez mais visto que não há compradores para a dívida do País".
Isto depois de o juro das obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos ter subido até aos 7,354%, o valor mais elevado pelo menos desde 1997, ou seja, um máximo da era euro.»
«Isto significa que os mercados continuam preocupados com a sustentabilidade da dívida nacional, apesar de o País ter assegurado financiamento até Abril.
O juro de Portugal afasta-se assim da barreira dos 7% definida por Teixeira dos Santos para começar a pensar numa solução que envolvesse o FMI.»
Fonte - Diário Económico.9Fev.11
E José acha que está demonstrado que Portugal foi dos países que mais rapidamente se recuperaram da crise de 2009.
Haja Deus!
Cá por mim estou com uma grande neura: olhei hoje para a minha declaração de rendimentos e, inadvertidamente, li quanto descontei o ano passado para o Estado e Segurança Social.
Levei o resto do dia com vontade de fazer festinhas na minha própria cabeça. Não é só o que pago... É que cada vez pago mais e tenho direito a menos.
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MUITO BARULHO PARA NADA
Publicado por Alex at quarta-feira, fevereiro 09, 2011
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