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SE A MINHA CAMA VOASSE...

Segunda-feira passada, 31 de Agosto, a Ministra da Saúde, a espertissima Ana Jorge, foi inaugurar a ampliação do hospital de Seia que custou cerca de 7,5 milhões de euros.
Até aqui tudo bem - depois dos vários que foram fechados fica bem abrir uma ou outra ampliação no final da legislatura.

A Dama lá pode ver a tabuleta na fachada do hospital com o seu nome e a data da inauguração. Nada a reclamar.
A parte menos agradável é que os Serviços de "Unidade de Cuidados Continuados Integrados", "Internamento de Convalescença", "Medicina Interna" e de "Cirurgia", com uma capacidade para 70 camas, têm mais palavras nas designações do que camas nos quartos: dois dias após a inauguração as camas foram retiradas pelo fornecedor e os Serviços ficaram com as placas nas portas.

Neste ponto a doutrina divide-se:

Segundo a ARS - Zona Centro, o fornecedor não tinha disponíveis as camas encomendadas, vai daí colocou no hospital as camas pertencentes à encomenda de outro cliente, fez-se a inauguraçãozinha e depois foi lá busca-las para as enviar para Lisboa.
Os quatro novos Serviços, obviamente, não estão a funcionar.
(Pois é muito mais bonito inaugurar um hospital com caminhas novas do que adiar a inauguração... Quanto à Verdade, essa cabe num saquito para vómito).
Ainda segundo a ARS "só" foram retiradas 30 camas.


segundo alguns funcionários do mesmo hospital, que estão impedidos de prestar declarações, o número de camas retiradas vai para mais do dobro: 70 camas (ou como diria meu José, mais do dobro não, mais de duas vezes mais...).

Se eram 30 ou 70 resta saber, e também não será essa a questão, mas lá que levaram dois dias (dias 1 e 2 de Setembro) a ser retiradas, pois que levaram.

Mas a divisão doutrinária não fica por aqui: o Presidente da Câmara de Seia disse que só foram retiradas 6 camas (3 por dia?) porque houve um engano do fornecedor (incompetente...) e garante que no dia 15 estarão lá todas. Se ele garante é garantido!

Quanto à administração daquela modernizada unidade de saúde, assumiu que «há ainda muita coisa para resolver até à entrada em funcionamento» mas não deu permissão aos jornalistas para filmarem as instalações - vazias, segundo funcionários do hospital mas, se tomarmos em atenção o que disse a espertissima ministra, chegaremos à conclusão de que, provavelmente estarão a mentir...

Disse a espertissima ministra que «desconhece totalmente» a situação ( e aqui vem a cereja que dá graça ao delicioso bolinho):

  • «Custa-me acreditar que seja assim. Aquilo que se diz muitas vezes lá por Seia e pela Guarda muitas vezes não corresponde à verdade»

Em Seia e na Guarda... Ahhhh, aquilo é que é gente mentirosa!

(Compreendo que tenham dúvidas sobre as declarações da espertissima ministra, para já nem falar do resto, mas se precisarem confirmar o vídeo está AQUI)




ISSO NÃO É NADA COMIGO...

E já que estou a dedicar-me à espertissima Ministra da Saúde não me quero ir embora sem referir uma carta que os Chefes clínicos do Hospital (infantil) Dª Estefânia lhe enviaram
  • «denunciar excesso de trabalho e a alertar para uma situação à beira do colapso; a situação coloca em causa a segurança do atendimento a doentes»
Interrogada hoje sobre se havia recebido a carta a espertissima Ministra confirmou a recepção e saiu-se com esta pérola:

  • «O ministério não irá intervir, não lhe compete intervir numa situação dessas. Compete aos órgãos de gestão do hospital dar a resposta e enquadrar a situação naquela que forem as necessidades»
A ela compete-lhe inaugurar unidades de serviço hospitalar sem camas para mentirosos.





«o número de doentes que foram observados no hospital diariamente não ultrapassou aquilo que é previsível nesta altura do ano»
Ana Jorge

Lembra-me a outra senhora: «não têm pão comam bolos».


Até mais ver, vou tomar um Alka-seltzer...




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