Depois das inúmeras mentiras que valeram a um primeiro-ministro com "o rei na barriga" o cognome de Pinócrates, os últimos dias têm sido uma verdadeira lástima. Uma lástima não para Sócrates, esse aguenta na sua habitual pesporrência como se não devesse explicações a ninguém; uma lástima pela vergonha e pela real situação económica, não de Sócrates mas dos portugueses.
Depois de tanta "abertura para negociar até ao último momento", vem o outro lá de fora e diz que não há nada a negociar, que não é negociável, foi assim que se decidiu e está decidido; o governo português que meta a viola no saco...
24 horas depois... Veio um porta-voz do Manel (sim, o amigo Durão Barroso, amigo ainda não se percebeu muito bem de quem mas amigo) e disse (o porta-voz, não o Manel que já sabe muito desde que anda a trabalhar lá fora) que afinal não é bem assim, o Sr. Juncker, presidente do Eurogrupo, exagerou... Pode haver negociações, pronto, eles dão licença...
E podem dar à vontade, assim como assim ninguém está interessado à parte do executivo... Deixa, faz-se o jeito ao homem que ficou outra vez mal na fotografia.
Mas o que é isto?
Depois do buraco do BPN, escondido com o enorme rabo de fora, 2 Mil Milhões em trocos...
O Gabinete de Estatística da União Europeia quer saber onde e como foi aplicado o dinheiro das transferências do Estado para as empresas de transportes sem contrato de gestão, como a CP, a REFER e os Metros de Lisboa e Porto.
E quer saber porquê? Ora pois, lá vem mais do mesmo...
«Bruxelas põe em causa as contas do Governo português sobre o défice e pode obrigar o INE a incluir gastos com o BPN e empresas de transportes. Os novos cálculos podem levar o défice de 2010 ultrapassar os 8%.Quando é que isto pára?
O défice do ano passado poderá ser bem maior do que o que tem sido defendido pelo Executivo. Apesar do compromisso com Bruxelas ser de uma redução para 7,3%, o Governo tem insistido na boa execução, acima do previsto, e numa correcção para menos de 7%. Mas o caso do “buraco” do BPN e as contas das empresas de transportes ameaçam deixar o défice acima de 8%, mesmo com o dinheiro do fundo de pensões da Portugal Telecom. »
Não pára, pelo menos nos tempos mais próximos não pára.
Sob o belo relvado da residência oficial de S. Bento estende-se um queijo suíço.
E mesmo com o seu morador a receber ordem de despejo esta tarde podemos estar certos de que quando partir não levará o seu queijo esburacado consigo; Quem ocupar a residência que o vá desenterrando, e nós, todos nós termos de o comer.
Uma coisa vos confesso expondo o meu lado lunar:
Vivera eu longe daqui, ganhasse eu o meu sustento alhures, e aí pagasse impostos que me concedessem direitos acrescidos em vez de apenas contribuírem para diluir uma dívida em aumento exponencial, podem crer que me daria um certo gozo ver José passar hoje na AR e continuar a fazer das suas do alto do seu poleiro - é que gostava de ver como iria José descalçar esta bota.
Ainda que me doesse ver Portugal trucidado, gostava de ver José continuar a dizer que não precisa de ajuda externa, embora os juros dessa ajuda que nos chega semana sim, semana não, tenham hoje ultrapassado os 8% a cinco anos; gostava de ver José desenvencilhar-se para os pagar sem ser comido vivo na rua.
Gostava de ver José continuar a atirar com a responsabilidade da entrada do FMI na gestão de Portugal para cima da oposição - leia-se PSD - se a mesma lhe concedesse a hipótese de continuar a varrer os problemas que tenta ocultar para debaixo do seu próprio tapete esburacado.
José merecia continuar como primeiro-ministro; espero que Portugal saiba merecer melhor sorte quando for a votos.
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